sábado, 21 de julho de 2012

Comida, diversão e arte




A visita ao museu terminou tarde? Que tal uma esticadinha no Bistrô do Museu de Arte Contemporânea (MAC)
Foto: Foto: Divulgação / Gustavo Bressan
A visita ao museu terminou tarde? Que tal uma esticadinha no Bistrô do Museu de Arte Contemporânea (MAC)FOTO: DIVULGAÇÃO / GUSTAVO BRESSAN
RIO - Antes ou depois de visitar as exposições em cartaz, nada melhor para completar o passeio do que uma paradinha para apreciar o cardápio caprichado oferecido pelos bistrôs e restaurantes dos centros culturais. Desde o café da manhã até o jantar, não faltam opções para quem tem fome de arte.

Na hora do almoço, a boa pedida do Bistrô do Paço, no Paço Imperial, é a combinação quiche (de queijo, queijo com cebola e queijo com bacon) e dez tipos de salada (R$ 26,90). Para acompanhar, o chá suíço gelado (R$ 5,20). No Laguiole, no MAM, a sugestão é o magret de pato com foie ao café expresso (R$ 79). A parte mais nobre do pato é servida com um escalope de foie gras marinado em café expresso, acompanhado por molho de chocolate e geleia de maçã verde.Para começar o dia, o The Line, na Casa França-Brasil, oferece um café da manhã completo (R$ 38,90) para duas pessoas. O opção inclui iogurte com mel e granola, mamão, bolo de milho, suco de laranja, cesta de pães, presunto, peito de peru, queijos, manteiga, geleia e requeijão.
Já o bistrô Conexão Sabor, no Oi Futuro do Flamengo, reserva uma opção para naturebas e simpatizantes, às quintas-feiras. É o menu composto exclusivamente por alimentos orgânicos (R$ 30), em que as carnes variam semanalmente entre frango ou tilápia, sempre acompanhadas por legumes, que podem ser substituídos por suflê de legumes e arroz. Todas as opções vêm com o mate da casa e uma sobremesa em miniatura.
E se a ideia é uma paradinha para recarregar as baterias no fim do dia, o café Brasserie Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil, oferece a combinação perfeita de lanchinho: cafezinho expresso (R$ 3,50) e cesta de baguetes feitas no próprio restaurante (R$ 4).
A visita ao museu terminou tarde? Que tal ficar para o jantar? O Bistrô do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, fica aberto até mais tarde às sextas e sábados, e a sugestão é o camarão VG ao molho de queijo brie e arroz preparado no perfume do camarão (R$ 89). Com direito a música ao vivo e uma bela vista.
Serviço
Bistrô do MAC: no Museu de Arte Contemporânea. Mirante da Boa Viagem s/nº, Niterói. Tel.: 2629-1416. Terça a quinta, das 9h às 18h; sexta e sábado, das 9h até o último cliente; e domingo, das 9h às 18h. C.C.: Todos.
Bistrô do Paço: no Paço Imperial. Praça Quinze 48, Centro. Tel.: 2262-3613. Segunda a sexta, das 11h às 20h, e sábado e domingo, das 12h às 19h. C.C.: Todos.
Bistrô The Line: na Casa França-Brasil. Rua Visconde de Itaboraí 78, Centro. Tel.: 2233-3571. Diariamente, das 10h às 20h. C.C.: Todos.
Brasserie Brasil: no Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Primeiro de Março 66, Centro. Tel.:2253-5166. De terça a domingo, das 16h às 21h (café) e do meio-dia às 21h (restaurante). C.C.: Todos.
Conexão Sabor: no Oi Futuro. Rua Dois de Dezembro 63, Flamengo. Tel.:2265-3191. De terça a domingo, das 11h às 20h. C.C.: Todos.
Laguiole: no Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique 85, Aterro do Flamengo. Tel.: 2517-3129. De segunda a sexta, do meio-dia às 17h. C.C.: Todos.


 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Em Buenos Aires tudo acaba em pizza




Forno a lenha da Pizzaria La Rey, popular em dias de jogos de futebol.
Foto: Lucila Runnacles / Agência O Globo
Forno a lenha da Pizzaria La Rey, popular em dias de jogos de futebol.LUCILA RUNNACLES / AGÊNCIA O GLOBO

Uma das regiões que concentra grande número de pizzarias é a Avenida Corrientes, onde fica o circuito de teatros da capital argentina. À noite, ao fim dos espetáculos, as pizzarias ficam lotadas. Com 80 anos de tradição, a Güerrín é uma das mais famosas e há pouco foi declarada bem de interesse cultural. No cardápio, que conta com cem variedades de pizza, as mais pedidas são a fugazza (muita cebola e queijo), a napolitana (alho e tomate), a clássica (só com mozarela) e a de pimentão, presunto e azeitonas.BUENOS AIRES - Já ouviram aquelas discussões eternas de quem faz a melhor pizza do mundo? Arrisco dizer que os argentinos melhoraram a versão italiana. Prova disso é que nem só de carne e empanadas vivem os portenhos. Atualmente, Buenos Aires conta com cerca de 650 pizzarias, segundo a secretaria de Turismo local. Centenas delas com história e tradição; algumas se destacam pela massa ou pelo recheio; outras pela clientela. Motivos para comer pizza não faltam: reunião com os amigos, saída de jogo de futebol, aniversário ou qualquer reunião informal. Para os portenhos tudo é pretexto para saborear uma ou várias fatias.
A poucos quarteirões dali encontramos a La Rey, do outro lado da Avenida 9 de Julio, perto do Obelisco, um dos cartões-postais da cidade. Na pizzaria de dois andares, a napolitana é um dos carros-chefe. Em dia de partida de futebol, a casa fica lotada porque o Obelisco é ponto de encontro de todos os torcedores argentinos.
Continuando pela famosa Avenida Corrientes está a Las Cuartetas, com decoração original de quando foi inaugurada, há mais de 70 anos. Em dois grandes salões com muito barulho, parece que os garçons fazem malabarismo para passar pelas mesas sem esquecer de cada pedido — eles não anotam nada. Os clientes mais fiéis dizem que a fainá (feita com farinha de grão-de-bico) é uma das melhores de Buenos Aires. Outro detalhe na decoração são as mesinhas individuais de mármore, do lado direito, para os clientes que estão sozinhos.
Mais um quarteirão adiante e chega-se ao El Palácio de la Pizza, outro clássico portenho. Nesse lugar despretensioso, a decoração é simples e a modéstia chega aos pratos de metal, mas a clientela é fixa. Depois de algumas fatias da tradicional pizza al molde (de massa alta) com muita mozarela, guarde lugar no estômago para os doces da vitrine. As bombas e os rocamboles são tentadores.
Seguindo o aroma das pizzas, saímos da Avenida Corrientes e encontramos o El Cuartito. Desde 1934, essa pizzaria faz história em Buenos Aires. As paredes são completamente forradas de fotos e cartazes de artistas, esportistas e personalidades argentinas. Como o restaurante é superconhecido e sempre tem fila na porta, olhar as paredes pode ser uma boa maneira de enganar o estômago e se distrair um pouco enquanto se espera pela mesa. Durante a noite, as filas são grandes e, se a pressa for muita, o jeito é saborear uma fatia de pizza no balcão mesmo. A especialidade da casa é a pizza tutti quanti (de massa alta), com muito queijo, presunto, palmito, pimentão e molho rosé.
Massa feita de grão-de-bico é tradição portenha
Os argentinos têm tanta tradição fazendo pizza que criaram vários tipos de massa e maneiras de cozinhá-la. A mais tradicional é al molde (de massa alta), mas tem também a de massa média (mais parecida com a dos botequins do Rio), a la piedra (bem fininha e crocante, assada em forno de barro ou de pedra) e a la parrilla (também muito fina, esta pizza é assada na grelha de churrasco, com carvão mesmo).
Outro costume portenho é saborear uma fatia de pizza acompanhada de uma porção de fainá (massa feita com farinha de grão-de-bico, azeite, sal e água). A fainá é uma receita herdada dos italianos, que a chamam de farinata. Esse prato é típico da região italiana de Gênova. Geralmente, na hora de comer, os argentinos colocam uma porção de fainá embaixo da fatia de pizza.
O turístico bairro de San Telmo também oferece opções para saborear uma boa pizza. Para quem não exige beleza nem conforto, a minúscula Pizzaria Pirilo é o lugar ideal. Uma pequena porta aberta, um balcão e nada mais, não há sequer mesas. Ali saboreia-se a pizza de pé mesmo, algo que os argentinos chamam carinhosamente de dorapa (parado dito ao contrário). O pequeníssimo local de oito metros quadrados não tem nem pratos, a pizza lá é servida no guardanapo. E fazendo jus à simplicidade, as variedades são poucas: mozarela, anchovas, fugazza e fugazzeta (pizza recheada com muita cebola e queijo).
A poucas quadras dali há uma pizza feita de forma diferente. Os argentinos não usam a grelha só para cozinhar carne, eles também a usam para assar suas pizzas. A pizzaria Sr. Telmo é especializado na pizza a la parrilla. Entre os sabores mais pedidos está a de oruga (mozarela, presunto cru, rúcula e queijo parmesão) e a de camarão e mozarela.
Um roteiro de pizzas por Buenos Aires não poderia deixar de fora outro superclássico da cidade, a Angelín. A especialidade é a canchera, que não leva queijo. A pizza é feita só com massa e molho de tomate temperado e ganhou esse nome porque os vendedores ambulantes antigamente ofereciam esse tipo de pizza na saída dos jogos de futebol, en la cancha. Daí o nome de canchera.
Serviço 
Pirilo: Abre de terça-feira a domingo, das 13h às 16h e das 18h à meia-boite. Calle Defensa 821, San Telmo.
Sr. Telmo: Abre de segunda-feira a quinta-feira, das 10h à meia-noite. De sexta a domingo, das 10h às 2h30m. Calle Defensa 756, San Telmo.
Angelín: Diariamente das 18h à meia-noite. Avenida Córdoba 5.270, Villa Crespo.
Güerrín: De domingo a sexta-feira, das 11h à 1h. Aos sábados, fecha às 2h. Avenida Corrientes 1.360, Centro.
La Rey: Abre de segunda a sexta-feira, das 10h30m às 2h. Aos sábados e domingos, das 11h às 2h. Avenida Corrientes 961, Centro.
Las Cuartetas: Abre de segunda a sexta-feira, das 11h à meia-noite. Aos sábados, de meio-dia às 2h. Aos domingos, das 19h à 1h. Avenida Corrientes 836, Centro.
El Palácio de la Pizza: Abre de segunda a sexta-feira, das 10h às 2h; sábados, das 10h às 4h. Fecha aos domingos. Avenida Corrientes 751, Centro.
El Cuartito: Abre de terça-feira a domingo, das 12h à 1h. Rua Talcahuano 937, Centro.


domingo, 15 de julho de 2012

Um roteiro de cafés da manhã em Buenos Aires



Uma dica que seguimos foi o Café del Pilar, na esquina da Junín com Gral.Las Heras.
O ambiente do café é uma graça:
E pode-se escolher entre vários tipos de café da manhã, todos igualmente apetitosos. Normalmente consistem de café com leite (que pode ser trocado por café puro ou chá), medialunas(semelhantes aos croissants) e tostadas:

Buenos Aires Grill - Avenida Santa Fe, o  – que serve um café da manhã delicioso:


Um dos meus cafés favoritos em Buenos Aires, a partir desta última viagem, foi o Café de la Rambla, na esquina da Posadas com a Ayacucho. Eu não o conhecia antes e foi uma descoberta totalmente por acaso. Como eu freqüentei Buenos Aires tanto tempo sem saber da existência do chocolate caliente do La Rambla,muy fuerte, feito, como gentilmente me explicou o garçom, com uma barra de chocolate amargo e outra ao leite?!? 8)
E o lugar em si, não é absolutamente lindo?!?

Confitería Québec, na Avenida Callao:
O lugar é relativamente pequeno, há poucas mesas, mas tudo é delicioso…

Um lugar onde fomos apenas à tarde, mas que não deixa de ser uma opção para o café da manhã, é o Café La Biela:
É um fato que os preços lá são proporcionais à fama do lugar, mas vale experimentar…

Café Tortoni – modo de usar:
Um outro lugar que é super turístico, mas que eu simplesmente AMO e onde não deixo de ir nunca, principalmente quando faz frio, é o Café Tortoni, na Avenida de Mayo:
Não deixo de ir nunca porque não me importo que o Tortoni seja turístico. Isso não me faz diferença… O que me importa é que, seja turístico o quanto for, ele nunca vai deixar de ser um dos cafés mais lindos onde eu já fui, onde tomo os chocolates quentes mais deliciosos que existem, e que, além disso, está situado na avenida que tem a arquitetura mais bela de toda Buenos Aires.

Eu gosto de ir pela manhã, de preferência no meio da manhã, quando a maior parte dos portenhos já está no trabalho e os turistas ainda não chegaram. Dessa vez, entrei no café às 09:30 h e estava até mais vazio do que eu esperava:
Logo fomos atendidas e pedimos nosso café da manhã. Eu, claro, pedi o meu velho conhecido, o chocolate espeso, um dos meus favoritos. Os outros são o submarino (aquele da barrinha de chocolate no leite fervente) e o chocolate con cognac, que eu reservo para aqueles dias de frio absurdo… O chocolate espeso é misturado pelo próprio cliente, na mesa, na medida em que preferir – o chocolate derretido vem em uma jarrinha à parte, e é daqueles que povoam os sonhos de todo chocólatra… :lol:
Quando saímos, mais ou menos uma hora depois, o café já estava um pouco mais cheio, mas nada lembrava a multidão que se aglomera por lá nos fins de tarde:
Acho que vale a pena, mesmo para quem esteve lá e não gostou, dar uma nova chance. É turístico, sim, mas acima de tudo, é histórico, é parte da tradição da cidade. Ah, sim, mas acho que não vale a pena provar os churros, não, Ok? Pelo menos se vocês, como eu, gostarem dos que são recheados com doce de leite. É que, na terra do melhor doce de leite do mundo, os churros não têm recheio… :-(

sábado, 7 de julho de 2012

O sucesso da sorveteria italiana Grom mundo afora



Guido Martinetti, à esquerda, e Federico Grom na fábrica de Costigliole d'Asti: obsessão por sorvetes de qualidade. Foto: AFP
Guido Martinetti, à esquerda, e Federico Grom na fábrica de Costigliole d'Asti: obsessão por sorvetes de qualidade.AFP
RIO - Quando visitou Florença, na Itália, a atriz Sarah Jessica Parker ficou encantada. Não pelos tesouros artísticos que existem na cidade, mas por um lugar que, na mente da atriz, valeu mais que mil museus: a sorveteria Grom. Com 58 lojas no país, e outras na França, Estados Unidos e Japão, a sorveteria dos sócios Guido Martinetti e Federico Grom é um sucesso na produção de sorvete artesanal de alta qualidade.
Martinetti tinha know-how no trabalho de vinhos e resolveu investir em outro ramo com o amigo Federico. As portas da primeira loja foram abertas em maio de 2003, em Turim, com a filosofia de utilizar sempre as melhores matérias-primas na produção. Os ovos são orgânicos, o café e o coco são os mais conceituados da América Central. O leite vem da fazenda da empresa, em Costigliole d'Asti, onde também são plantadas muitas das frutas usadas nos sorvetes. Corantes e outras artificialidades, nem pensar.
- Nos últimos 20 anos, houve uma tendência de preparar comidas da forma mais simples possível. O mesmo aconteceu com o sorvete. Mas fazer alguma coisa que realmente seja boa leva tempo e, claro, trabalho pesado - disse Martinetti à revista Monocle.
O sucesso foi enorme e pouco tempo depois, em janeiro de 2005, a expansão da rede começou. Em 2007, a dupla italiana se aventurou além-mar e levou a Grom para a cidade de Nova York. Foi o primeiro passo para a expansão internacional. Hoje também é possível experimentar os “gelatos” em Malibu, Pari, Osaka e Tóquio. Agora, Sarah Jessica Parker pode ficar tranquila: o sorvete Grom está mais perto


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pizza de caviar e lagosta




Até quanto você aceita pagar por uma pizza? R$ 100? R$ 200? Que tal US$ 1000? É o preço que a Nino Bellisima Pizzeria, de Nova York, deu para sua "The Luxury Pizza".
E realmente é um luxo. Ela é feita com seis diferentes tipo de caviar, que, sozinhos, já jogam o preço para US$ 820. Mas como não dá para fazer uma pizza só com as famosas ovas de peixe, adicione aí mais US$ 180 para cobrir as despesas com massa, queijo e uma super lagosta de Maine. 

Copacabana, final da tarde


Hotel Boutique em Chicago

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Novo hotel boutique no Soho de Buenos Aires




Mais afastado do centro, porém perto da badalação da Praça Serrano
Foto: Divulgação
Mais afastado do centro, porém perto da badalação da Praça SerranoDIVULGAÇÃO
BUENOS AIRES - O bairro de Palermo acaba de ganhar um novo hotel na região do chamado Soho portenho. Há menos de um mês abriu suas portas o BASohotel, uma alternativa para quem está procurando um hotel tipo boutique, numa localização afastada do centro, mas próxima dos bairros de Belgrano, Palermo e Recoleta. Fica a apenas quatro quarteirões da Praça Serrano, um dos points de Palermo, com seus restaurantes, lojas e feirinha de artesanato nos fins de semana. Este simpático e sofisticado hotel da capital argentina oferece um excelente atendimento e quartos equipados com TV de tela plana, banheiros modernos e uma decoração caprichada, com camas amplas (alguns quartos têm duas camas de casal), varandinha com mesas e cadeiras para os dias e as tardes de sol, frigobar e mesas de trabalho para quem estiver em viagem de negócios. O hotel tem, ainda, estacionamento, restaurante — para um jantar tranquilo depois de um longo dia de passeios — piscina climatizada e salão para eventos. São apenas 33 quartos e funcionários atenciosos. O BASohotel (basohotel.com) está localizado da Calle Borges, esquina com Paraguai. Tarifas oscilam entre US$ 170 e US$ 210 mais impostos (21%), com café da manhã incluído.
Gastronomia: tempero latino. Na Calle Baez, veia central do bairro gastronômico de Las Cañitas, podem ser encontrados restaurantes variados. Para os amantes da comida peruana, o Lima Mia (Baez 211) é uma grande pedida. Os mais recomendados são os tiraditos, mas o sushi também é muito bom. Para acompanhar, pisco de maracujá e pêssego e, de sobremesa, um suspiro limenho. Ao lado, o Lupita oferece cardápio de comida mexicana tradicional: quesadilhas, tacos e burritos, entre outras delícias. Neste caso, uma dose de tequila vai bem com todos os pratos.


domingo, 1 de julho de 2012

Os novos aromas da Riviera Francesa



O chef Giorgio Grilenzoni conversa com os clientes nas mesas ao ar livre do restaurante Chat Noit, Chat Blanc em Nice, na França
Foto: Rebecca Marshall / New York Times
O chef Giorgio Grilenzoni conversa com os clientes nas mesas ao ar livre do restaurante Chat Noit, Chat Blanc em Nice, na FrançaREBECCA MARSHALL / NEW YORK TIMES
NICE - Por muitos anos, o guia Michelin concedeu tantas estrelas aos restaurantes ao longo da Côte d’Azur, a glamourosa faixa litorânea conhecida como Riviera Francesa, que os livros passaram a vir com um mapa anexo da região, de forma a exibir de maneira mais legível os nomes. Hoje, porém, não são os salões chiquérrimos, os garçons vestindo smokings e os preços vertiginosos que brilham na região. Mas sim os pequenos, casuais e acolhedores espaços com chefs que fazem dos produtos locais os protagonistas em menus sazonais a preços bem razoáveis. O último verão viu um aquecimento desta tendência, à medida em que diversos bistrôs foram inaugurados, recuperando a reputação do litoral mediterrâneo como um dos melhores lugares para se comer na França. Acompanhando essas novidades da minha casa em Paris, encontrei ótimas desculpas para passar um fim de semana prolongado na Riviera e planejei uma maratona gastronômica de Nice a Antibes.
Inspirações italianas e nipônicas representam a Nice de hoje
Como eu já havia descoberto em visitas anteriores, esta ensolarada região é um ótimo lugar para se comer principalmente porque é um ímã de talentos gastronômicos, atraídos pela despensa da Riviera Francesa (frutos do mar recém-pescados no Mediterrâneo e frutas, vegetais e ervas frescas, vindas de pequenas fazendas no interior) e por uma clientela rica e fiel de moradores e turistas apaixonados por comida. Também ajuda ser um lugar realmente incrível para se morar. Entre os meus restaurantes preferidos em Nice, com suas vibrantes versões da cozinha local, estão o Chat Noir, Chat Blanc e o Flaveur.
O primeiro fica escondido em uma travessa charmosa, atrás de terraços cheios de turistas que se distraem observando e fotografando o mercado de Cours Saleya em Nice. O diminuto bistrô de Giorgio Grilenzoni, que o chef milanês abriu em 2010, serve deliciosa e moderna comida mediterrânea e — se você conseguir uma das três mesas na calçada — exibe um pouco do cotidiano do bairro.
Almoçando sozinho, eu me decidi por uma taça de vinho branco para curtir o movimento. Todos no bairro adoram Grilenzoni, e ele também os adora. Empurrando sua bicicleta oficial amarela, o carteiro entregou a correspondência ao chef, acrescentando com alegria: "Pas de factures!" (sem contas). Um vendedor do mercado passou para dar alguns tomates que não foram vendidos, e o paquistanês da loja vizinha de temperos veio puxar papo.
— Le Vieux Nice é uma vila, e é surpreendentemente internacional — disse Grilenzoni. — O que temos em comum é o amor pela boa mesa.
Grilenzoni e Nicola Sikic — que elabora as sobremesas e comanda o salão — trabalharam no luxuoso restaurante de Nice La Reserve na época em que o chef finlandês Jouni Tormanem tocava a cozinha. Mas mesmo cozinhando na Côte d’Azur, Grilenzoni decidiu seguir, com orgulho, suas raízes italianas. Como fica evidente no menu daquele dia: uma formidável entrada de foi gras com cerejas negras sauté, seguida de um soberbo risoto de minúsculas ervilhas doces coberto por um polvo guarnecido com molho bolonhesa, dois gordos camarões grelhados e rúculas selvagens.
— Os franceses não entendem que não se deve adicionar creme de leite ao risoto. A consistência cremosa deve vir do amido no arroz arbóreo — diz ele, incrédulo, enquanto finalizava um prato de tiramisù com mascarpone. — Mas eu os perdoo por causa dos incríveis queijos.
Na tradicional Nice, não faltam senhorinhas de sapatilhas lamé douradas levando seus cães para passear. Mas na visita que fiz no último verão, a clientela jovem do Flaveur, que ganhou uma estrela Michelin no ano passado, pendia mais para a moda dos óculos escuros de armações gigantes combinados com marcas italianas caras de sportswear. Também pareceu animada pelo cardápio incomum, um delicioso exemplo de uma cidade rejuvenescida.
O Mediterrâneo sempre foi um caldeirão de trocas gastronômicas, enquanto o comércio e as guerras levavam sabores, ingredientes e técnicas por suas margens. Hoje, porém, muitos dos melhores chefs jovens da Riviera estão procurando inspirações além do horizonte. Entre eles, estão Gaël e Mickaël Tourteaux, irmãos que lideram a compacta cozinha do Flaveur.
Gaël, o mais velho, nasceu em Reims, e Mickaël em Guadalupe. E ambos tiveram como mentores dois dos grandes maestros da Riviera — o chef estrelado Alain Llorca, que já comandou o Le Chantecler no Hotel Negresco em Nice, e agora tem uma casa com o próprio nome na cidade vizinha de St.-Paul-de-Vence; e o chef japonês radicado em Nice Keisuke Matsushima. Não é, então, nenhuma surpresa o uso hábil e original de produtos tropicais, sabores e ingredientes asiáticos e provençais por todo o nosso menu degustação.
A começar pelo delicado porém vigoroso salmão com abacate e molho de maçã verde, geleia de limão kaffir, e rougail — um molho creole de tomate e gengibre. Seguido de fatias de bife Angus servidas com cogumelos, agrião e consommé de cebola, incrementados por uma porção generosa de satay (o molho asiático de amendoim); e depois, um bacalhau cozido em missô, servido com frutas cítricas. Terminamos divinamente com um cheesecake de coco, acompanhado de abacaxi gelado salpicado de raspas de limão.
O valor de um peixe com sabor de peixe
Cagnes-sur-Mer não é o destino turístico que sua vizinha Nice é, e isso está de bom tamanho para o chef Jacques Maximin, de 64 anos. Depois de uma carreira que inclui a parceria com Roger Vergé no Moulin de Mougins, perto de Cannes, e duas estrelas Michelin com o Le Chantecler, em Nice, ele abriu o primeiro de seus restaurantes, Théâtre Jacques Maximin, num antigo teatro de Nice em 1989.
— Simplicidade é a chave para a felicidade, e também para uma boa comida — filosofa Maximin, a quem o celebrado chef espanhol Ferran Adrià define como "seu mentor".
Em 2010, ele reabriu o Le Bistrot de la Marine numa casa de pescador à beira-mar de 1869, pintada de amarelo-açafrão.
— Eu queria abrir um restaurante aonde todos pudessem vir — explica Maximin.
De fato, o menu de duas etapas por 25 euros servido nos almoços e jantares é um dos melhores negócios na Riviera (também há um cardápio à la carte). O chef foi laureado com uma estrela Michelin no ano passado, mas o maior orgulho de Maximin está na qualidade dos ingredientes:
— A maioria das pessoas não entende o luxo que é um peixe selvagem hoje em dia, mas espero que sintam a diferença.
O almoço de domingo tem um público diverso: um casal em trajes de linho, que chegou num Bentley, senta-se perto de uma matrona com o neto tatuado. Pedimos dois aperitivos geniais: ovos cozidos com beterrabas sob ovos de arenque, servidos com uma dose de sopa de beterraba e framboesa; e sopa de tomate cercando uma pequena ilha de tartare de robalo, almôndegas frescas e vagem.
Seguimos com um prato que prova por que Maximin é um dos melhores do país quando o assunto é peixe: um saint-pierre (tilápia) inteiro à niçoise, preparado em caçarola de cobre com molho "quatre quarts" — clássico do chef, que mistura iguais porções de azeite, água, manteiga e suco de limão — com tomates, batatinhas, azeitonas, erva-doce e tomilho.
— A boa receita de peixe é sempre a que deixa com mais gosto de peixe — disse Maximin, encolhendo os ombros quando o elogiei pela receita.
Boemia embalada a champanhe
Para quem procura o hoje raro ar da boemia que colocou a Riviera Francesa no mapa décadas atrás, não há lugar melhor ao longo da costa que do que a cidade velha de Antibes. Vá depois de escurecer, quando os turistas já foram e os locais lotam cafés em terraços iluminados por guirlandas de luzes penduradas entre as árvores. Com a excelente gastronomia provençal, a atmosfera amigável e artística torna o L’Armoise uma delícia.
Quando cheguei com um amigo fotógrafo no pequeno salão em uma noite de domingo, a voz de Amy Winehouse saía das caixas de som e o chef, Laurent Parrinello, nos cumprimentou de trás do balcão na cozinha aberta. Um hospitaleiro garçom nos serviu fatias de polenta branca sauté coberta de raspas de trufas de verão, harmonizando com o vinho branco local.
Parrinello muda o menu — duas entradas, pratos principais e sobremesas — semanalmente, de acordo com o que ele encontra no mercado próximo. Nossa entrada de risoto de aspargo, com coulis de ervas, era suave e ao mesmo tempo suculenta. Os pratos principais também foram excelentes: mignon de vitela com minicenouras, pomelo (grape fruit) e um molho de carne enlouquecedor; e robalo com pimentas piquillo e erva-doce.
Na sobremesa, acabamos engatando um papo com uma bela cantora norueguesa loura e bebericando champanhe noite adentro — um poético final de canção, clássico da Riviera, que bem harmoniza com a notável nova gastronomia.
Chat Noir, Chat Blanc: Fica na Rue Barillerie 20. Nice. Tel.  +33 (4) 9380-2869. Almoço para duas pessoas, sem bebida ou gorjetas, sai por 60 euros. Fechado aos sábados no almoço e aos domingo.
Flaveur: Rue Gubernatis 25. Nice. Tel.  +33 (4) 9362-5395. Menus de almoço custam 29 ou 37. Menus de jantar, 45 euros ou 70 euros. Fechado no almoço de sábado, e aos domingos e segundas-feiras.flaveur.net
Le Bistrot de la Marine: Blvd. de la Plage, Cagnes-sur-Mer 96. Tel.  +33 (4) 9326-4336. A refeição à la carte para dois sai por 150 euros em média. Menu fechado: 25 euros. Fecha segunda e terça-feira. bistrotdelamarine.com
L’Armoise: Rue de la Tourraque, Vieil-Antibes. Tel.  +33 (4) 9294-9613. Menus fechados por 40 euros, 45 euros ou 70 euros. Fecha às segundas.