terça-feira, 30 de novembro de 2010

Aquecimento global gerará verão mais quente da história em 40 anos

Cúpula do clima de Cancún (Fonte: swissinfo.ch)

Nesta segunda-feira, 29, representantes de países ao redor do mundo se reuniram em Cancun, no México, para o primeiro grande debate sobre o clima desde o encontro de Copenhague, em dezembro de 2009. Embora progressos sejam possíveis, é provável que a estagnação nos avanços permaneça. O que continua fora de cogitação, como em Copenhague, é um acordo sobre um programa plausível para manter um controle sobre as mudanças climáticas. O mundo esquentou 0,7 graus no último século, e ao final do século XXI, será três graus mais quente do que no começo da Revolução Industrial. Aumentos na temperatura média serão menos perceptíveis do que aquelas nas temperaturas extremas.
De acordo com uma comparação, realizada em 2009 por David Battisti e Rosamond Naylor, usando mais de 20 modelos climáticos, em 2050, há uma possibilidade entre 10 e 50% de que o verão médio na maior parte do mundo seja mais quente que qualquer verão já registrado até hoje. Em 2090, as chances de que isso aconteça serão de 90% na maior parte do planeta, como mostra o gráfico abaixo.


O notório saber de Niemeyer

Oscar Niemeyer reproduz desenhos de Brasilia


Que Oscar Niemeyer é o maior nome da arquitetura brasileira ninguém duvida. São do gênio mais que centenário diversas obras espalhadas em todo o mundo nas quais ele consegue extrair leveza de algo tão pesado quanto o concreto. Para enumerar as obras do mestre seriam necessários diversos parágrafos que tornariam chatíssimo qualquer texto sobre arquitetura. A lista de premiações, esta então daria mais de uma lauda, tamanho é o reconhecimento a este carioca, nascido em 1903 e que fará 103 anos no dia 15 do mês que vem. Brasília, seu maior legado, é uma ilha de concreto e vidro cercada de Niemeyer por todos os lados.
 
E é aí que mora o problema. A portaria do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural que determinou o tombamento arquitetônico de Brasília e firmou, em 1990, os gabaritos que regem o plano piloto, acabou alterada em 92 – para fins de conclusão. A portaria nº 314, 8/10/1992, Art. 9º, § 3º do IPHAN autoriza que “excepcionalmente, e como disposição naturalmente provisória, serão permitidas quando aprovadas pelas instâncias legalmente competentes, as propostas para novas edificações encaminhadas pelos autores de Brasília – arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer – como complementações necessárias ao Plano Piloto original”. Essa brecha – que permite apenas a Niemeyer e Costa (que em vida nunca se valeu da prerrogativa) pintar e bordar no projeto original – por motivos óbvios, é inconstitucional pois desrespeita o princípio da impessoalidade de uma lei.
Contratado sem licitação, muitas vezes por seu notório saber, o escritório de Niemeyer passou a desenvolver projetos na área tombada de Brasília, erigindo prédios fora do gabarito, driblando as regras urbanísticas. “Todo mundo – que quer escapar da legislação e ferir o plano piloto – entrega o serviço para o escritório dele. Niemeyer tem uma extensa rede de amizades que permite a ele exercer um monopólio sobre os projetos arquitetônicos da Capital Federal, revela a Opinião & Notícia a arquiteta, historiadora e professora da UNB, Sylvia Ficher.

A professora afirma que “da Rodoviária para baixo – salvo umas três ou quatro exceções – todas as obras são dele. Obras públicas exigem concurso público. É surpreendente que um único escritório fique com todos os projetos de obras públicas do país”. Na canetada de Niemeyer, graças à falha da legislação, o arquiteto exerce seu monopólio do que a professora denomina de “arquitetura cívica”. Os projetos de todos os tribunais superiores de justiça da capital são assinados por ele e se valem desse subterfúgio para ferir regras urbanas de gabarito.
É assim com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – ao custo de R$ 336,7 milhões -, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) – pela bagatela de R$ 498 milhões – e TRF2 – por R$ 115 milhões. Ocorre o inacreditável: os tribunais ferem a legislação que deveriam proteger. Duvida você do que lê, mal acredito no que escrevo. Desde 2001, o escritório Arquitetura e Urbanismo Oscar Niemeyer já recebeu R$ 10,6 milhões por serviços realizados para o governo federal. Este ano, a empresa já recebeu cerca de R$ 1,3 milhão apenas pelo conjunto de pré-projetos para a nova sede do TSE.
Um exemplo de que Niemeyer tudo pode repousa impávido colosso no início do eixo monumental – área não edificante de Brasília. É a Catedral Militar da Rainha da Paz que acabou erguida graças ao autógrafo que é sinônimo de livre acesso. Inaugurada em 94, a igreja tem formato triangular que lembra uma barraca de campanha.

O arquiteto carioca Flávio Santoro – do escritório AJS Arquitetura e Design – lembra a O & N que quando Brasília foi criada, em escritórios provisórios e naquele clima de “50 anos em 5″, a arquitetura e o próprio país atravessavam um momento peculiar de criatividade artística e cultural que se evidenciou, na perspectiva do tempo, como um período único e propriamente datado, chamado Modernismo. “Acredito que as obras no Eixo Monumental deveriam ser encerradas e este espaço, preservado. Isso não impediria que Niemeyer continuasse mostrando sua arquitetura escultórica para o mundo, tendo reconhecido o seu legado histórico”, afirma.

A praça que não saiu do papel

Já para a Praça da Soberania, o governo do Distrito Federal – leia-se José Roberto Arruda – contratou o escritório de Oscar Niemeyer para fazer o projeto sem licitação e sem concurso público em local considerado non-aedificandi. O então governador aprovou a proposta publicamente: um obelisco inclinado instalado numa praça com piso todo de concreto no canteiro central da Esplanada dos Ministérios com o principal objetivo de “esconder” um estacionamento para três mil carros em seu subsolo.

O descontentamento e mal estar entre os arquitetos foi evidente diante da realização de mais uma grande obra pública, com a contratação de um escritório, sem a realização de concurso. Sylvia Ficher escreveu artigo denunciando o que chamou de “direito indiscutível de projetar que seria operado pelo escritório do arquiteto”. O seu texto causou todo tipo de reações, desde raivosas àquelas de apoio. O próprio Conselho de Planejamento Territorial do Distrito Federal (Conplan) já vinha questionando a legitimidade do dispositivo estabelecido pela Portaria nº 314. Em sua própria defesa, Niemeyer também se valeu de artigos e entrevistas sustentando que se Brasília precisava de modificações, caberia a ele o direito de fazê-las, lembrando que centros urbanos como Paris e Barcelona também sofreram alterações consideráveis. Esqueceu-se Niemeyer de que estas são duas cidades milenares. Importante lembrar que Haussmann redesenhou uma Paris caótica e a transformou nessa cidade alegre e cheia de possibilidades – bem diferente da nossa monótona capital. O arquiteto confrontou seus críticos dizendo que tratavam-se de pessoas desconhecidas.

Amigo de Niemeyer, Carlos Magalhães se manifestou contra a praça-estacionamento: “O Oscar é muito grande para se submeter a essa bobagem. Ele tem que compreender que Brasília não é mais dele e está se defendendo sozinha”. Niemeyer sentiu o fogo-amigo: “Eu me sinto muito apoiado pelos meus amigos, de modo que vou continuar. Estou numa trincheira e não abro mão. Sou um arquiteto, com um trabalho feito”. A polêmica retumbou na imprensa. Questionado sobre a aprovação instantânea do projeto do escritório carioca, Arruda – àquela altura com problemas demais na cabeça – alegou falta de previsão orçamentária para a obra e encerrou a polêmica. O mundo deu voltas, Arruda caiu em desgraça. A praça não saiu do papel.
Esse tipo de problema não ocorre apenas em Brasília. Em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, mais contestações: o escritório de Niemeyer ganhou sem licitação o projeto da nova sede do legislativo local no valor de R$ 1,25 milhão. O Jornal da Cidade fez uma enquete com seus leitores e 82,3% deles foram contrários a não realização de concorrência. “Não há porque existir uma reserva de mercado para Niemeyer, por mais genial que seja sua obra”, afirmou o procurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do DF, Jorge Ulysses Jacoby.
A notória especialização é controversa e subjetiva como afirma ao O & N o advogado Raphael Nunes, do escritório Tavares, Matteoni, Freitas de Souza & Figueira de Mello: “Embora não seja a única causa de inexigibilidade em licitações, a “notória especialização” certamente é a mais controversa, justamente em razão da grande subjetividade envolvida em tal qualificação. O problema não está na norma, mas sim em sua interpretação, seja pelo Poder Público ou pelo particular beneficiado, pois comumente utiliza-se a “notória especialização” para burlar o processo licitatório e seus princípios mais basilares, tais como os da moralidade, economicidade e impessoalidade, por exemplo”, ensina.
A polêmica já atravessou fronteiras. Políticos e arquitetos alemães contestaram os custos altos e a ausência de uma concorrência formal que permitiu ao escritório carioca tocar o projeto do pólo de lazer aquático de Potsdam, em Brandemburgo. Naquele país, nenhuma obra pública pode ser contratada sem licitação ou concurso – salvo aquelas de valor artístico notável, condição da qual valeu-se Niemeyer.
No escritório no Rio, localizado na Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul da cidade, o engenheiro José Carlos Sussekind é o principal interlocutor do arquiteto e o calculista que viabiliza os projetos rabiscados por Niemeyer. A neta Ana Elisa Niemeyer e o arquiteto Jair Valera são sócios no escritório. Ela é também a diretora executiva da Fundação que leva o nome do avô. Entrevistado certa vez, Niemeyer disse ter a seu lado engenheiros corajosos que apimentam seus projetos. São eles Emílio Baumgart, Joaquim Cardozo, Fernando Rocha Souza e Contarini. Segundo depoimento de quem frequenta o endereço, Niemeyer exerce pleno controle de qualidade sobre os projetos que cria. A esposa do mestre, Vera Lúcia, responde por sua assessoria de imprensa, mas é uma pessoa extremamente ocupada em reuniões e telefonemas. As inúmeras ligações feitas para o escritório esbarraram no eficiente Fabrício e na irritante musiquinha eletrônica que lembra o joguinho eletrônico Pac Man.

Quem será a ‘próxima vítima’ do WikiLeaks?


Julian Assange, fundador do WikiLeaks (Fonte: Getty Images)

Em entrevista à revista Forbes, o fundador do site de vazamento de informações WikiLeaks, o australiano Julian Assange, anunciou que está preparando para o início de 2011 a divulgação de documentos que envolvem uma importante instituição financeira dos EUA.
Assange não disse qual instituição financeira seria essa, mas assegurou que as informações que o WikiLeaks trará à tona “podem quebrar um ou dois bancos” norte-americanos.

’11 de setembro diplomático’

“Temos um megavazamento relacionado a um banco. Não é da dimensão do material do Iraque, mas se trata de dezenas ou de centenas de milhares de documentos”, disse o fundador do WikiLeaks.
No último domingo, 28, o WikiLeaks começou a publicar milhares de documentos confidenciais dos órgãos de Relações Exteriores dos EUA e criou um “11 de setembro diplomático”. O jornal espanhol El País classificou o vazamento como o maior da história.

Fim de ano: Vai viajar? Conheça a nova lei de bagagens

Você já precisou se dirigir até o balcão da Receita Federal do aeroporto para preencher a declaração de saída temporária de bens eletrônicos importados, como notebooks, antes de embarcar em um avião rumo ao exterior? Pois não precisará mais. Basta ter a nota fiscal em mãos, para o caso de lhe ser requisitada pelos fiscais da aduana. Esta é uma das novidades trazidas pela nova lei de bagagens, que está em vigor no Brasil desde o dia 1º de outubro deste ano.
A nova lei tem o objetivo de desburocratizar os procedimentos alfandegários nas fronteiras e aeroportos do país, além de combater o contrabando de mercadorias de forma mais efetiva. A Receita prevê que as novas regras reduzam as filas para a fiscalização da bagagem dos viajantes que entram e saem do território nacional.
A principal mudança é a isenção de impostos para bens trazidos do exterior considerados de uso pessoal. Segundo a nova lei de bagagens, câmeras fotográficas, relógios de pulso, celulares, equipamentos portáteis para reprodução de áudio e vídeo e pendrives podem ser trazidos do exterior sem que seja necessário declará-los no formulário de importação de bens, desde que na quantidade de uma unidade por pessoa.

Celulares isentos só para uso profissional

Estes objetos, que antes eram tributáveis, não precisam mais ser declarados à Receita Federal, mesmo que a soma dos seus valores ultrapasse a cota máxima de US$ 300 para quem entra no Brasil pela via terrestre ou de US$ 500 para quem chega de avião. Itens como roupas, sapatos, óculos e produtos de beleza ou artigos de higiene pessoal também não são contabilizados nesse limite.

Mas atenção: quem entra no país com uma câmera fotográfica ou com um celular comprado na viagem ao exterior precisa provar que adquiriu os produtos para uso profissional. Isto significa que, a rigor, ainda não é possível aproveitar uma viagem internacional para comprar um iPhone desbloqueado sem ter que pagar 50% de imposto sobre o valor do aparelho, caso o viajante não consiga convencer o fiscal da alfândega de que o comprou para trabalhar, e na hipótese de o valor do produto exceder o valor limite para suas compras no exterior. Além disso, filmadoras e notebooks comprados fora do país continuam sendo contabilizados dentro dos limites de valor de mercadorias trazidas de outros países. Ou seja: continuam sujeitos a tributações.

Lembrancinhas liberadas

A nova lei, que faz parte de um acordo de unificação das regras para bagagens assinado pelo Brasil em 2008 no âmbito do Mercosul, permite ainda que se traga nas malas até 12 litros de bebidas alcoólicas, dez maços de cigarros com 20 unidades cada um, 25 unidades de charutos ou cigarrilhas e 250 gramas de fumo.

É uma boa notícia para quem gosta de trazer lembrancinhas padronizadas do exterior a fim de distribuir entre a família e os amigos no Natal: a nova lei de bagagens liberou até 20 unidades de pequenos presentes que custem menos de US$ 10, com o limite de dez iguais. Isto significa que você pode trazer dez estátuas da liberdade ou dez torres Eiffel, em miniaturas, é claro, que elas não serão levadas em conta para o cálculo do limite de valor.
A Receita federal disponibilizou em seu site  uma página com perguntas e respostas sobre a nova lei , e um guia rápido sobre tratamento de bagagens. Vale checar antes de embarcar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Comer, rezar, amar’, o filme, leve, com diversas leituras


Feriado de 15 de Novembro, final de tarde, uma seção de cinema, pipoca e refrigerante. A escolha do filme é fundamental para encerrar o ciclo de repouso. 


Minha escolha foi por   Comer, rezar e amar . A história autobiográfica fala sobre Liz que, apesar do sucesso profissional e pessoal, sente-se vazia. Para se preencher, a escritora decide reencontrar os seus prazeres perdidos, como o gosto pela boa comida. Ou o conforto de uma religião, principalmente uma exótica para os ocidentais. Por isso, ela escolhe visitar a Itália e Índia, respectivamente. A Indonésia é escolhida para que Liz possa se reencontrar com um guru, que tinha previsto que ela voltaria. Mas lá ela encontra o terceiro caminho desse tripé, ao conhecer Felipe (brasileiro). Javier Bardem até se arrisca em algumas palavras e expressões em português, como “falsa magra”, mas sempre escorrega no sotaque. Será que está faltando bons atores brasileiros de nível internacional? 

Além dessa história de redescoberta, o filme se baseia também em boas histórias laterais que enriquecem o caminho de Liz – e alongam o filme, talvez um pouco além da conta. Na Itália, ela conhece um grupo que a adota, levando-a para restaurantes e até para casas de campo, onde passam o feriado de Ação de Graças. É na Itália que ela começa a aprender a relaxar e a alegria de não fazer nada – o famoso dolce far niente . Aqui cabe uma pergunta. Quantos dominam esta arte? Não é a tôa que "O Ócio Criativo" foi escrito por Domenico De Masi.  
Na Índia, ela conhece Richard (Richard Jenkins), um texano que implica com o seu jeito, até que se torna seu amigo e uma espécie de mestre, mesmo com pouca relação com a religião. Na Indonésia, ela reencontra o seu verdadeiro guru, que propõe que ela encontre o equilíbrio entre o prazer e a censura. Também em Bali, ela é apresentada para uma curandeira, que, junto com a sua filha, são responsáveis pelo momento mais emocionante do longa.
Talvez porque o filme seja em primeira pessoa, com Gilbert contando as suas próprias experiências na passagem por essas três diferentes culturas, e suas reações a cada uma delas, vemos que o filme não se trata de um manual de auto-ajuda. Ela mesma refuta seguir à risca os ensinamentos hindus quando passa pela Índia, por exemplo. Como se mostrasse que, mesmo as religiões não são – ou não deveriam ser – dogmas impostos, mas sugestões de comportamento. E o filme homenageia a música nacional, com citações como o "Samba da Benção" , aquele que diz que “é melhor ser alegre que ser triste”. Como é bom ver o cinema americano reverenciando a boa música nacional.
O filme é sobre mulheres que conseguem a sua independência (econômica), mas não conseguem ser felizes. Talvez porque reproduzam comportamentos masculinos de dominação e perda de sensibilidade. Mas o maior mérito é não ser direcionado apenas para as mulheres, ou melhor, para esse tipo de mulher que, após conseguir a independência, voltou-se para a casa e, mesmo assim, não consegue encontrar a felicidade. Ele mostra que esse comportamento, essa busca por algo exterior – trabalho, casamento, filhos, etc. – é inócua. A "nossa" felicidade não está fora de nós, mas sim dentro de nós. Precisamos descobri-la. E para isso, quando nada da certo, é preciso parar. E mergulhar sem medo em busca de mudanças. Afinal, se seguirmos sempre o mesmo caminho, chegaremos sempre ao mesmo lugar. Enfim, um filme leve, de belas fotografias, música excelente, com diversa leituras. 

domingo, 14 de novembro de 2010

Viajante em sua própria cidade, como aproveitar um longo feriado



Filhos passeando. Netinha também. Sinônimo de casa vazia. Região dos lagos nem pensar. Pelo menos em feriados. Serra, uma possibilidade. Resolvemos explorar as redondezas. Especificamente a região de Vargem Grande.  É impressionante. Basta sair da Avenida das Américas e entramos em uma paisagem rural. Muito verde, cavalos e bois ao longo da estrada. Comércio típico da região serrana. Um ritmo mais lento entra em nossa vida. Alguns condomínios de casas. Como seria importante um plano de desenvolvimento sustentável para a região como forma de protege-la da fúria imobiliária.












Nosso objetivo era chegar ao Centro Gastronômico. O caminho é bem sinalizado. Basta ter atenção que se chega sem maiores dificuldades. Elegemos o Quinta, um dos mais famosos restaurantes da região. Instalado em uma bela chácara com muito verde impressiona desde a entrada. Uma rara combinação de ambiente agradável, cardápio muito bem elaborado (simples, sofisticado e muito bem realizado) e atendimento perfeito (cortês, próximo, sem pressa). Um lugar para se retornar.









































quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Viver ou Juntar dinheiro?

Pense nisso…




Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente.
Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. Aprendi, por exemplo, que se tivesse
simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais.
E assim por diante.
Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.
Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro.
Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?
Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.
Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.
“Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO”
Que tal um cafezinho?
MAX GEHRINGER
Imagem by Getty Images.BR

terça-feira, 2 de novembro de 2010

FHC, Lula, eleições, Brasil. Quem perdeu, quem ganhou.

Com este post encerro meus comentários sobre as eleições 2010. Acredito que pelo bem da Democracia a oposição deva se unir e manter uma vigilância constante sobre cada passo do novo governo, afinal é deste governo a iniciativa por medidas que tolhem as liberdades individuais e  a liberdade de imprensa entre outras. Neste ponto nem o compromisso da Dilma assumido durante o Jornal Nacional na edição do dia 01-10-2010 é suficiente para mim. 


Cabe ao PSDB se unir e resgatar a sua história.As urnas passaram este recado. Não é se escondendo da sua própria história que venceremos outra eleição presidencial. Privatizamos sim, e o que está errado com isso? Legamos a nação um sistema de comunicação (telefonia fixa, celular, banda larga) pujante, base do crescimento atual. Geramos a maior empresa do Brasil - a Vale. E vamos combinar, o que não privatizamos se tivesse sido privatizado estaria bem melhor, basta ver os Correios. Acabamos com a Inflação que corroía a economia nacional, impedindo-a de crescer. Pagamos a divida externa contraída pela ditadura em 1990 (Negociação do Pedro Malan) e contratamos um novo empréstimo quase ao fim do Governo FHC que ficou no caixa para eventuais necessidades do Governo Petista. Isto para cobrir os problemas gerados pela desconfiança do mercado, criadas pelo próprio Lula e seu discurso incendiário. Afinal o Lula que se elegeu, não foi o Lula que governou.  


Lula surfou na onda gerada pelo Governo anterior sem nenhum pudor. Apropriou-se de todas as obras. Enquanto o PSDB se escondia de sua própria criação. O Grande mérito de Lula foi não estragar o que estava feito. Fora isto nada. Fora isto, uma grande inveja manifestada diariamente, afinal la no íntimo, na hora de colocar a cabeça no travesseiro, alguém vinha lhe dizer que tudo aquilo não era obra sua. Mas se nada fez. Teve o mérito de não desfazer. E em alguns casos, aprofundou, o que temos que ser justo.


Ao final da contagem temos quase 60% do eleitorado brasileiro sendo governado por Governadores do PSDB. Temos 55% do PIB brasileiro em oito estados governados pelo PSDB. E este estados geograficamente formam um caminho, uma cunha,  que vai de Santa Catarina ao extremo norte do Brasil cortando o país ao meio. 


Devemos olhar para isto de forma estratégica. Devemos transformar estes estados em ilhas de excelência em governança pública. Em verdadeiros paraísos econômicos. Para em 2014 confrontar o verdadeiro Brasil que dá certo contra um Brasil que poderia dar certo. 


Devemos unir as oposições em torno de Aécio Neves, logo. Um dos maiores erros da campanha, foi seu inicio tardio. Enquanto o PT começou a partida em 2007 o PSDB se ateve ao calendário eleitoral. Ficou esperando um comportamento de Juiz daquele que com o apito na mão, vestiu a camisa de sua candidata sem desfaçatez. Não há o que esperar. Só Aécio pode com a velha sabedoria mineira unir, construir pontes entre interesses tão diversos em uma eleição. 


Lula saiu menor desta eleição. Do alto dos seus proclamados 83%, ele conseguiu 42% nesta eleição, sim ele, porque alguém ainda acredita que Dilma ganhou a eleição. Esta é a dimensão real do mito. Este é o numero a ser batido em 2014, independente de quem será o candidato da situação, Lula ou Dilma. Este é o número histórico do PT. 


E para quem se diz PSDB e se envergonha do Presidente Fernando Henrique vejam as palavras do Presidente em entrevista à Veja perguntado qual seria a frase com que gostaria de passar a história: " Fernando Henrique Cardoso, foi um Democrata que teve a coragem de fazer o que deveria ser feito". Popularidade até o Tiririca tem. Grandeza e determinação só alguns poucos. Esta é a diferença entre um Governante e um Estadista. Isso o Lula nunca entenderá.


Para quem tem algum tempo ainda,leiam os comentários e mais alguns números sobre a eleição no blog do jornalista Lucio Neto AQUI


Luciano Basile - 02-11-2010

O Rio de Janeiro é uma personagem

Domingo, fui votar. Enquanto os votos caíam nas urnas, escolhendo uma grave mutação na vida nacional, meu filme estreava nos cinemas do País. Desculpem a autorreferência, mas foi um domingo de muita emoção - "the end", fim de jogo, página virada no meu folhetim, ponto final do ônibus político. Notei também que os cartazes de propaganda já eram retirados e isso me animou, porque vi que "o vasto e incessante universo" (apud Borges in Aleph) continuava sua marcha e entendi que, mesmo debaixo da avalanche política que nos soterrou de papéis, cartazes, falas falsas, mentiras e fracassos, há coisas que veremos intactas no futuro e que o Rio continuará sendo uma personagem especial, tanto no meu filme como na vida social. A cidade do Rio é uma pessoa poética e com desejos próprios. Há cidades que se movem sem rumo, mas o Rio resiste com suas esperanças e ilusões.


Não quero listar saudades, mas lembro do tempo em que as geladeiras eram brancas e os telefones eram pretos, como definiu Rubem Braga, lembro-me do bonde entrando na galeria Cruzeiro, sob a chuva, em um remoto carnaval batido por ventos de lança-perfumes. Mas, não me interessa o tempo - apenas o "espaço" do Rio, as coisas que vejo desde criança como carioca do Meyer, da Urca e Ipanema: cores, cheiros, ventos da terra e do mar, sal e peixes, súbitas luzes, súbitas brumas, súbitas "Brahmas". Há no Rio coisas ínfimas que só o carioca vê: a púrpura que colore por instantes a Lagoa antes do crepúsculo nos dias em que a água é um espelho sem uma onda, sem um peixe saltando, quartetos de cigarras abrindo o verão, o esquilo atravessando a estrada das Canoas, a cotia do campo de Santana farejando perigo, a chuva quente que faz subir vapor nas calçadas, vejo as flores dos flamboyants caindo como gotas de sangue, vejo a garça magra e branca como um manequim desfilando no Jardim de Alá, sinto o calor, a energia pesada dos imensos granitos de 1 bilhão de anos, atrás de minha casa, onde os dinossauros se aqueciam, contemplo os urubus dormindo na perna do vento do Corcovado e um teco-teco vermelho passando entre eles, a cara do imperador assírio na Pedra da Gávea.
Essas coisas nem a política nem a truculência nem a estupidez vão apagar. Apesar do tráfico e da violência, há nos morros a sabedoria calma de velhos sambistas, há nas ruas os poéticos caixotinhos dos apontadores de jogo do bicho, vendendo apostas nas esquinas em calmas conversas com aposentados, há as frutas, os legumes, as gargalhadas dos feirantes nas manhãs, há a malandragem, o tom debochado do carioca sabido, o arrastado sotaque em que ecoa a desconfiança nos poderes da capital que já fomos, ritmos e gestos nascidos nos balcões de secretarias desde os tempos do Rei, o sotaque curvo como a paisagem arredondada, oscilando em negaças e volteios, a fala marcada por sambas, metáforas vivas condensando morte e amor, cachaça, empada, navalha, bilhares e futebol. Entre a fórmica, os sujos grafites e os edifícios boçais, dá para ver ainda pedaços dos anos 40, restos de uma delicadeza perdida, as anedotas que se renovavam a cada semana, com papagaios e portugueses, piadas que giravam entre gagos, fanhos e gatos caindo do telhado. Há, sim, uma beleza em nossas fragilidades, no "samba, na prontidão (falta de grana) e outras bossas que são coisas nossas...", há a poética dos camelôs, objetinhos insignificantes nos tabuleiros, há também, apesar da decadência, uma satisfação cotidiana nos subúrbios, uma alegria desesperançada, uma aceitação das impossibilidades, diferente dos lamentos utópicos de inocentes do Leblon. Há, sim, o jeito de andar das cariocas (olha o jeitinho dela andar), hoje com barrigas de fora e calças apertadas, sim, uma sexualidade forte não de celebridades de plantão, mas de gostosíssimas comerciárias e bancárias ao fim do expediente no Centro, há o prazer de amar Ipanema e Leblon de novo, principalmente depois que o prefeito derrubou o muro da vergonha do César Maia no poético bar 20, onde o bonde fazia a curva desde o início dos tempos; há a tragédia da miséria em toda parte, sim, mas entre os raios da tristeza, há os inúmeros grupos de choro e samba, tocando anônimos nos botequins e sob sovacos de morro, há uma alegria soterrada que está reflorindo para além da excessiva euforia das escolas de samba, uma alegria mais discreta e verdadeira, há a alma de Nelson Rodrigues entre botequins e negões, há em minha cabeça a lembrança das últimas conversas com meu avô que me disse, já gagá, com os olhos úmidos: "É chato morrer, meu neto, porque eu nunca mais vou ver a Avenida Rio Branco!..." Era na Avenida que ele me levava, para tomar frappé de coco na Casa Simpatia.
Não temos futuro? Mas temos as calmas tardes do subúrbio passado, a precariedade de nossa vida antiga, de um mundo com menos gente louca e má. "Ah! Você por acaso quer a volta do atraso, da miséria terrível de antes?" - dirão alguns. Não, claro que não. Mas acho que o Rio preserva algo muito precioso neste País, alguma coisa delicada que sumiu em outros lugares; há uma preguiça sábia, diferente da paranoia paulista, há uma moleza para além do ócio ou do desemprego, a malemolência das conversas, há o ritmo da "porrinha", um ritmo sem capitalismo, há restos de trilhos de bonde entrevistos nas falhas do asfalto, há a cidade desenhada sobre um corpo de mulher, tudo redondo, doce, há as montanhas da Barra que são mulher, há a linha infinita da restinga de Marambaia a Joatinga, linha frágil que divide o mar ao meio, e finalmente há a poética da sujeira, da zorra total, do baixo mundo, há a putaria poética em Copacabana entre veados, aloprados, lunfas, potrucas, michés, miquimbas e cafifas, todos num desabrigo corajoso e batalhador. Não importa se vem aí; talvez, um "neo-janguismo" tardio e ridículo. Mas, o Rio é uma personagem que resistirá. 
Arnaldo Jabor - 02-11-2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

As eleições de 2010

Ganhar ou perder uma eleição faz parte do jogo da Democracia. E uma derrota pode ensinar muito mais, desde que se queira aprender, do que uma vitória. Fechada a contagem,  Lula venceu o seu terceiro mandado. A forma pouco republicana como se envolveu na campanha, o faz sair menor do que quando entrou. Se os arautos estavam certos antes da eleição Lula tinha 83% do votos do Brasil. Diante da urnas os votos dados a sua indicada somados aos brancos e nulos representam mais de 50% dos brasileiros. Este é o recado verdadeiro que as urnas passaram aos vencedores.  Aos derrotados cabe esta expectativa por mudanças não compreendida pela oposição. Cabe a oposição resgatar estas expectativas: o discurso verde com convicção e não oportunismo, a discussão de valores éticos e morais fora do discurso religioso, afinal uma pessoa ética o será professando ou não um credo religioso. A radiografia do poder no Brasil ilustra ainda outros fatos, o Brasil mais rico sendo governado pela oposição e o país mais pobre pela situação. Isto ilustra que enquanto tivermos 100M de dependentes de algum tipo de bolsa em 180M de brasileiros, o Brasil não será um país democrático. Vota-se pela sobrevivência. Pela vida. Aí o recado das urnas é claro, o discurso da situação atende as demandas de curto prazo, SOBREVIVER, mas uma vez esta garantia tendo sido atendida, o eleitor quer ir mais além.