quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mundo nunca foi tão pacífico, diz cientista dos EUA

Faz pelo menos 500 anos que o mundo está se tornando um lugar cada vez mais seguro para se viver, e a raça humana nunca foi tão pouco violenta. Ataques terroristas e guerras civis são meros soluços estatísticos numa paz que nossos ancestrais achariam quase impensável.


Duro de engolir, certo? Pois os números reunidos por Steven Pinker, 57, psicólogo evolucionista da Universidade Harvard, são difíceis de refutar. Todas as formas de violência estão em declínio, das guerras à crueldade com animais, e em alguns casos a queda já dura séculos, diz ele.
Editoria de Arte/Folhapress
Pinker, pop star científico que aprecia os temas polêmicos (ler abaixo), apresenta um resumo de seus argumentos em artigo de opinião na edição de hoje na revista científica "Nature". São ideias tiradas de seu novo livro, "The Better Angels of Our Nature" (ainda sem edição no Brasil).

ANJO BOM
Conforme o título do livro sugere, Pinker argumenta que os "anjos bons [literalmente, melhores] da nossa natureza" estão vencendo a disputa pela alma humana.
"As histórias da Antiguidade estão cheias de conquistas gloriosas que hoje seriam classificadas como genocídios. Fulano, o Grande e Sicrano, o Grande seriam processados como criminosos de guerra", brinca o cientista. E não se trata só da Antiguidade.
O registro arqueológico e os estudos sobre povos indígenas atuais mostram que esse negócio de bom selvagem não existe, diz Pinker.
Mais precisamente, esses povos cometem centenas de vezes mais homicídios do que os europeus do século 21, e cerca de 20% das pessoas nessas sociedades morrem em guerras, afirma ele.
O bioantropólogo Walter Neves, especialista da USP que estuda os primeiros habitantes da América, concorda. "A guerra, seja entre caçadores-coletores, seja entre horticultores [agricultores primitivos], é crônica e endêmica", afirma ele. No caso de povos pré-históricos, "é preciso tomar um pouco de cuidado porque a agressão entre eles, como bordoadas, deixa marcas no esqueleto que a nossa muitas vezes não deixa, então é difícil fazer a comparação", diz.

BRAÇO FORTE
A primeira queda na pancadaria teria vindo com o fortalecimento dos Estados, em especial as monarquias europeias, a partir do século 16.
Com o rei abarcando o poder absoluto e os nobres (que costumavam guerrear entre si) na coleira, a violência desregrada saiu de cena, já que atrapalhava a centralização de poder e riqueza desejada pelo monarca.
Segundo motivo de queda da violência, segundo Pinker: a invenção da imprensa, barateando a circulação de ideias, e o Iluminismo resultante desse processo.
Os pensadores iluministas, com sua ênfase no debate racional e sua redescoberta das ideias democráticas, dominaram o universo intelectual europeu, debatendo todos os temas tabus e defendendo os direitos de plebeus, minorias, mulheres e até animais.
O debate iluminista acabou levando ao lento porém crescente predomínio da democracia como regime de governo, o que também diminuiu guerras --é muito raro que uma democracia declare guerra contra outra. E o avanço do comércio internacional tornou os países cada vez menos interessados em guerrear por riquezas, diz ele.

NÃO AO SENSO COMUM
Steven Pinker tem uma predileção pelos debates politicamente incorretos. Seu livro mais polêmico antes da nova obra sobre a história da violência se chama "Tábula Rasa" e tem como meta mostrar que a natureza humana é algo relativamente difícil de mudar, independente dos esforços de pais, professores ou doutrinadores políticos e religiosos.
A ideia de que existe uma natureza humana vai contra a corrente dominante nas ciências humanas e entre intelectuais de esquerda, para os quais seria possível "melhorar" a humanidade.
Curiosamente, se o novo livro não é uma mea culpa, ao menos mostra certa fé de Pinker no progresso.

"THE BETTER ANGELS OF OUR NATURE"
AUTOR Steven Pinker
EDITORA Viking
QUANTO US$ 19,99 (como livro eletrônico no site Amazon)
CLASSIFICAÇÃO ótimo

Marco Antonio Villa: Lula para sempre




Luiz Inácio Lula da Silva não é um homem de palavra. Proclamou diversas vezes que, ao terminar o seu mandato presidencial, iria se recolher à vida privada e se afastar da política. Mentiu. Foi mais uma manobra astuta, entre tantas que realizou, desde 1972, quando chegou à diretoria do sindicato de São Bernardo, indicado pelo irmão, para ser uma espécie de porta-voz do Partidão (depois de eleito, esqueceu do acordo).
A permanente ação política do ex-presidente é um mau exemplo para o país. Não houve nenhuma acusação de corrupção no governo Dilma sem que ele apoiasse enfaticamente o acusado. Lula pressionou o governo para não "aceitar as pressões da mídia". Apresentou a sua gestão como exemplo, ou seja, nunca apurou nenhuma denúncia, mesmo em casos com abundantes provas de mau uso dos recursos públicos. Contudo, seus conselhos não foram obedecidos.
Não deve causar estranheza este desprezo pelo interesse público. É típico de Lula. Para ele, o que vale é ter poder. Qualquer princípio pode ser instrumento para uma transação. Correção, ética e moralidade são palavras desconhecidas no seu vocabulário. Para impor a sua vontade passa por cima de qualquer ideia ou de pessoas. Tem obtido êxito. Claro que o ambiente político do país, do herói sem nenhum caráter, ajudou. E muito.
Ao longo do tempo, a doença do eterno poder foi crescendo. Começou na sala de um sindicato e terminou no Palácio do Planalto. E pretende retornar ao posto que considera seu. Para isso, desde o dia 1 de janeiro deste ano, não pensa em outra coisa. E toda ação política passa por este objetivo maior. Como de hábito, o interesse pessoal é o que conta. Qualquer obstáculo colocado no caminho será ultrapassado a qualquer custo.
O episódio envolvendo o ministro do Esporte é ilustrativo. A defesa enfática de Orlando Silva não dependeu da apresentação de provas da inocência do ministro. Não, muito pelo contrário. O que contou foi a importância para o seu projeto presidencial do apoio do PCdoB ao candidato petista na capital paulista. Lula sabe que o primeiro passo rumo ao terceiro governo é vencer em São Paulo. 2014 começa em 2012. O mesmo se repetiu no caso do Ministério dos Transportes e a importância do suporte do PR, independentemente dos "malfeitos", como diria a presidente Dilma, realizados naquela pasta. E, no caso, ainda envolvia o interesse pessoal: o suplente de Nascimento no Senado era o seu amigo João Pedro.
O egocentrismo do ex-presidente é antigo. Tudo passa pela mediação pessoal. Transformou o delegado Romeu Tuma, chefe do Dops paulista, onde centenas de brasileiros foram torturados e dezenas foram assassinados, em democrata. Lula foi detido em 1980, quando não havia mais torturas. Recebeu tratamento privilegiado, como mesmo confessou, diversas vezes, em entrevistas, que foram utilizadas até na campanha do delegado ao Senado. Nunca fez referência às torturas. Transformou a casa dos horrores em hotel de luxo. E até chegou a nomear o filho de Tuma secretário nacional de Justiça!!
O desprezo pela História é permanente. Estabeleceu uma forte relação com o símbolo maior do atraso político do país: o senador José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney. Retirou o político maranhense do ocaso político. Fez o que Sílvio Romero chamou de "suprema degradação de retrogradar, dando, de novo, um sentido histórico às oligarquias locais e outorgando-lhes nova função política e social". E pior: entregou parte da máquina estatal para o deleite dos interesses familiares, com resultados já conhecidos.
O desprezo pelos valores democráticos e republicanos serve para explicar a simpatia de Lula para com os ditadores. Estabeleceu uma relação amistosa com Muamar Kadafi (o chamou de "amigo, irmão e líder") e com Fidel Castro (outro "amigo"). Concedeu a tiranos africanos ajuda econômica a fundo perdido. Nunca - nunca mesmo - em oito anos de Presidência deu uma declaração contra as violações dos direitos humanos nas ditaduras do antigo Terceiro Mundo. Mas, diversas vezes, atacou os Estados Unidos.
Desta forma, é considerável a sua ojeriza a qualquer forma de oposição. Ele gosta somente de ouvir a sua própria voz. Não sabe conviver com as críticas. E nem com o passado. Nada pode se rivalizar ao que acredita ser o seu papel na história. Daí a demonização dos líderes sindicais que não rezavam pela sua cartilha, a desqualificação dos políticos que não aceitaram segui-lo. Além do discurso, usou do "convencimento" financeiro. Cooptou muitos dos antigos opositores utilizando-se dos recursos do Erário. Transformou as empresas estatais em apêndices dos seus desejos. Amarrou os destinos do país ao seu projeto de poder.
Como o conde de Monte Cristo, o ex-presidente conta cada dia que passa. A sua "vingança" é o retorno, em 2014. Conta com a complacência de um país que tem uma oposição omissa, ou, na melhor das hipóteses, tímida. Detém o controle absoluto do PT. Usa e abusa do partido para fortalecer a sua capacidade de negociação com outros partidos e setores da sociedade. É obedecido sem questionamentos.
Lula é uma avis rara da política brasileira. Nada o liga à nossa tradição. É um típico caudilho, tão característico da América Hispânica. Personalista, ególatra, sem princípios e obcecado pelo poder absoluto. E, como todo caudilho, quer se perpetuar no governo. Mas os retornos na América Latina nunca deram certo. Basta recordar dois exemplos: Getúlio Vargas e Juan Domingo Perón.
Marco Antonio Villa é historiador e professor da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Novidades no Canadá, de costa a costa



Cliffwalk, nova atração de Capilano Park, perto de Vancouver
EDMONTON - A cidade de Edmonton, capital da província de Alberta, mais conhecida por abrigar o maior shopping da América do Norte, sediou no fim de setembro o evento GoMedia, realizado pela Comissão Canadense de Turismo (CTC), onde foram reunidos 130 jornalistas especializados em turismo de diversos países considerados mercados emergentes, entre eles o Brasil, que ao longo de 2010 registrou aumento de visitantes em torno de 37,9% (até novembro). Novidades não faltam - nem pretextos - para ampliar os tradicionais roteiros pelo país, cuja porta de entrada para os brasileiros costuma ser Toronto (com voo direto a partir de Guarulhos), a cidade canadense que mais recebe visitantes internacionais, cerca de dez milhões ao ano.

Inverno: Atrações geladas, mornas e quentes nas estações de esqui do Canadá
No mundo dos cristais: O Sparkling Hill Resort foi feito sob medida para fãs dos cristais Swarovski. O hotel fica no alto de uma montanha de granito perto de Vernon, na Columbia Britânica. Um dos destaque do resort é o KurSpa, cujo cardápio com mais de cem tratamentos inclui a crioterapia (sauna fria a -110C por três minutos), além de uma piscina com borda infinita e uma bela vista para o Vale Okanogan. O hotel é todo decorado com detalhes em cristais da marca Swarovski: são 3,5 milhões de peças brilhantes (avaliadas em US$ 10 milhões) usadas nos quartos, em lustres ou pequenos pontos de luz no teto. O lugar ganhou o prêmio deste ano de melhor spa resort de montanha na ITB Berlim, a maior feira de turismo do mundo. O Sparkling Hill foi inaugurado em maio de 2010, com 152 apartamentos. A diária média fica em torno de CAD 300. sparklinghill.com
Capilano:O Cliffwalk é a mais nova atração no Capilano Park, parque de trilhas para se explorar a natureza, a 15 minutos de Vancouver. A passarela em forma de U se estende a 91 metros de altura, com vista para todo o parque. Também faz sucesso o circuito de pontes suspensas entre as árvores. capbridge.com
Pinguins no Zoo de Calgary: A atração Penguim Plunge será inaugurada em fevereiro de 2012, com exibições interativas em áreas fechadas e ao ar livre, apresentando quatro espécies de pinguins: Humboldt, Rockhopper, Gentoo e Rei. Com um parque pré-histórico e áreas reservadas a animais do Canadá, América do Sul, Eurásia, Austrália e África, o Calgary Zoo abre todos os dias, até no inverno. calgaryzoo.com
Via Rail de luxo: O Via Rail, que é o sistema de trens canadense, terá novos vagões de luxo circulando pelo Canadá na próxima temporada de verão. O novo produto está sendo desenvolvidos numa categoria superior à regular primeira classe. Outros detalhes sobre roteiros e preços ainda não estão disponíveis. viarail.ca
Ursos polares: A empresa Artic Kingdom montou pacotes para Baffin Islands, no Ártico, para ver os ursos polares. O roteiro de oito dias parte de Ottawa em junho de 2012 e custa CAD 13 mil (com parte aérea). No circuito ártico, o sol nunca se põe e ajuda a aquecer as tendas que acomodar os viajantes, que dormem em sacos de dormir enquanto as temperaturas variam em torno de 4C a -4C. artickingdom.com
Cassinos: Os cassinos da província de Québec são operados pelo governo. "Toda a renda é revertida para a população de Québec", diz Marilyne Desroches, oficial senior de relações-públicas do Québec Casinos. "Não há salas escuras, o cliente vê a luz do dia e não servimos bebidas nas mesas de apostas. Também não cobramos impostos sobre os ganhos", acrescenta Marilyne. Aberto desde 1993, o cassino de Montréal, construído para ser o Pavilhão francês na Expo 67, é o maior e mais antigo dos quatro cassinos de Québec. O mais novo abriu suas portas em junho de 2009, na estação de esqui de Mont Tremblant.
Jazz o ano todo: O Festival Internacional de Jazz de Montréal de 2012 será realizado de 28 de junho a 7 de julho. Mas não é preciso esperar até lá para curtir a Maison du Festival, que fica aberta o ano todo, com exposições ligadas a história do festival, Hall of Fame e diversas atividades relacionadas ao gênero musical. Lá funciona o restaurante Le Balmoral, com música ao vivo nos fins de semana. A entrada é gratuita. montrealjazzfest.com

À mesa, diversidade global de Toronto colhida no mesmo dia



Nota Bene: restaurante de Toronto oferece cardápio com pratos de sabor internacional, com ingredientes ultra frescos / Foto: Cristina Massari

TORONTO - A diversidade cultural de Toronto é bem explicada por sua gastronomia. As influências vêm de todas as partes do mundo, e muitos dos bons restaurantes na cidade se dedicam a oferecer uma seleção de pratos que privilegiam os ingredientes mais frescos e de preferência originários de produtores locais.
No Nota Bene, não se deixe enganar pelo nome italiano. O restaurante guarnecido pelo chef executivo David Lee (inglês, com ascendência chinesa e das Ihas Maurício) tem como coproprietários o francês Yannick Bigourdan e o veneziano Franco Prevedello. No cardápio, comida global, mas cujo estilo é descrito como "cozinha canadense, fresca e da estação". As opções incluem o Big Eye tuna tartare (com molho cítrico de soja, abacate e gengibre, CAD 15) de entrada, batatas fritas (um clássico que nunca falta na mesa de Toronto) servidas aqui com queijo pecorino (CAD 9), e o Grilled rare hanger steak (com molho chimichurri e cebolas caramelizadas, CAD 28), que não chega à mesa menos que mal passado, avisa a garçonete. Lee, o chef, ressalta a importância de se ter sensibilidade ao cozinhar.
- Estudei na Suíça onde aprendi que duas coisas são importantes: de onde se traz os produtos que se usa na cozinha e o que fazer com eles. Toda nossa charcuterie é feita na casa. Trabalhamos com ingredientes sempre frescos. Os legumes e as verduras que servimos são colhidos na mesma tarde em fazendas da Província de Ontário - conta.
Vieiras grelhadas sobre salada morna de batatas, prato caprichado no Restaurante Luma, em Toronto / Foto: Cristina MassariLuma, o restaurante que fica no prédio do Toronto International Film Festival (Tiff), está entre os mais concorridos da cidade, principalmente para quem aproveita o horário do almoço na agenda de trabalho. Não é à toa que sua ampla antessala se chama Blackberry Lounge (um produto orgulhosamente canadense, diga-se de passagem). O chef executivo Jason Bangerter se esmera em criar pratos não só lindos como deliciosos. A sopa do dia - cenoura e gengibre (CAD 8) - veio honesta, simples, abertura perfeita para o prato de frutos do mar: vieiras grelhadas e tirinhas de bacon sobre salada morna de batatas (CAD 23), um acompanhamento à altura. Vale deixar lugar para uma das opções de sobremesas. A tortinha de limão com crosta crocante é uma das especialidades da casa.
Outro endereço badalado na cidade é o Origin. Estilo "tapas com pernas", é descontraído na medida certa para quem sai do trabalho no centro financeiro, pertinho da Union Station, em frente a igreja St. James. Na TV, filmes na linha "Pulp fiction", e trilha sonora embalada por Rolling Stones. Sob o comando do chef executivo uruguaio Claudio Aprile e do chef de cuisine colombiano Steve Gonzalez, o cardápio tem uma boa pegada de receitas sul-americanas. Aprile, que tem outro restaurante ali perto, o Colborne Lane, voltado para uma cozinha mais experimental, explica que no Origin o cardápio é mais intuitivo:
- No outro restaurante temos a preocupação de trabalhar a forma da comida, experimentar mais. Uma salada de tomates lá precisa ser reconfigurada e até acharmos a forma perfeita, a safra do tomate acaba. Então quis abrir este restaurante para cozinhar, apenas. Um restaurante onde não fosse necessário pensar muito para preparar um prato. A comida aqui tem que ser de preparo rápido. Este não é um restaurante intelectual. As pessoas querem ser divertir e comer, mas nada muito experimental - explica Aprile.
Além de intuitivo, pode-se acrescentar que o cardápio do Origin acrescenta uma dose da emoção na seleção dos pratos. Aprile conta que sua mãe o trouxe pequeno do Uruguai para o Canadá, mas adoeceu ao chegar ao país e o entregou para adoção. Criado sem aprender a língua materna, Aprile hoje conversa com a mãe em inglês (mas ela só fala em espanhol) e inspirou-se nos sabores da terra natal para criar uma das sobremesas especiais da casa: doce de leite uruguaio com cristais de framboesa congelados e pitadinhas de sal marinho (CAD 10) e mousse de limão no final. O cardápio, com cerca de 40 itens, inclui ainda burratas, pipoca com óleo de trufas e batatas fritas com chouriço (as porções variam em torno de CAD 5 a CAD 16, as porções maiores). O ceviche Hamachi veio com mostarda picante, batata doce e milho estava delicioso. O lugar também é uma ótima pedida para o brunch aos sábados e domingos, das 10h às 15h.
Quando o jantar termina em pista de dança
Roosevelt Room, em Toronto: depois do jantar, restaurante tem as mesas recolhidas para dar lugar à pista de dançca / Foto: Cristina MassariA noite em Toronto é animada, apesar de começar e terminar cedo. Tão cedo que muitos restaurantes funcionam também como lounges ou clubes após o jantar. No Roosevelt Room, as mesas de jantar são substituídas por mesas baixas de bebidas. Das 23h até as 2h, predominam as microssaias em grupos de amigos que festejam aniversários, despedidas de solteiros, e outros bons momentos da vida.
O The Fifth Grill também reúne restaurante e night club, mas em ambientes independentes. Para chegar ao restaurante, atravessa-se o salão que horas depois vai estar fervendo, para subir por um elevador de carga até o andar superior deste velho armazém, com música ambiente, cantada e tocado ao vivo, e um cardápio caprichado, sem ser rebuscado: sopa do dia ou salada; risoto de rúcula, queijo de cabra e tomates e sobremesa, por CAD 40, no menu fixo. Também fez sucesso o camarão grelhado jumbo, com curry tailandês e molho de coco, por CAD 36.
Ostras e cervejas no distrito histórico
Oyster Bar do Pure Spirit, no Distillery District, em Toronto  / Foto: Cristina MassariDistillery District é um bairro industrial, formado por antigos armazéns, que foi revitalizado e hoje se transformou num centro de arte e lazer só para pedestres. Ciclistas são bem-vindos e grupos de visitantes de segway circulam vez por outra entre os pedestres, pelos prédios de arquitetura industrial vitoriana, cujo conjunto tombado de 44 prédios da primeira metade do século XIX, é considerado como um dos mais bem preservados da América do Norte. Foi reaberto como o centro de arte e lazer que se tem hoje em 2003, revitalizando uma parte da cidade que andava meio esquecida. Agora, prédios residenciais começam a brotar nas bordas da destilaria num evidente sinal de valorização da área. O lugar é bastante procurado por produtores de cinema. Entre os filmes mais conhecidos rodados ali estão "Chicago" e "X-Men".
No local há esculturas ao ar livre, chocolateria, restaurantes e a cervejaria artesanal Mill Street (encontrada em diversos bares da cidade), que produz quatro tipos de cerveja, inclusive uma com sabor de café. O restaurante Pure Spirit tem um bar de ostras que combina perfeitamente com o passeio. Nas lojinhas de arte, peças de Romero Britto (e como não?) são postas estrategicamente à vista na vitrine. Nos fins de semana, há uma feirinha de artesanato - o Distillery Arts Market. No verão, há uma programação intensa de eventos. O passeio de segway no Distillery District custa CAN 39 (30 minutos), e pode ser feito diariamente. Tel.                   .
Restaurantes
Nota Bene: 180 Queen Street West. Tel.             (416) 977-6400      .
Luma: Tiff Bell Lightbox, 2 andar. Tel.             (647) 288-4715      .
Origin: 107-109 King St. East. Tel.             (416) 603-8009      .
Roosevelt Room: 328 Adelaide Street West. Tel.             (416) 599-9000      .
The Fifth Grill: 225 Richmond Street West. Tel.             416-979-3000      .
Pure Spirits No Distillery District. 37 Mill Street. Tel.                   .