sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Colônia: uma jovem cidade antiga



À beira do Reno, Colônia, fundada em 50 a.C., acena aos visitantes com boa música, cerveja local, lojas de estilo na Alemanha





A famosa Catedral de Colônia começou a ser construída em 1248 e só foi concluída de acordo com seu projeto original em 1880. À esquerda, o museu Ludwig
Foto: Jock Fistick / The New York Times

A famosa Catedral de Colônia começou a ser construída em 1248 e só foi concluída de acordo com seu projeto original em 1880. À esquerda, o museu LudwigJOCK FISTICK / THE NEW YORK TIMES

COLÔNIA - Uma das cidades mais antigas da Alemanha, Colônia tem atraído visitantes pelo menos desde o ano 50 a.C., quando foi oficialmente fundada por romanos. Hoje, as grandes atrações da cidade são a antiquíssima e gigantesca catedral, a vibrante vida noturna, um ótimo tipo de cerveja local chamado Kölsch, e água de colônia — que não tem esse nome à toa, foi inventada aqui em 1709 —, isso sem mencionar o onipresente Rio Reno. Mas a cidade que os alemães conhecem como Köln não se acomoda com suas glórias passadas. Novas surpresas surgem a cada dia. Depois de conferir pontos indispensáveis, como explorar a Catedral e ir a cada lendário pub de Kölsch (a cerveja local), você pode facilmente passar um fim de semana entre lojas, restaurantes e hotéis que abriram (ou reabriram) nos últimos anos.
Doces para reabastecer o impulso consumista
A julgar pelos elegantes moradores de Colônia, dá para imaginar o quanto de tempo e energia são gastos fazendo compras. Para se reabastecer no coração da Ehrenstrasse, uma rua que recentemente transbordou com novas lojas de roupa, os consumistas locais compram comidinhas na padaria Zimmermann, fundada em 1875, onde o sublime Schnenke ("caracol", em português, em referência ao formato do doce de passas) vai te dar gás para andar, pelo menos, até a próxima boutique.
Na última década, o Belgisches Viertel ("Quarteirão Belga") se tornou o lar de muita gente envolvida com arte e mídia, o que trouxe uma enxurrada de cafés, lojas e restaurantes bacanas. Comece dando uma olhada na Simon und Renoldi, com modelos femininos elaborados por estilistas alemães, então vá até a Mounsieur Courbet, com jeans e roupas masculinas num estilo "operário de cinema". No porão deste mesmo espaço, há a excelente loja de discos Groove Attack, dedicada a obscuros títulos de hip-hop e rap. Na praça principal do Quarteirão Belga, a Brüsseler Platz, fica a charmosa Bob 10.5.10, com roupas masculinas de estilo urbano, para as noitadas, de marcas cults como Hannibal, Unconditional e Rick Owens. As três ou quatro ruas ao redor da praça têm o suficiente para manter o seu cartão de crédito ocupado por horas. Depois, faça um agrado a si mesmo e termine a sessão consumista com um cookie de marzipã de canela e um café espresso no Madame Miammiam, um adorado café e padaria.
Novas lojas e butiques vêm pipocando pela cidade, mas poucas têm a pretensão da divertida Mädchentraum, recém-aberta por Anne-Kathrin Schmidt, de 24 anos, que antes confeccionava fantasias. Anne-Kathrin desenha modelos de vestidos e blusas glamourosos e ultrafemininos, inspirados na moda dos anos 1930, 1940 e 1950. O vestido propriamente batizado de "Grace", em lã cinza com mangas três quartos, parece valer muito mais do que os 219 euros cobrados. A alguns quarteirões de distância, a loja Kiss the Inuit abriu em meados do ano passado com uma coleção de streetwear, jaquetas, jeans, sapatos e botas, tudo feito com materiais orgânicos.
Também há dezenas de lugares para se fazer um lanche rápido no Ring, a movimentada avenida que contorna o centro da cidade — entre eles o Hans im Glück (ou "Hans com sorte"). Batizado com o nome de um conto de fadas dos Irmãos Grimm, a primeira filial (a matriz é em Munique) passou a servir o que devem ser os melhores hambúrgueres da cidade — senão do continente — nesta primavera europeia, incluindo um delicioso especial da casa com presunto de Parma, queijo parmesão e molho de teriyaki (por 6,80 euros). Apesar de ser perfeito para o almoço, tem coquetéis arrasa-quarteirões, ambiente cool e uma cabine para o DJ residente que tornam a casa uma boa escolha para o lanche de tarde da noite.
Museus, vinhos e cervejas: especialidades locais em releitura
É difícil dizer o que causa mais impacto no museu Kolumba: a vertiginosa combinação de artefatos religiosos antigos e peças de arte moderna, ou o impressionante e vintage prédio de 2007 com projeto do arquiteto suíço e vencedor do prêmio Pritzker, Peter Zumthor. Observe do grande crucifixo de marfim do século XII à escultura do artista Joseph Beuys, e então aproveite para ter uma visão emoldurada pelas janelas das agulhas da catedral.
Diferentemente da atitude formal exigida pela maioria dos museus e galerias, o museu Rautenstrauch-Joest convida os visitantes a tocar e interagir com suas exposições, cujo foco é a diversidade mundial de culturas, mais bem simbolizada pelo ornamental reservatório de arroz, do tamanho de um veleiro, trazido da ilha indonésia de Sulawesi que ocupa grande parte do lobby da instituição. Inaugurado no final de 2010, esse prédio contrasta com o museu anexo Schnütgen que exibe um acervo de arte cristã gótica e medieval na renovada romanesca igreja de St. Cäcilien.
Outra tradição que ganha uma cara diferente em Colônia é a cerveja. Cervejarias mais antigas e os clássicos pubs de cerveja Kölsch podem ser mais famosos, mas nenhum deles é tão acolhedor e divertido como o charmoso Braustelle, uma micro-cervejaria e pub que funciona como o principal ponto de encontro e quase uma sala de estar pública do promissor distrito de Ehrenfeld. Prove a Helios, uma releitura da casa da cerveja local, embora não seja filtrada. E então prove algo que poucas outras cervejarias de Colônia considerariam: uma Alt, o tradicional método de preparo típico da cidade rival, Düsseldorf.
E, sim, Colônia ama a sua cerveja local Kölsch, mas o Rio Reno, que passa pela cidade, também abriga uma das regiões vinícolas preferidas da Europa. Deguste os melhores na Wein am Rhein, onde há mais de 20 safras de Rehingau, Rheinhessen, Mosel e outros terroirs do Velho Mundo disponíveis em uma taça. Dificilmente relegada a segundo plano, a cozinha tem sido constantemente intitulada uma das melhores de Colônia desde que abriu no início de 2009. Tipos aventureiros podem se esbaldar no menu "surpresa", com quatro etapas de pontos altos do cardápio, que custa 43 euros ou 75 euros com harmonização de vinhos.
Outra boa opção para o jantar é o Nada. Dada sua locação em uma rua tranquila e residencial e o nome, o restaurante, que também abre para o almoço, poderia ser acusado de estabelecer expectativas baixas, só para destruí-las quando a sua cozinha inventiva e divertida — uma sopa de porcini disfarçada de cappuccino, ou o rosbife lentamente cozido com legumes de raiz e um toque do tinto italiano Barolo — se apresenta na mesa. Considerando a pirotecnia gastronômica e o serviço estelar, os preços, com pratos principais por volta de 25 euros, e o menu de quatro etapas por 54 — parecem quase subestimados.
Música eletrônica até bem cedo
Originalmente um espaço de exposições para jovens artistas visuais, o Gewölbe ("cofre") se transformou em uma respeitada casa de shows para música techno e eletrônica, tornando-se um dos melhores clubes na região de Westbanhof ("estação de trem a oeste"). Não dá para ter certeza do que você vai encontrar aqui a não ser que você confira a programação, mas uma coisa é certa: as portas não abrem antes das 23h, e a festa vai até bem tarde.
Outro perfil de noite você encontra no distrito de Ehrenfeld, que com uma mistura de moradores imigrantes e trabalhadores, acabou se tornando o endereço preferido de músicos, estudantes e artistas. É justamente essa combinação que faz de Ehrenfeld um ótimo lugar para sair à noite. O mais novo espaço para se divertir até tarde por lá é o E-Feld, um porão cavernoso onde músicos como o sueco minimalista e techno DJ Pär Grindvik rivalizam com os shows do clássico Underground, a alguns quarteirões de distância, e que costuma trazer vários músicos alternativos, de IAMX aos Supersuckers, para se apresentar.
Serviço:
Compras:
Mädchentraum: Greesbergstrasse 2. Tel. 49 (221) 3799-5751.maedchentraum.net
Kiss the Inuit: Schillingstrasse 11; Tel. 49 (221) 29-89-54-86.kisstheinuit.de
Zimmermann: Ehrenstrasse 75. Tel. 49 (221) 25-56-32.baeckereizimmermann.de
Simon und Renoldi: Maastrichter Strasse 17. Tel. 49 (221) 9458-7031. simonundrenoldi.com
Monsieur Courbet: Fica na Maastrichter Strasse 49. Tel. 49 (221) 594-9705
Groove Attack: Maastrichter Strasse 49. Tel. 49 (221) 522-037.grooveattackrecordstore.com
Bob 10.5.10: Brüsseler Platz 6. Tel. 49 (221) 168-693-48.bob10510.de
Museus:
Kolumba: Kolumbastrasse 4. Tel. 49 (221) 933-1930. kolumba.de
Rautenstrauch-Joest: Cäcilienstrasse 29-33. Tel.            49 (221) 236-20 begin_of_the_skype_highlighting            49 (221) 236-20      end_of_the_skype_highlighting      museenkoeln.de/rautenstrauch-joest-museum
Gastronomia:
Nada: Cleverstrasse 32. Tel. 49 (221) 888-999-44. nada-koeln.de
Braustelle: Christianstrasse 2, na Venloer Strasse. Tel. 49 (221) 285-69-32. braustelle.com
Wein am Rhein: Johannisstrasse 64. Tel. 49 (221) 9124-88-85.weinamrhein.eu
Madame Miammiam: Antwerpener Strasse 39. Tel. 49 (221) 271-9242. madamemiammiam.de
Hans im Glück: Hohenzollernring 38-40. Tel. 49 (221) 298-921-63.hansimglueck-burgergrill.de

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Daqui não saio!



O ministro do trabalho, Carlos 'Todo Se Achando Cabra Macho Sim Senhor' Lupi rodou a baiana e disse em alto e bom som: 'Só saio à bala'. Por Claudio Schamis


Fiquei até com “meda” do homem! Que disse também ser osso duro de roer.

Sei que fui duro com a Dilma, não quis desafiá-la, me ajuda me Deus!
Depois do (ministério do) Esporte não vem o lazer, vem a tempestade. E essa tempestade devassa outro ministério. A bola (que é puro Esporte) da vez é o ministério do Trabalho. Ou vai dizer, na altura deste campeonato, que alguém achou que eles iriam querer ficar longe dos holofotes?
Então trataram de caprichar e receberam denúncias de irregularidades nos convênios realizados por sua pasta. Lupi disse que houve (apenas) uma falha administrativa, devido a uma troca de sistema. A culpa é da informática e (quase sempre) do estagiário. Disse também que dos 500 contratos tidos como irregulares pelo Tribunal de Contas da União, só 20 ou 30 têm de fato alguma irregularidade. Coisa pequena. E que até dezembro isso será solucionado. Não é lindo esse ministro. O nome dele deve ser “Trabalho” e não por acaso está nesse ministério.
Será então que a ONG dirigida por Jorgette Maria Oliveira, ex-filiada do PDT (do qual Lupi é presidente, mas está licenciado) é uma dessas que estão com alguma irregularidade? Pois este ano a instituição recebeu R$ 11,2 milhões do ministério do Trabalho. Ou alguém ainda vai dizer que nem foi tudo isso porque houve erro de digitação? Me engana que eu gosto! Gamo e caso!
Agora esse “denuncismo”, como chamou o ministro Lupi é coisa do capeta. É coisa de quem não tem o que fazer. É coisa da oposição.
Até quando essas denúncias nos ministérios serão coisas do capeta?
A herança é maldita mesmo!
Mas o que se passa no governo Dilma?

Só não sei onde coloco a placa. Dilma, alguma sugestão?
Será que é a maldição da tal “herança maldita” deixada pelo Lula? Pois em sã consciência, não pode ter tido tempo para produzir tanta lama em tantos ministérios nesse primeiro ano do governo Dilma. Só se for obra do demônio daqueles que sempre vem criticar.
E os que (sempre) defendem Lula e, por conseguinte Dilma, irão dizer que não, que não há nada de errado e que isso é obra dos demônios que não gostam dele. Ou seja, é minha responsabilidade também.
A questão não é gostar ou não gostar. Eu procuro separar a pessoa do cargo. Não tenho nada contra a pessoa do Lula. Mas tenho contra o (agora) ex-presidente Lula e tenho minhas ressalvas com a Dilma.
Ou para vocês defensores fervorosos está tudo muito bem, está tudo muito bom? Só falta pedirem uma porção de batatas fritas.
Enquanto isso no ministério da Educação…

Tá tudo bem com a Educação e haddad - O caminho é esse mesmo!
Mesmo em meio a essa crise que mancha e prova que a Educação aqui em nosso país não é lá coisa muito séria, o ministro da Educação, Fernando Haddad, tirou um dia de “folga” para cuidar da sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo. Justificou que havia trabalhado no sábado e no domingo, que seriam dias de folga. Mas vem cá, será que no meio de uma grande questão como essa do Enem, um ministro comprometido pensaria em folgar?
Para Haddad, não faz sentido a proposta do Ministério Público Federal de se cancelar nacionalmente o Enem ou as questões vazadas.
E eu pergunto, existe algum sentido nisso tudo? Até quando eles vão errar, errar e errar?
E não ficamos devendo somente no Enem. No campo, mais de 37 mil escolas estão fechadas. Há problemas de acesso, infraestrutura e formação de professores na área rural, onde o analfabetismo chega a 23%. Ou será que quem vive no campo não tem os mesmos direitos à educação? Será que alguém lá do ministério da Educação pelo menos deu uma olhadela na Constituição Federal?
Como diria Boris Casoy: “Isto é uma vergonha”.
Enquanto isso ainda no ministério da Saúde…
Podem tirar o cavalinho da chuva.

O Ministro Padilha acha que a Saúde só tem três pequenos problemas para serem resolvidos!
Dilma disse que o problema da Saúde no Brasil é mais de gestão, mas que precisam de mais recursos.
Mais recursos? Pra quê? O Brasil tem 6% do seu orçamento destinado à saúde (e nem isso chega até ela, vamos combinar).
Só perdemos para o Egito. E no ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS) estamos em 151º lugar no ranking. Será mesmo? Acho que eles devem ter errado 20 posições!
Se houvesse uma tal de justiça para nossos políticos…

É pra julgar algum político? Avisa que já tó indo....
Se a justiça fosse feita e aplicada como manda o figurino, ia faltar espaço, mas curiosamente, José Dirceu, receberia uma pena de até 111 anos de prisão. Marcos Valério, de até 1.727 anos e José Genoino, de até 99 anos. E teríamos a condenação de 36 réus envolvidos no mensalão, que para Lula nunca existiu.
Já limpou sua ficha hoje?
A questão da Lei da Ficha Limpa pode ficar no “será que vai?”, pois temos de um lado o presidente da Corte, Cezar Peluso, que quer resolver isso já, mas em contrapartida temos parte dos ministros que apelaram para que se espere a posse da nova ministra Rosa Maria, e com isso pode ser que a coisa não saia do lugar.

Cunha Lima sabe que o sonho virou realidade...
E enquanto ficamos na incerteza se valerá para as próximas eleições, teve festa no Senado, onde tomou posse, o ex-governador da Paraíba, Cassio Cunha Lima (não falei limpa), e agora senador, depois de amargar dez meses de espera. Como a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi de suspender a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado, Cunha Lima retoma sua vaga e vai agora poder mamar em paz. O pior é ter que ouvir da boca dele que a Lei da Ficha Limpa é um avanço, mas que não pode ir contra os princípios constitucionais, nem retroagir no tempo, o que seria uma ameaça à democracia.
Será mesmo que é essa a ameaça? Será mesmo que Cunha Lima ia achar essa lei um avanço se ela realmente pudesse ter sido usada contra a sua candidatura?
E assim, vida que segue!

Mau cheiro


O Grito, Edvard Munch, litogravura 1895

Somente os muito ingênuos acreditam que os partidos brigam por cargos interessados em ajudar o governo a fazer o bem do país – e nada mais.
Nunca foi assim. E pelo jeito jamais será.
Os partidos ambicionam cargos para roubar. O dinheiro enche os bolsos dos seus dirigentes e financia campanhas que custam cada vez mais caro. É simples assim.
Surpreso? Não brinque.
Candidato rico pode até gastar parte do seu dinheiro para se eleger. São raros.
O senador Blairo Maggi (PR-MT) talvez seja um deles. Sua fortuna cresceu 356% entre 2006 e 2010 quando governou Mato Grosso pela segunda vez consecutiva. É o rei da soja. E a soja, sabe como é...
De remediado para baixo, candidato usa o dinheiro dos outros para se eleger. E fica devendo favores que depois tenta pagar no exercício do mandato.
Emplacar um protegido em cargo de relevo é meio caminho andado para pagar o que deve e sair com lucro. Perguntem ao experiente senador José Sarney se não é...
Há uma secretária de empresa estatal da área de energia que só faz uma coisa durante o expediente: cuidar dos interesses do senador. Ora ela atende o próprio, ora algum dos filhos dele.
Antes que passe pela cabecinha de Sarney a ideia de me processar, adianto logo: tudo o que ele faz, tudo mesmo, é legal. Fui claro? Fui convincente?
Estamos conversados. Adiante.
O PT só chegou ao poder que de fato importa quando resolveu se comportar como os demais partidos. Lula cansara de perder. Então arquivou a vergonha.
Certo dia, entre 1998 e 2002, chamou José Dirceu e disse mais ou menos isto: “Só serei candidato pela quarta vez se for para ganhar. E para ganhar vale tudo”.
Valeu, por exemplo, comprar o passe do Partido Liberal (PL) de Valdemar Costa Neto por pouco mais de R$ 6 milhões. Lula assistiu à compra sentado num terraço de apartamento, em Brasília.
Parte do dinheiro para a compra foi doada pelo seu então candidato a vice, José Alencar. O apoio do PL resultou em mais tempo de televisão e de rádio para Lula. Apoio de partido vale por isso.
No primeiro mandato, Lula recusou-se a pagar o preço pedido pelo PMDB para apoiá-lo. O PMDB queria cargos, muitos cargos. E autonomia para tirar proveito deles.
Contrariando José Dirceu, Lula imaginou que poderia governar comprando apoios a cada votação importante no Congresso. O mensalão derivou disso. E deu no que deu.
O loteamento do governo consumou-se no segundo mandato. E foi responsável pela montagem da coligação de 11 partidos que apoiou Lula e que depois apoiaria Dilma.
Pergunte a qualquer ex-presidente da República se os partidos que governaram junto com ele não se aproveitaram de cargos para roubar. Pensando melhor, não pergunte.
Todos negarão que isso tenha ocorrido. Há assuntos sobre as quais não se fala.
Na vida real, os governantes admitem certa margem de roubo. Caso o roubo vire um escândalo e o ameace, ele é obrigado a limpar a área. Os partidos e eventuais ocupantes de cargos públicos concordam que ele proceda assim. Desde que ninguém vá preso.
No programa “Zorra Total” da Rede Globo de Televisão, no último sábado, ouvi o comentário de um personagem cínico e ao mesmo tempo engraçado: “Voltar? Dinheiro de corrupção? Não volta. Volta vestido tubinho. Volta pantalona. Mas dinheiro de corrupção não volta”.
Bingo! É da regra do jogo. Sem prisão – salvo se temporária e curta. Sem devolução.
A verdade é relativa em países considerados livres. Em países dotados de regimes autoritários, existem verdades absolutas.
Posso dizer, por exemplo, que Dilma tem-se mostrado mais intolerante do que Lula com a corrupção. Ou posso dizer que Dilma não tem o cacife que Lula tinha para tolerar a corrupção. Assim será se lhe parecer.
Uma vez denunciados pela imprensa, Dilma livrou-se no curto período de 11 meses de governo de cinco ministros suspeitos de envolvimento com irregularidades. Tem um sexto aí na bica.
Em qualquer outro lugar já se teria dito com todas as letras e a ênfase necessária que o governo apodreceu. Sim senhor, apodreceu. Está dito.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Fantástico show da corrupção


Claudio Carneiro critica 'doença da corrupção' e a compara ao tabagismo


Com mais de 25 milhões de fumantes, o Brasil se vê diante do desafio do médico Drauzio Varella para que muitos brasileiros – quiçá milhões – se livrem da dependência ao tabaco e, consequentemente, da doença conhecida como tabagismo. Por menores que sejam os resultados da iniciativa, ela já se mostra vitoriosa uma vez que mobiliza as pessoas contra um mal que afeta um país inteiro. Os brasileiros têm se mobilizado somente por motivos muito tolos nos últimos anos, com “abraços” em lagoas e praças e outras manifestações insossas.
Enquanto isso, percebe-se o crescimento assustador de outra doença – esta social – estimulada pela forma com a qual o Governo faz política: a corrupção. É um mal que assola toda a esfera do Governo. Está enfronhado no projeto criado para se manter no poder. É um modus operandi partidário.
Em seu artigo publicado no domingo nos principais jornais do país, Fernando Henrique Cardoso admite que “a corrupção e, mais do que ela, o “fisiologismo” e o clientelismo tradicional sempre existiram”. Mas o que escandaliza o octogenário ex-mandatário é que “o que era episódico se tornou sistema” – nas palavras dele. “Os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obter recursos que permitam sua expansão”. FHC atribui a Lula o fato de ter legitimado a “cara dura” daqueles envolvidos com corrupção: “A aceitação tácita desse estado de coisas por um líder popular ajuda a transformar o desvio em norma mais ou menos aceita pela sociedade”. É uma nicotina que envenena o jogo político.
Em cada uma das pastas foram estabelecidos feudos que sangram o estado e criam redes de arrecadação que fortalecem partidos que se alugam e contas particulares de pessoas que se vendem. O próximo a tragar fumaça será o ministro do Trabalho, mas só o tempo – ou uma denúncia – dirá que são todos viciados.
Como pontas inúteis – muitos tentando manter-se em brasa – diversos ministros já foram “apagados” no cinzeiro. Curioso e triste, em parte, é que toda investigação partiu de órgãos da imprensa. O Governo fez de tudo para fumar as bitucas até o final. Difícil saber se as investigações contra Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Pedro Novaes e Orlando Silva continuam. Eles – que se demitiram com a desculpa de que assim teriam mais tempo para provar inocência – nada provaram. Mas já são virtuais candidatos às próximas eleições.
Antes mesmo de ser descartado como a próxima guimba, o ministro do Trabalho Carlos Lupi não se preocupa em provar que houve um engano nas acusações que lhe fazem. A mesma que fizeram aos outros. Limita-se a dizer “morro, mas não jogo a toalha”. Deve ser muito bom ser ministro. Melhor ainda ser partido de apoio ao Governo.
Pois não é que o PDT – assim como o PMDB, PR e o PC do B – já está fazendo o mesmo teatro? Sua cúpula afirma que as denúncias são muito graves, defende investigações imediatas e diz que vai cobrar explicações do ministro. Quando tudo isso acabar, também o PDT manterá sua pasta ministerial e anunciará que nunca mais vai se envolver com estas ONGs – instituições originariamente sem fins lucrativos onde estão armazenados todo o alcatrão e a nicotina deste mundo.
Diferente da profissional que limpa nossas casas, dando uma geral em todos os cômodos a cada empreitada, a faxineira oficial prefere manter uma rotina diferente. Lê uma revista por semana para depois limpar um único cômodo – já empoeirado e cheio de insetos. Pior: ela nunca limpa os cinzeiros.

domingo, 6 de novembro de 2011

Lei de Reforma do Congresso de 2011 (emenda da Constituição do Brasil)


 
1. O congressista será assalariado somente durante o mandato. E não terá  aposentadoria proveniente somente pelo mandato.
2. O Congresso contribui para o INSS. Todo o mundo (passado, presentee futuro) atualmente no fundo de aposentadoria do Congresso passará para o regime vigente do INSS imediatamente. O Congresso participa dosbenefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria  não pode ser usado para qualquer outra finalidade.
 
3. Congresso deve pagar para seu plano de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.
 
4. Congresso deixa de votar seu próprio aumento de salário.
 
5. Congresso perde seu seguro atual de saúde e participa do mesmo sistema de saúde como o povo brasileiro.
 
6. Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõem o povo brasileiro.
 
7. Servir no Congresso é uma honra, não uma carreira. Parlamentares devem servir os seus mandatos (não mais de 2), depois ir para casa e procurar emprego. Ex-congressista não pode ser um lobista.