sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Uma viagem pela rota do vinho em Mendoza



A região do vale do Monte Aconcágua oferece diversas oportunidades de passeios com belas paisagens (Foto: divulgação)

O imponente Monte Aconcágua, com seus 6.962 metros acima do nível do mar, é o primeiro contato que se tem com a província de Mendoza. Situada no centro-oeste da Argentina, ao pé da Cordilheira dos Andes – o cinturão de montanhas mais alto das Américas –, a cidade de mesmo nome ocupa um extenso território, de cerca de 150 mil quilômetros quadrados. Plana e arborizada, Mendoza é pacata, apesar da população de um milhão de habitantes. As ruas são cortadas por canais que desviam o curso da água, proveniente do degelo andino. Esta mesma técnica, aprendida pelos colonizadores espanhóis com os índios, ajuda a abastecer os vinhedos da região. Do outro lado da montanha, encontra-se a vizinha Santiago do Chile.
Em Cheval, a paisagem é recortada pela Cordilheira dos Andes (Foto: divulgação)
O clima aqui é geralmente agradável, temperado e com escassez de umidade. Tudo indica, porém, que imprevistos climáticos acontecem não apenas em países tropicais; quatro dias de chuva intermitente acompanharam a visita de um grupo de dez jornalistas brasileiros, pouco afeitos a acreditar na informação de que, em Mendoza, chove apenas 15 dias por ano. A temperatura, que, em fins de abril, deveria ser de 20ºC, foi caindo gradativamente até estacionar em 4ºC.
Come-se muito bem na região, como é comum em cidades onde a cultura do vinho predomina. Esta é a verdadeira terra da Malbec, a uva símbolo do país. A presença de solos propícios ao cultivo – com altas temperaturas durante os dias de verão e noites mais amenas – fez do lugar a mais importante região vitivinícola da América do Sul, responsável por cerca de 70% de todo o vinhedo argentino.
A degustação vertical de afincados e reservas é um dos pontos altos da viagem (Foto: divulgação)
O motivo da visita foi conhecer um dos destaques da região: os vinhedos de Cheval de Andes Terrazas de los Andes, operação sul-americana do grupo LVMH – o maior conglomerado de empresas de luxo do mundo –, proprietário de marcas de prestígio como Louis Vuitton, Moët & Chandon-Hennessy e os champanhes Veuve Cliquot e Dom Pérignon.
Ela começa por uma recepção no vine loft de Cheval des Andes, um espaço dedicado à degustação deste que é considerado um dos melhores vinhos argentinos do momento. Nicolás Audebert, nosso primeiro anfitrião francês, explica que a empresa organiza estes encontros anuais com o intuito de promover não apenas a marca, mas o vinho argentino como um todo. Ao que parece, o Brasil se tornou um grande mercado consumidor.
A propriedade de 40 hectares ao pé da cordilheira de neve eterna impressiona. Aqui, o savoir-faire francês encontrou eco no charme argentino. Com a chuva e o frio inesperados, uma partida de polo e outras atividades outdoor que estavam programadas foram canceladas. Sem alternativas para entreter o grupo pelo resto do dia, o almoço degustação transformou-se em consumo desenfreado, embalado pelo calor da lareira e por boa música francesa. Os generosos anfitriões permitiram algo inédito: experimentarmos todas as safras de Cheval des Andes desde o início de sua fabricação, em 1999.
Além da degustação, os visitantes recebem lições sobre como diferenciar os diferentes tipos de rótulos (Foto: divulgação)
No final da tarde, o retorno feliz para o cinco estrelas , localizado bem no centro da cidade. O ponto alto da viagem, entretanto, acontece Diplomatic nesta mesma noite, na casa-sede da Terrazas de los Andes – uma antiga bodega de arquitetura colonial do século 19, cercada por plátanos, álamos e touceiras de lavanda. Ali ocorreu a degustação vertical de oito rótulos reserva e afincado da marca, com destaque para os Malbec e Syrah, sob a influência de uma intensa cenografia ao som de violino e violoncelo. Em seguida, um jantar para convidados no interior da adega apresentou o restante dos vinhos, como o Chardonay e o Terrazas Torrontés, de sobremesa.
O dia seguinte foi dedicado à visita aos vinhedos de Las Compuertas, em Vistalba. Apesar do frio, uma espécie de vinho quente foi improvisado em uma fogueira, onde foi possível aprender o motivo pelo qual a Argentina se destaca hoje na produção da uva Malbec. Originária da França, ela foi, junto a todas as outras espécies, dizimada pela praga filoxera, proveniente dos Estados Unidos, que atacou os vinhedos europeus em fins do século 19. Mais de 25 anos se passaram até que a produção europeia se recuperasse, mas, na Argentina, mudas trazidas antes do filoxera prosperaram e resistem à praga desde então.
Durante a tarde do último dia, a equipe de enólogos e agrônomos franceses responsável pelo acompanhamento de toda a produção nos levou para conhecer os bastidores do manuseio da uva e da confecção do vinho em todas as suas etapas, desde o início do processo.
Mendoza é um destino turístico dos mais interessantes. Aos bravos que conseguirem sobreviver à chamada rota do vinho, há, além dos vinhedos, belos spas de águas termais e diversas opções de passeios na natureza, inclusive pela Cordilheira dos Andes.
A degustação é seguida de um elegante jantar nas dependências da bodega colonial do século 19 (Foto: divulgação)


O cardápio é criteriosamente pensado de acordo com os vinhos selecionados (Foto: divulgação)


Vinhedos de Las Compuertas, em Vistalba, onde se destaca a produção da uva malbec (Foto: Karin Anspach Hoch)


A loja de vinhos da sede do Terrazas de los Andes, aberta ao público, e onde os preços são inferiores aos de mercado (Foto: Karin Anspach Hoch)


Vine Loft do Cheval des Andes, a partir do campo de pólo (Foto: Karin Anspach Hoch)

sábado, 25 de agosto de 2012

Arquitetura e vinho nas bodegas de Mendoza




A O. Fournier dona de um dos projetos mais ousados entre as bodegas da região de Mendoza.
Foto: Divulgação
A O. Fournier dona de um dos projetos mais ousados entre as bodegas da região de Mendoza.DIVULGAÇÃO
MENDOZA - O substantivo butique virou o adjetivo da moda. Depois dos hotéis, chegou a vez das bodegas. Este é o novo conceito adotado por vinícolas argentinas, de olho num público mais exigente. Em Mendoza, o roteiro das chamadas bodegas butique mostra aos conhecedores de vinho e aos curiosos uma produção mais exclusiva, em que cada detalhe tem um significado, desde a arquitetura do local onde se fabrica o vinho à gastronomia e mesmo a possibilidade de se hospedar em meio aos vinhedos. Tudo para impressionar o cliente e se diferenciar.
O que está por trás do prazer de se tomar um bom vinho? Isso é o que os vitivinicultores mendocinos têm tentado mostrar aos apreciadores dos seus vinhos. Cada vez mais vinícolas oferecem aos visitantes o que chamam de experiência completa. Começa com a transformação da paisagem até o processamento da uva, e o primeiro gole. Especialista em arquitetura de vinícolas há três décadas, a arquiteta Eliana Bórmida garante que os novos desenhos das bodegas têm justamente esse objetivo. A ideia é fazer algo diferente.
— Em primeiro lugar, os visitantes entram em contato com a paisagem vitivinícola. Mendoza tem atributos excepcionais: clima seco mediterrâneo, de altitude, de alto brilho solar, o que é muito bom para o cultivo da planta, e tem excelente solo, permeável. Essa geografia magnífica, à beira dos Andes, constitui uma paisagem natural que é a primeira coisa que o visitante percebe quando chega às bodegas. Vê-se todo o ciclo. O deserto que, através das águas do rio que se forma com o derretimento da neve dos Andes, se transforma em oásis. Em seguida, se percebe a agricultura, resultado de um trabalho de engenheiros agrônomos, que vem obtendo vinhedos de excelência, com frutos excepcionais. Depois, chega-se ao edifício, onde se compreende como é feito, a partir de um fruto, um vinho — diz a arquiteta.
Para uma experiência realmente plena, várias bodegas contam com restaurantes e hotéis. O cardápio completo para fazer o visitante ficar mais tempo para aproveitar o que a região oferece de melhor.
As pequenas que são notáveis
Os passeios pelas vinícolas devem ser programados com certa antecedência. O melhor é escolher o roteiro por regiões para evitar longos deslocamentos ou visitas muito rápidas que não permitam apreciar a boa mesa local. Uma dica é hospedar-se na cidade de Mendoza por alguns dias e escolher outra localidade mais distante para permanecer nos outros. As reservas são mais do que aconselháveis. Até porque algumas vinícolas têm horários fixos para receber visitantes. Pode-se pedir para que os recepcionistas do hotel marquem na manhã do próprio dia do passeio. Em Luján de Cuyo, mais perto da cidade de Mendoza, as opções são várias. Mesmo as bodegas menores podem ser bastante diferentes do que se vê na Europa. As propriedades são maiores e as entradas, em geral, mais grandiosas.
A Achaval Ferrer faz parte do seleto circuito das vinícolas butique. A produção é pequena e não passa de 50 mil garrafas por ano. Esta é uma das explicações para os preços mais altos dos vinhos cuja exclusividade é conferida ainda pelo trabalho do reconhecido enólogo Roberto Cipresso. Esta bodega também fabrica azeites de alta gama, a partir das oliveiras da propriedade.
A vinícola Bressia é recomendada por nove entre dez sommeliers pela relação custo-benefício. O segredo deste negócio familiar está justamente no fato de ser uma produção mais exclusiva de vinhos de alto padrão, o que lhe confere também a classificação de vinícola butique. A opção de Walter Bressia, que foi enólogo da Nieto Senetiner por décadas, foi por um conceito minimalista, com a menor intervenção humana possível. A produção não é grande, o que também agrega ainda mais valor ao vinhos. Como a vinícola échica, as chances de se conseguir visitar as instalações sem reserva são menores: imprescindível marcar com antecedência.
A Nieto Senetiner também pode ser um bom passeio. O guia da vinícola é brasileiro e explica que as barricas da bodega não são mantidas no subsolo para evitar efeitos de eventuais tremores de terra. Volta e meia são sentidos pequenos ou médios terremotos na região.
Entre as maiores vinícolas que devem entrar no roteiro do visitantes estão a Ruca Malen, a Catena Zapata e a Vistalba. Outra bela opção para quem quer ver o que Mendoza produz de melhor em termos de arquitetura de vinhos é a vinícola Salentein, emblemática para a região.
Dos mesmos arquitetos é a O. Fournier. Mas, para essa, o turista precisa reservar um dia inteiro para o passeio. Mais distante do que Luján de Cuyo, Tupungato está a mais de duas horas de Mendoza. Pode-se programar a visita a outras bodegas no caminho. No entanto, não se pode conhecer a vinícola sem parar para almoçar no restaurante Urban.
Assinado pelos arquitetos Eliana Bórmida e Marcos Yanzón, o projeto da O. Fournier é bastante impressionante. O edifício parece compor a paisagem desértica onde foi instalado com materiais retirados da própria região. Ele prevê uma tecnologia mais avançada para lidar com a produção. No terraço, está instalado um laboratório para realizar microvinificações. É ali que a vinícola tenta descobrir a melhor equação para o equilíbrio dos seus vinhos. No subsolo, sob um jardim repleto de mudas de alecrim (elas mantêm a umidade do solo necessária para o amadurecimento do vinho) estão 1.800 barricas de carvalho a temperatura e umidade constantes.
A vista de cima do salão das barricas é ainda mais interessante. Só do alto é possível enxergar a imensa sombra do “cruzeiro do Sul” que se faz no chão a partir das aberturas do jardim. Esta já é a última etapa da visita, a caminho da butique onde se podem degustar os vinhos e comprar acessórios com a marca da O. Fournier. Os vinhos, ótimos, recebem os nomes de Alfa Crux e Beta Crux.
Porções na medida
A sofisticação impregnou também o mundo da gastronomia mendocina. O circuito dos restaurantes de culinária inovadora, de chefs reconhecidos internacionalmente, por si só, já valeria um roteiro pela região. Além dos bons nomes na cidade de Mendoza, como o do italiano Francesco ou do Azafrán, há um leque de opções a ser explorado na trilha dos bons vinhos, em mesas com vista para os vinhedos emoldurados pelos Andes.
Muitas bodegas perceberam que a boa mesa, além da arquitetura ousada, é mais uma maneira de atrair o consumidor. E garantem assim oferecer a experiência completa, das plantações de uvas à harmonização dos aromas com os melhores ingredientes da região.
Nada de imensas porções de carnes assadas ou gorduras. Os cardápios são muito elaborados com fórmulas criativas divididas em até seis pratos diferentes. Todos na medida certa.
Em Godoy Cruz, quase na saída da cidade de Mendoza, o 1884 fica na bodega Escorihuela Gascón, fundada na data que dá nome ao restaurante. A cozinha, que apresenta um menu que muda quinzenalmente, é pilotada por Francis Mallman, ganhador do Grand Prix de l'Art de la Cuisine, da Academia Internacional de Gastronomia de Paris em 1995. Requer reserva , como a maioria dos bons restaurantes locais.
Na bodega Ruca Malén, em Agrelo, o cardápio surpreende, assim como a vista a partir do salão envidraçado para as videiras e as montanhas. Por meio de técnicas clássicas ou da cozinha molecular, o cozinheiro Lucas Bustos e o engenheiro agrônomo Pablo Cúneo capricham na apresentação dos pratos e na combinação dos sabores.
Em Luján de Cuyo, na bodega Vistalba, o restaurante La Bourgogne tem decoração contemporânea minimalista e pertence ao premiado chef francês Jean Paul Bondoux, o mesmo do La Bourgogne do Hotel Alvear em Buenos Aires. Os pratos usam técnicas da cozinha francesa sobre ingredientes regionais.
O Urban, da bodega O. Fournier, em La Consulta, é uma atração à parte. Fica sobre um espelho de água com vista para o horizonte desértico repleto de videiras.
As adegas do Francesco e do Azafrán merecem uma visita. A primeira, no subsolo do restaurante, é apresentada pelo próprio sommelier, que também oferece passeios enológicos. A segunda é um belo espaço todo em madeira logo na vitrine do restaurante, ambientado como um velho armazém, que pode ser bisbilhotado pelos clientes ou usado para degustação de vinhos com uma grande mesa bem ao centro.
SERVIÇO
Onde ficar:
Park Hyatt Mendoza, Casino y Spa: Diárias para casal a partir de 900 pesos argentinos (cerca de R$ 393), sem café da manhã, mas com Wi-Fi gratuito em todo o hotel. Chile 1.124, Mendoza. Tel. 261-441-1234.mendoza.park.hyatt.com
Entrecielos: Diárias para casal a partir de 853 pesos argentinos (cerca de R$ 372), com café da manhã incluído e Wi-Fi gratuito em todo o hotel. Guardia Vieja 1998, Vistalba, Luján de Cuyo. Tel. 261-498-3377.entrecielos.com
Vinícolas e restaurantes
1884 Francis Mallmann: Belgrano 1188, Godoy Cruz.1884restaurante.com.ar
Achaval Ferrer: Calle Cobos 2601, Perdriel, Luján de Cuyo. Tel. 261-488-1131. achaval-ferrer.com
Azafrán: Av. Sarmiento 765. Tel. 261-429-4200. bve.com.ar
La Bourgogne: Saenz Peña 3531, Luján de Cuyo. Tel. 261-498-9400.
Bressia: Cochabamba 7725, Agrelo, Luján de Cuyo. Tel. 261- 524-9161.
Catena Zapata: Cobos s/n. Tel. 261-413-1100. catenawines.com
Francesco: Chile 1268. Tel. 261-425-3912. francescoristorante.com.ar
Nieto Senetiner: Guardia Vieja, Luján de Cuyo. Tel. 261- 498-.0315.nietosenetiner.com
O. Fournier: Calle Los Indios s/n, La Consulta, San Carlos. Tel.  262-245-1088ofournier.com
Ruca Malen: Ruta Nacional 7, km 1059, Agrelo, Luján de Cuyo. Tel. 261-562-8357. bodegarucamalen.com
Salentein: R.P 89 s/n, Tunuyan. Tel.  262-242-9500.bodegasalentein.com
Viña Cobos: Ruta 7. Luján de Cuyo. Tel. 261-479-0130.
Compras
De acordo com a Receita Federal, os brasileiros podem trazer até 12 garrafas de vinho por pessoa como bagagem. Mas é preciso estar atento ao valor da compra total, porque continua em vigor o limite de até US$ 500 por passageiro. Os vinhos das bodegas butique têm preços mais salgados que os demais argentinos, o que pode fazer com que as 12 garrafas batam facilmente o teto estipulado pela lei.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Viver, uma viagem pelo desconhecido...


Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade

Quero preces e nada mais
por NELSON CAVAQUINHO 
-----------------------------------------------------------------------------------
"Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes!! " 
Acredito nisso. Quantas flores são empilhadas em um funeral e quantas flores a pessoa recebeu em vida?
Aqui vai uma flor virtual minha para você!
Aproveite seu dia! 

Entrega de Flores...

Descrição: []


Prefiro receber uma rosa e uma palavra amiga de um(a) amigo(a)enquanto estou neste mundo, do que um caminhão de coroas de flores quando eu me for .

Estas são pra ti!!! 

Descrição: []


Alegria te mantém doce, desafios te mantém forte, tristezas te mantém humano, falhas te mantém humilde, sucesso te mantém reluzente, mas... somente amigos...
te mantém em movimento!!! 
Descrição: []

terça-feira, 21 de agosto de 2012


Adega do Timão 

- Rua Visconde de Itaboraí, 10, CentroRio de Janeiro - RJ
  •  (21) 2263-9011 /  (21) 2516-1065




Perto da Praça Quinze, seu nome dá pistas sobre a decoração com motivos náuticos e o cardápio cheio de opções de frutos do mar. Equipamentos como leme, bússola e hodômetro (que mede distâncias percorridas) dividem espaço com uma imponente cristaleira, quase centenária, importada da França.  Aberta no início dos anos 1950 como Bar e Café Postal, para atender aos funcionários dos Correios, a adega é hoje bastante procurada pelos frequentadores dos centros culturais que funcionam nas redondezas — entre eles o Centro Cultural Banco do Brasil e a Casa  
A maior parte das mesas fica do lado de fora, na rua de paralelepípedos. No cardápio, apenas petiscos. Os mais pedidos são a carne de sol com aipim, o polvo grelhado e a sardinha frita na hora. Para beber, a casa oferece chope e vinho da casa, além de uma variedade de rótulos chilenos. 
Aniversário (19.08.2012): O restaurante belga, que venceu o prêmio Rio Show Gastronomia 2012 na categoria Melhor Carta de Cervejas, celebra dois anos de abertura no Rio e sugere rótulos especiais para comemorar a data. O grupo lança também camiseta e taça (kit R$ 50)  comemorativa no site:www.deliriumcafe.com.br.
Inaugurada em agosto de 2010, a casa é a primeira filial das Américas do restaurante belga, que funciona em Bruxelas desde 2004 e entrou para o Guinness Book como a casa com a maior carta de cervejas do mundo, com dois mil rótulos. Já a filial brasileira, aberta em Ipanema, oferece cerca de 300 marcas e um cardápio gastronômico também inspirado na bebida preferida dos cariocas. O grupo venceu o Prêmio Rio Show Gastronomia em 2012. 

Entre as bebidas estão opções nacionais como o chope Botto Bier, com teor de malte acima da média e fabricado em Barra do Piraí, além da cerveja Colorado. No menu de importadas, as belgas Delirium Tremens e St. Feulien Blonde, esta eleita a melhor cerveja abadia do mundo pelo World Beer Award de 2010. Já entre as opções gastronômicas, a casa sugere o creme de cerveja de trigo com queijo; seguido pelo carbonnade flamande, uma tradicional receita belga onde a carne é cozida por horas em um molho com cerveja escura e temperos.
 

sábado, 18 de agosto de 2012

Champagne

Champagne

Viajar e conhecer novas culturas não tem preço. Combinar atrações culturais com um roteiro gastronômico, conhecer comidas, bebidas, bares, restaurantes é uma forma agradável de realmente conhecer o país que se visita --- sei que o pessoal que viaja só pensando em fazer compras não vai concordar comigo, esses o máximo que conhecem de um país é seus outlets visitadas compulsivamente em busca de sua marca favorita. Este http://br.franceguide.com/GP/Newsletter.html?nodeID=1&EditoID=236311 é para quem gosta de champagnes é gostaria de visitar esta região demarcada na França.

Maria Madalena, França - Um lugar de preces e perenegrição

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Passeando pelas dunas do Marrocos

Menu bom de bola no estádio do Real Madrid



Merengue. Janelão dá vista para o campo do Real Madrid
Foto: Divulgação
Merengue. Janelão dá vista para o campo do Real MadridDIVULGAÇÃO
MADRI - É possível para os fãs do Real Madrid comer tendo como vista o campo do estádio Santiago Bernabéu. O Real Café Bernabéu, cuja entrada é pela porta 30 do estádio, tem dois andares. O segundo oferece um janelão de 80 metros para contemplar o gramado, vazio, porque nos dias de jogo, o restaurante fecha. O cardápio não é muito extenso. Os preços das entradas variam de € 8 a € 14: chipirones (lula) fritos com cebola caramelizada são uma boa pedida, a € 8. Entre os pratos principais está o arroz com bogavante (lavagante, um parente da lagosta) por € 18. É bom estar atento para um detalhe: como na Espanha é habitual comer pão acompanhando as refeições, os garçons costumam servir sem perguntar se o cliente quer ou não — e cada pãozinho custa € 2,60. No verão, também há a possibilidade de comer na terraza (mesas do lado de fora). Quem comanda o recém-lançado cardápio, batizado de American Experience, é Mario Vega, discípulo de José Andrés, importante chef espanhol em Washington DC, que está no ranking das cem pessoas mais influentes do mundo segundo a revista “Time”. Os pratos têm nomes em inglês: entrada (Waldorf salad, fried chicken ou buffalo wings), prato principal (porky bell ou Maine lobster roll), sobremesa (berries cheesekake) e bebida saem por € 43. O Bernabéu fica na Avenida de Concha Espina 1. Metrô: Santiago Bernabéu.
Ao ar livre: terraços para curtir o verão
La Terraza de Arriba fica no sétimo andar do hotel Óscar, no bairro de Chueca, na Plaza Vázquez de Mella 12, de onde se tem uma vista de 360 graus do centro madrilenho. Além de mesas, há espreguiçadeiras e colchonetes sobre a grama artificial que rodeia a piscina. Coquetéis custam € 13.
O La Cantina foi inaugurado nesta primavera. Está ao lado da Cineteca, o único espaço cultural espanhol dedicado exclusivamente a documentários. Fica no Matadero (Paseo de la Chopera 10, metrô Legazpi), centro de criação contemporânea, que também oferece outra terraza, a do Café Teatro. Cada uma tem seu encanto. As duas merecem uma visita nem que seja para somente uma limonada na Cantina e um pastel de frango ao curry no Café Teatro.
La Cocina de San Antón, o restaurante do novo mercado gourmet do bairro de Chueca, Mercado de San Antón, também tem um concorrido terraço. A casa está na moda neste verão madrilenho e, portanto, sempre cheia. Os mojitos custam € 9. Fica na Calle Augusto Figueroa 24.
Barcelona: chocolate com história catalã
Os chocólatras vibram. Cristina García montou uma empresa com uma proposta que dá água na boca. O nome explica: Chocolate Barcelona Tours. A ideia veio de uma experiência de Cristina no Brasil, onde ela conheceu plantações de cacau. Hoje promove passeios de duas horas pelo Bairro Gótico e pela Barcelona de Gaudí, com visitas ao Museu do Chocolate e a três boas lojas da cidade. A proposta é misturar História, gastronomia e arquitetura, além de oferecer degustações. Diabéticos e turistas de dieta têm seu lugar: no trajeto há chocolaterias que preparam chocolates sem açúcar. Há saídas diárias, das 10h às 18h, a cada 20 minutos. Cada pessoa paga € 55 e tem direito a degustação de nove chocolates diferentes e a uma taça de cava, café ou chá. Reservas pelo telefone 634-20-0072.


Nova movida madrilenha



La Gabinoteca: varanda lotada em frente à pracinha em área residencial de Madri Foto: Cristina Massari / O Globo
La Gabinoteca: varanda lotada em frente à pracinha em área residencial de Madri
MADRI - A deliciosa capital onde se passeia e se diverte em etapas é para ser saboreada aos poucos. Escolha uma região, um quarteirão, um naco da cidade para explorar. E, se der fome, saboreie-o parando numa tapería, ou melhor, num gastrobar. No país das tapas — refeições ligeiras de bocados para serem degustados com uma taça de vinho, cava ou cerveja — sua capital elevou o estilo ao estado de arte e agora os gastrobares se proliferam. Para fazer um despretensioso e delicioso roteiro por esses gastrobares a receita é simples. E divertida: escolha uma região no mapa de Madri, marque um ou outro ponto para visitar pela cidade e intercale os passeios — se possível a pé, ou de metrô, se estiver muito frio — com paradas nas taperías (com grife, de preferência). Ah, e examine o cardápio atentamente, porque gastrobar que se preza tem recadinho do chef, geralmente preocupado em deliciar seus clientes fazendo com que se sintam em casa. Madri é simples assim. Saboreie-a!
Tapas, diversão e arte
O roteiro pelos gastrobares de Madri não deve dispensar o Paseo del Prado, onde 99,9% dos visitantes circulam para visitar museus como o Prado, Caixa Forum, Reina Sofía ou Thyssen-Bornemisza. Aos domingos, a avenida e seus bares lotam. E, embora esse não seja um bom dia para procurar os gastrobares — muitos deles fecham — quem estiver por lá não vai perder o dia, porque ali pelo Paseo del Prado alguns ficam abertos. O Estado Puro funciona, mas só à tarde. Outro, o La Tapería, abre à noite. Mas este serve de exemplo para a diferença entre uma tapería de grife que honra o nome do seu chef e as taperías comuns. Um oferece um cardápio com estilo, enquanto outro segue a linha petiscos sem personalidade.
La Tapería: Nem todo jamón que reluz é ouro
Não se deixe enganar. Nem todo jamón ibérico que reluz é ouro. E nem toda tapería, mesmo com a assinatura de um chef — Miguel Xavier Monar, nesse caso, honra seu nome. De cara para a entrada do Museu do Prado, com simpáticas mesinhas na calçada com vista para o vaivém do Paseo del Prado, o local é uma escolha fácil para quem cansou de andar. Já estava ficando escuro, e após um longo dia de caminhada, essa tapería bem pertinho do hotel vinha a calhar. O jamón sobre tostadas e tomates ( 5,40) e a porção de batatas cozidas com "molho das Ilhas Canárias" me pareceram simpáticas à primeira vista. Mas as batatas, cozidas e servida numa porção vendida a 8,50 não tinham a mínima graça. Resolvi apelar para o atum grelhado com emulsão de ostras e algas e molho dashi ( 13). Nada tinha muito gosto. O cardápio listava ainda sobremesas universais, sem personalidade, do tipo brownie de chocolate com sorvete de chocolate e calda de chocolate. Passo.
Mas, quem se importa? As mesas na calçada ficam sempre cheias. O ponto não poderia ser melhor: de frente para o parque, com vista para a entrada arborizada do Prado.
La Tapería: Plaza Platería de Martínez n 1, Paseo del Prado 22. Abre de segunda a quinta-feira, das 8h à 1h. Nos fins de semana, das 10h às 2h. Tem outra filial na Calle San Bernardo. Lataperia.es
Estado Puro: Tradição com muito estilo em mesas compartilhadas
As tostadas crocantes com anchovas do Cantábrico sobre lâminas de presunto ibérico de bellota pontuado por tomate e manjericão da foto ao lado ilustram também a capa do livro "Tapas em estado puro", de Paco Roncero, que o atencioso garçom me trouxe para folhear enquanto aguardava meu pedido. O gastrobar é uma das sensações de Madri para os apreciadores da cozinha de tapas.
O presunto e a anchova de sabor suavizado combinaram perfeitamente. E o leve molho de tomate, que é quase uma marca registrada para esse tipo de refeição ligeira na cidade, deixa saudades. Na lista de petiscos frios, o prato é um dos carros chefs do gastrobar Estado Puro, de Roncero, e figurava como a opção mais cara do cardápio da casa: 21. Em seguida, os boquerones fritos al limón ( 7,25) casaram perfeitamente com o vinho branco de Rioja, sugerido pelo mesmo simpático garçom. Cubos de batata frita com pingos de aïoli e ovas de arenque também foram boa companhia para o peixinho frito. Tudo muito bem arrumadinho em porções delicadas servidas em bandejas de pedra tipo ardósia.
As mesas com bancos altos para serem compartilhadas e os balcões com bancos de frente para janelões com vista para a rua contribuem para a informalidade do ambiente de uma tapería. Na decoração, a tradição espanhola é representada pelas presilhas de cabelo, que cobrem uma das paredes do lugar. Na outra parede, um painel à la Norman Rockwell faz honras às refeições rápidas no melhor estilo fast-food. Aqui temos comida ligeira em pequenas porções seguindo a mais autêntica tradição espanhola: tapas em estado puro. A relação custo-benefício compensa, com serviço simpático e comida sem afetações, para lá de saborosa.
A casa é um dos poucos gastrobares que abre aos domingos, quando fecha ao cair da noite. É uma ótima pedida para uma tarde dominical entre uma e outra visitas aos museus próximos: Prado, Caixa Forum ou Reina Sofía. A partir das 14h, fica lotado, com gente de todas as idades. Em comum o fato de ninguém se importar em compartilhar o mesão com bancos altos, como o grupo de amigas que se sentou ao meu lado para dividir porções de salada César e outros petiscos. Outro hit de Paco Roncero são os miniburgueres com batatinhas palha (3 unidades a 10,5).
Com o sucesso do gastrobar nos arredores do Prado, o chef Paco Roncero — diretor gastronômico do Casino de Madrid e considerado um dos discípulos mais conceituados de Ferran Adrià, o que lhe rendeu o crédito de revolucionar a gastronomia madrilenha — abriu outra filial recentemente no NH Palacio de Tepa, um cinco estrelas no bairro Las Letras.
Estado Puro: Na entrada do hotel NH Paseo del Prado. Plaza Cánovas del Castillo 4. Aberto diariamente das 11h a 1h. Fecha no domingo à noite. Metrô: Antón Marín (L1) e Banco de España (L2).tapasenestadopuro.com
Passeando sob as vistas de Colombo
O romantismo de Madri se vê nas ruas. De um lado e de outro do Paseo de Recoletos, entre a beleza da Plaza de Cibeles, enfeitada pela fonte e o palácio que lhe dão nome, e a imponência e a movimentação da Plaza de Colón, com o monumento que homenageia o descobridor das Américas, não é raro ver casais de mãos dadas. À noite, o caminho dos pedestres é iluminado por postes graciosos e mais baixos que os refletores que servem às vias de rolamento. Madri convida o visitantes a longos passeios a pé, mesmo no inverno. Em janeiro e fevereiro, as temperaturas médias ficam em torno de 11 C e a previsão para os próximos dias não desanima. Nessa região, ao menos dois endereços merecem a atenção de quem busca os gastrobares. Mas antes de ir vale conferir os horários. Tem locais que acompanham o comércio e fecham no meio da tarde. Outros são ideais para começar a noite, sempre animada em Madri.
Sula: Elegante como as vitrines de Salamanca
Caminhando pelas vitrines elegantes de Recoletos, em Salamanca, ou após uma visita ao Parque do Retiro, onde ficam o Palácio de Cristal e o Palácio de Velázquez, vale dar uma esticada até o Sula. O ambiente é elegante e minimalista. Tem mesas do lado de fora, mas para tapas o melhor mesmo são as mesinhas em frente ao balcão, frequentado por gente que faz uma pausa no trabalho para um almoço com calma, sem descuidar do sabor, em ambiente discreto e tranquilo.
O jamón Joselito é o astro no cardápio do Sula. Na versão tapas, é servido sobre um crocante e delicioso pedaço de pão: jamón cru reserva Añada 2007 com pan de cristal, caña de lomo ibérico ( 2,50). Aqui vale uma pausa para honrar a fama de Joselito: a fina lâmina sobre a camada de pão crocante encharcado com bom azeite desmanchava na boca. Em seguida, a porção de ceviche de pescado fresquíssimo, com salsa de ervas e limão e um toque de gengibre, servida num copo de vidro, foi outra ótima pedida ( 3). Também vale a pena se aventurar pelo menu degustação em oito etapas, a 29, principalmente se a refeição for curtida a dois. O jamón é um chamariz e o ceviche é memorável.
O Sula foi citado por Ferran Adrià como um dos seus lugares favoritos em Madri. Ele diz que os presuntos e as receitas preparadas pelo chef Quique Dacosta (do El Poblet) atraem as pessoas bonitas da cidade. Também recomendam o Sula o crítico gastronômico Rafael García Santos na imprensa especializada local e Robert Parker, crítico de vinhos.
Sula: Calle Jorge Juan 33, Salamanca. O bar abre de segunda-feira a sábado, das 12h à meia-noite. O restaurante funciona das 13h30m às 16h e reabre às 20h30m, até a meia-noite. Metrô: Principe de Vergara, Serrano, Velázquez. sula.es
Le Cabrera: Ostras com borbulhas
Bar elegante ótimo para começar a noite, que em Madri, sempre promete. Vale dar uma caprichada no visual. O ambiente é de festa: fechado e escuro, com balcão iluminado. No cardápio assinado por Sergi Arola (duas estrelas Michelin) e pelo barman Diego Cabrera, escolha pratos mais glamourosos, como ostras (especialidade da casa) com borbulhas (cava para honrar os produtores nacionais). O menu de drinques é variadíssimo. E a cultura da arte de prepará-los e degustá-los é levada a sério na casa. O serviço é atencioso, com atendentes simpáticos. O recadinho no cardápio convida os clientes a ficarem à vontade: "Entrar em Le Cabrera é sentir o ambiente acolhedor de um espaço desenhado para estar tão a gosto como o salão de sua casa".
Nos fundos do salão, que fica no subsolo, uma estante exibe uma interessantíssima coleção de coqueteleiras e copinhos de drinques. Das coqueteleiras, os olhos passaram para a coleção de panelas e garrafas de sifão em prateleiras numa parede espelhada contornando o salão, que me reavivaram lembranças de família.
O ambiente é bem animado, ideal para embalar o início da noite. No dia em que fui, o som me remetia aos anos 70, com regravações também da década de 1960. Algo como "Blowing in the wind" com arranjo de guitarra elétrica, numa sonoridade meio Beach Boys com uma pegada mais folk. A campainha soa três vezes antes de fechar o bar. Nem dá vontade de ir embora.
Le Cabrera: O bar de coquetéis abre de segunda a quinta-feira, das 16h às 2h. Sextas, das 16h às 2h30m, e sábados, das 13h às 2h30m. O gastrobar abre de terça a quinta-feira, das 13h30m às 16h e das 20h30m à meia-noite. Às sextas e aos sábados, das 13h30m às 16h e das 20h30m às 2h. Paseo de Recolletos y Calle Barbara de Braganza 2.
Entre comidinhas e compras
Vai às compras? Neste quesito, El Corte Inglés é imbatível. Tão indispensável como o Museu do Prado ou o Reina Sofía num roteiro cultural. A megaloja de Nuevos Ministerios fica mais ao norte da área dos museus. E, quem reserva umas horinhas para se perder entre os seus muitos andares e aproveitar as ofertas tentadoras desses tempos de crise europeia, merece um lanche que compense o esforço. Os dois gastrobares que recomendamos para acompanhar o dia de compras não ficam exatamente por ali. Mas, a uma curta — e compensadora — viagem de metrô, ou de táxi.
Aris Bar: Surpresas adocicadas
O Aris Bar fica numa área mais afastada, onde há várias embaixadas (não, a do Brasil não fica por ali), em Chamartín, mais ao norte, nas proximidades de Puerta de Europa. Por fora, você não dá nada e pode até perder a entrada. O bar fica dentro do Hotel Aristos, um discreto três estrelas, de aspecto bem padrão. O gastrobar divide mesas com o restaurante El Chaflán e, por isso, tem horários mais limitados.
O salão tem cara de restaurante de hotel sem charme, com um pequeno átrio cercado de plantas, onde os preços do cardápio são 15% mais altos. Como praticamente todos os clientes que estavam lá, preferi saborear minha refeição ao ar livre.
O cardápio trouxe combinações de receitas tradicionais cuja rotina foi deliciosamente quebrada por toques adocicados. O queijo frito com geleia de tomates ( 2) — composição que não prometia muito, revelou-se uma grata surpresa. Da mesma forma o ceviche de polvo com espuma de maracujá (uma musse bem macia, sem açúcar e com sabor mesmo de maracujá), com temperos picadinhos e um leve toque de gengibre. Na carta, o recado do premiado chef Juan Pablo Felipe revela o lado emotivo de suas receitas criativas: "A cozinha tradicional é patrimônio de cada povo. Preservar os costumes é um dever de cada um de nós. No Aris Bar, os ofereço a cozinha que me transmitiram e hoje transmito a meus filhos. Uma cozinha caseira, saborosa e saudável, feita com carinho e com meus mais sinceros desejos de que recebas um pequenos espaço de felicidade. Bom proveito!"
Aris Bar: Aberto de segunda-feira a sábado, mas só à noite, a partir das 20h30m. Metrô: Pio XII, Duque de Pastrana. elchaflan.com
La Gabinoteca: Decoração inusitada
"Comer e viver" é o lema desta simpática tapería, frequentada, em boa parte, por gente que faz uma pausa para picar na jornada de trabalho. A ideia dos donos, os irmãos Nino e Santi (filhos dos proprietários do Restaurante La Ancha) e Hussi (ex-executivo da área de marketing), foi criar um ambiente informal e divertido onde os clientes também se sentissem em casa. Conseguiram.
A arquitetura brinca com as impossibilidades do imóvel, que tem uma planta verticalizada e faz você descer ou subir escadas para chegar a sua mesa. Se estiver sozinho, experimente as mesas laterais — que parecem cápsulas embutidas na parede, ideais para quem almoça só. Ou os balanços, usados como bancos. O balcão do bar é cercado de ripas de madeira e fica no meio da entrada do restaurante. Foi a decoração mais surpreendente que encontrei. Mas também tem mesas e cadeiras ou bancos normais para quem prefere apenas observar tanta inovação. A clientela é simpática, jovial e descontraída — tipicamente madrilenha. Para quem prefere um pouco menos de descontração, há um ambiente mais reservado no andar de cima.
Uma boa pedida para o lanche da tarde são as bocatas de calamares com chipirones: sanduíche recheado com porção de lula à milanesa. É um clássico madrilenho, que veio crocante, ótimo para ser acompanhado por um copo de chope. As saladas têm boa saída também, e ali, podem ser só de folhas para combinar com o pedido. Os sanduíches custam 5,10.
Nas proximidades, fica o Museu de Ciências Naturais, mas o local está fora do circuitão turístico. Ninguém ao seu redor estará tirando fotos. Ao lado, ruas e prédios residenciais. O edifício onde fica o restaurante também é residencial, e está de frente para uma pracinha. As mesas na calçada costumam lotar primeiro, ao menos no verão.
La Gabinoteca: Calle Fernandez de la Hoz 53, esquina com Bretón de lós Herreros. Aberto de segunda a sexta-feira, das 13h30m às 16h e das 20h30m às 23h30m (às quintas e sextas, até a meia noite). Aos sábados, das 21h à meia-noite. Fechado nos feriados. Metrô: Rio Rosas, Alonso Cano, Gregorio M. lagabinoteca.es
Serviço
Gastrofestival 2012: O festival anual que celebra a tradição gastronômica de Madri acontece de 23 de janeiro a 5 de fevereiro. Mais de 300 estabelecimentos (incluindo museus e galerias de arte) participam. Taperías como o Le Cabrera vão oferecer o combo tapa+cerveja por 3. Os restaurantes participantes terão cardápios especiais por 75. esmadrid.com/gastrofestival