quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Aromatização de azeites requer cuidados




Especialistas dão dicas de como dar um toque especial nos azeites
RIO – O azeite está na moda. Basta notar a variedade de marcas e a sofisticação das garrafas expostas nas prateleiras dos mercados. A cargo dessa onda gastronômica, muita gente anda querendo deixar o óleo ainda mais saboroso, por meio da aromatização. Tal prática, segundo especialistas, é bem-vinda e não envolve grandes dificuldades. Mas é preciso tomar alguns cuidados para não prejudicar a qualidade do produto.
De cara, o consultor gastronômico e sommelier de azeites Marcelo Scofano avisa que a principal cautela diz respeito à validade. Isso porque o azeite extra virgem é perecível e, quando é inserido outro ingrediente, o resultado desejado é obtido em pouco tempo. Porém, a duração fica bem mais curta, com o consumo sendo recomendado em até três dias.
- Com a adição de qualquer produto, a perecibilidade aumenta, devido à presença das moléculas de água daquilo que foi acrescentado – diz, referindo-se às famosas garrafas com galhos de ervas, alho e pimenta. Por isso, se armazenada por muito tempo, a mistura deixará de ser azeite para se tornar um óleo condimentado, sendo que a oxidação acelerada poderá causar malefícios à saúde.
Sobre os rótulos recomendados para esse tipo de procedimento, Marcelo indica que devem ser buscados produtos de boa qualidade. Mas, para ele, como no caso dos vinhos, os exemplares de excelência merecem ser degustados crus.
Longe da luz
Na hora de guardar, o sommelier lembra que luz, calor e oxigênio são grandes inimigos do azeite. A temperatura ideal para a conservação de um bom extra virgem é entre 16 e 20 graus. No caso dos aromatizados, essas condições precisam ser respeitadas com ainda mais rigor.
- Meu conselho é preparar apenas a quantidade necessária para o evento em questão - sugere.
A sócia da importadora Asa Gourmet, Ana Luísa Bernacchi, vem estudando o azeite há cerca de quatro anos e afirma que o produto está mais visado do que nunca. Ela explica que o item sempre esteve à mesa do brasileiro, mas, como a gastronomia está na moda, o público começou a dispensar mais atenção sobre os tipos e procedências.
Em coro com Marcelo, ela recomenda que o acréscimo de ervas e temperos seja feito no momento do consumo. E como o procedimento é feito com mais frequência para o uso na forma antepasto, ela pontua que utilizar produtos de qualidade é fundamental.
- Sugiro o Punta Lobos, que é de origem uruguaia, ou os chilenos Oromaule e 1942 - lista, mencionando que podem ser comprados por preços que variam entre R$ 17 e R$ 31, sendo alguns facilmente encontrados em supermercados.
Use e abuse
Para o chef Gennaro Cannone, do Alessandro & Frederico, quem gosta de um bom azeite deve usar e abusar do óleo combinado com outros ingredientes. Ele mesmo adora criar novos aromas, lançando mão de itens como alecrim, limão siciliano e manjericão.
- O azeite aromatizado pode ser usado como tempero, no preparo e até como finalizador de pratos. O importante é escolher um óleo de qualidade e usar ervas frescas – diz, pontuando ser uma ótima pedida para quem tem horta em casa.

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