segunda-feira, 25 de março de 2013

Chocolate

Para quem ama chocolate um endereço para ser guardado: http://www.fazendodoce.com.br/index.php

Se Deus tivesse que falar comigo diria

"Para de ficar rezando e batendo no peito!
O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que
Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo
construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias.
Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável:
Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que
tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu
amor, teu êxtase, tua alegria.
Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo.
Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus
amigos, nos olhos de teu filhinho...
Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Para de ter tanto medo de mim.
Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.
Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de
sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.
Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos
que não se comportem bem, pelo resto da eternidade?
Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são
artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em
ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.
A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu
estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem
um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há
pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um
registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um
conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.
Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste...
Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar.
Eu não quero que acredites em mim.
Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas
tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no
mar.
Para de louvar-me!
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Aborrece-me que me louvem.
Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas
relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o
jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te
ensinaram sobre mim.
A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo
está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás.
Procura-me dentro... Aí é que estou, batendo em ti".


Baruch Espinosa
(Filósofo-pensador  [1632-1677])

domingo, 24 de março de 2013

St Barth


Uma das belas vistas de Saint Barth Foto: Eduardo Maia / O Globo
Uma das belas vistas de Saint Barth 

Praias para agradar a todos os públicos       
SAINT BARTHÉLEMY - Normalmente, quando se busca o nome de algum lugar turístico na internet, a maioria das páginas que aparecem é de órgãos ou empresas de turismo ou sites de viagem. Com Saint Barthélemy é diferente. Jogue esse nome, ou St. Barth, como os mais íntimos costumam chamar, em qualquer site de busca, e você verá que na ilha, perdida na imensidão azul-turquesa do Caribe, a supermodelo Kate Moss já fez topless, a atriz Lindsay Lohan já encheu sacolas de produtos caríssimos, a cantora Beyoncé já promoveu festas de arromba e o jogador Ronaldo passou o último réveillon. A lista de ricos e famosos que têm propriedades ou passam férias por lá é gigante, mas St. Barth é mais que isso. A poucos minutos de avião de Sint Maarten/Saint Martin, a ilha vizinha mais famosa, e que agora tem voos diretos do Brasil, ela mistura beleza caribenha e sofisticação europeia. Tem praias badaladas e outras completamente isoladas. Possui mansões e hotéis de luxo espalhados por toda parte, mas abriga também uma cidade com traços suecos. Tem restaurantes com cozinha francesa e chão de areia. St. Barth tem, na verdade, o melhor de dois mundos.
Com apenas 21 quilômetros quadrados e um terreno bastante acidentado, Saint Barthélemy não tem uma profusão de praias nem intermináveis faixas de areias. Mas as 16 praias que compõem seu litoral não fazem feio. Pelo contrário. Há uma para cada tipo de turista. De pacíficas enseadas, ideais para banhos em família, a praias com ondas disputadas por surfistas, passando por locais perfeitos para mergulho ou vela.
Todas, em dias de céu claro e mar calmo, apresentam o azul-turquesa típico dessa região do planeta. Mas em nenhuma delas a água é tão bonita quanto na enseada chamada de Grand Cul-de-Sac, na ponta Leste da ilha. Graças a uma barreira de corais bastante afastada da areia, a enseada é uma verdadeira piscina natural, perfeita para a prática de esportes náuticos.
Em dias de ventos mais fortes, Grand Cul-de-Sac é tomada por praticantes de kitesurfe e windsurfe, que rasgam as águas em alta velocidade. Fora isso, a enseada também é muito procurada para a prática de stand up paddel - ou supsurf, aquele esporte em que a pessoa se equilibra numa prancha e usa um remo para se movimentar - e de caiaques. Pela quantidade de corais e a transparência da água, o ponto também é indicado para a prática de mergulho.
Grand Cul-de-Sac e sua "irmã menor", Petit Cul-de-Sac, são basicamente ocupadas por hotéis, garantindo uma relativa tranquilidade. Ao contrário da agitadíssima Saint Jean, no litoral Norte da ilha. Segundo centro urbano mais importante e endereço do aeroporto local, o vilarejo tem boas opções de restaurantes, hospedagem e serviços, como caixas eletrônicos, mercados e farmácias.
A praia, frequentada por muitos jovens, é um dos pontos de surfe mais populares da ilha, com ondas perfeitas para atletas sem muita prática. Assim como Flamant e Lorient, outras duas na costa Norte, também mais movimentadas. Surfistas mais experientes, entretanto, preferem locais mais distantes e menos populares, como Point Milou, no Nordeste da ilha. Perto dali, fica a praia de Marigot, cujo principal atrativo é a casa do cantor francês Johnny Hallyday, uma espécie de Roberto Carlos roqueiro, que já vendeu mais de 100 milhões de discos desde 1957 e é praticamente um desconhecido para os brasileiros.
Mas se a ideia é encontrar um pouco de sossego, o melhor a fazer é rumar para o litoral Sul, ocupada majoritariamente por mansões e pequenos hotéis. Lá está a Grand Fond, uma costa rochosa com um visual de isolamento que em nada lembra o Caribe. Não serve para tomar banho, já que não há faixa de areia e as ondas são fortes. Mas vale uma passagem pela estrada, que leva até a antiga casa do bailarino russo Rudolf Nureyev, hoje parte do catálogo de uma das muitas empresas de aluguel de casas na ilha.
Perto dali, está uma das melhores praias de St. Barth, Saline. O nome vem da antiga salina que funcionava na região e que acabou impedindo construções próximas à areia. À praia, só se pode chegar andando. A caminhada é leve e rápida, não leva mais que cinco minutos. Mas a vista recompensaria esforços muito maiores. Isolada por uma área de faixa de vegetação praieira, nada existe além da areia branca e fina e os morros que ladeiam Saline. Nem um vendedor de mate. Por isso, se estiver programando passar algumas horas no local, leve o que comer e beber.
Também dentro de uma reserva ambiental, mas de acesso muito mais difícil, está Colombier, considerada por muita gente a melhor de todas as praias de Saint Barthélemy. Para chegar até lá, não tem jeito: é preciso encarar uma trilha de, no mínimo, 20 minutos, com algumas subidas e descidas. Ou alugar um barco. Não importa o transporte, ir a Colombier é um dos melhores programas. Por terra ou mar, os caminhos atravessam cenários de beleza única.
Colombier é também tida como o melhor ponto para mergulho, seja com cilindro de ar ou snorkel. As águas transparentes e geralmente calmas dessa enseada permitem ver com clareza inúmeras espécies marinhas, com destaque para as tartarugas verdes. Outro ponto indicado para essa atividade são as Gros Islets, duas ilhotas em frente à capital Gustavia. Mas ali, só de barco mesmo.
A única construção que se vê em Colombier é a antiga casa de veraneio da família Rockefeller, construída na década de 1960 e que passou muitos anos abandonada. Da casa, no alto de um morro, não se vê muita coisa. Mas chama a atenção uma estrutura em forma de pirâmide, onde o proprietário costumava promover recepções mais íntimas, de acordo com os moradores da ilha.
Tirando Colombier e Saline, todas as demais praias são acessíveis de carro. Na verdade, a melhor forma de conhecer a ilha é de carro ou de motocicleta. As distâncias entre uma praia e outra são grandes por causa do terreno acidentado, com muitos morros, e não há transporte público na ilha, apenas táxis que cobram, pelo menos 20 por corrida.
Alugar um automóvel ao chegar é quase tão obrigatório quanto ter um hotel para ficar. A qualidade dos veículos das locadoras é boa. Ruim são as condições das estradas. Muitos buracos, sinalização precária e iluminação inexistente à noite. Uma pena, para um paraíso com clima tropical e preços de Europa.
Time de futebol para quê?
A grandeza da fortuna do bilionário russo Roman Abramovich, um dos dez homens mais ricos do mundo, normalmente é medida pelo fato de ele ser dono do Chelsea, um dos mais tradicionais times de futebol da Inglaterra. Mas quem chega a St. Barth de barco e se depara com o colosso da engenharia chamado Luna, tende a pensar de outra forma. O iate, de 377 pés (115 metros) de comprimento, é um dos maiores do mundo, e um dos indícios da presença desse magnata do petróleo na ilha mais exclusiva do Caribe.
De tão grande, o iate de Abramovich sequer entra no porto de Gustavia. Fica ancorado longe, podendo ser avistado de vários pontos da ilha, inclusive da isolada e preservada praia Governour, uma das mais bonitas entre as 16 de St. Barth.
A praia é pública e bastante procurada, na alta temporada, por naturistas. Mas o terreno de cerca de 70 hectares entre a faixa de areia e a estrada, lá em cima, é do russo. Nela, uma das mansões mais imponentes da ilha serve de abrigo para outros ricaços e celebridades que vão relaxar alguns dias por lá.
Mas como há convidados que preferem a vida no mar, o iate, com quatro deques, piscinas e tantas outras mordomias, serve de hospedagem. Madonna é uma das que curtiram St. Barth a bordo do ex-maior iate motorizado do mundo. O atual, Eclipse, de 557 pés (169 metros), é propriedade de... Abramovich, claro.
Voltando à Governour: o mesmo terreno que hoje é do russo pertenceu aos Rockefeller, que também já estenderam sua bandeira em Colombier. Em comum às duas praias, está a natureza intocada. Quer dizer, quase. Em Governour, uma placa de "propriedade particular" não deixa esquecer que alguém já chegou antes e marcou o território.
Uma cidade caribenha com sofisticação francesa e alma sueca
Gustavia não é lá um nome muito francês. Mas assim se chama a capital de St. Barth, uma cidade tropical com um pé na França e outro na Suécia. Concentrando quase metade dos nove mil moradores da ilha e servindo de endereço para as lojas de algumas das principais marcas de joias e roupas do planeta, Gustavia confirma que St. Barth não é uma ilha do Caribe como as outras. Aliás, em quase nada se parece com uma cidade caribenha convencional.
Seu nome, uma homenagem ao rei sueco Gustavo III, é uma mostra do histórico de mudanças de mãos pelo qual passou a ilha. Ao chegar àquelas terras em 1493, Cristóvão Colombo a batizou em homenagem ao irmão, Bartolomeu. A primeira bandeira fincada ali foi a espanhola. Mas, sem qualquer importância econômica nesse primeiro momento, St. Barth caiu no esquecimento, até a chegada dos franceses, em 1648.
Os primeiros colonos passaram então a cultivar algodão e anileira, além de explorar a extração de sal e a pesca. O cotidiano pacífico eventualmente era quebrado por invasões de piratas e corsários. Em 1784, mais uma reviravolta: em troca de direitos comerciais em Gotemburgo, a França cedeu St. Barth à Suécia de Gustavo III. Até o trato ser desfeito, 104 anos depois, os suecos desenvolveram urbanisticamente a ilha como nunca. Construíram fortalezas e deixaram, sobretudo na capital, marcas de sua presença.
São poucas as construções da época ainda de pé, mas o estilo sueco definitivamente influenciou boa parte das casas da cidade, com suas linhas retas e objetivas e suas cores fortes, que convivem em harmonia com casarões de arquitetura crioula, também em grande quantidade. Outra importante construção histórica é a Wall House, um antigo depósito, feito de pedra, que hoje abriga o principal museu da ilha, voltado para sua História, dos primeiros indígenas até os dias atuais, como uma coletividade autônoma, ligada à república francesa.
Foi com a presença sueca também que St. Barth iniciou sua vocação de porto livre. Se antes o conceito significava que barcos de qualquer nacionalidade podiam atracar ali, agora quer dizer: lojas livres de impostos. A fama de free shop se justifica: as principais marcas de artigos de luxo têm postos de vendas nas charmosas ruas de Gustavia, transformando a cidade num consagrado destino de compras.
Os itens disponíveis vão de charutos cubanos a caviar russo. Grifes como Dior, Cartier, Bulgari e Louis Vuitton são comuns ali. A maioria se concentra na Rue de La Republique, em frente ao terminal marítimo onde chegam e de onde saem os barcos que ligam a ilha às vizinhas Saint Martin/Sint Maarten e Anguilla. Na mesma rua fica o Carré D'Or, um centro comercial só com artigos de luxo.
Se, por um lado, roupas, joias e cosméticos de marca são um pouco mais baratos, os preços dos produtos locais são jogados nas alturas pelo alto padrão dos turistas. Uma camiseta escrita "I love St. Barth" pode custar 50, e um vestido simples, de estilista local, não menos que 200. Entre os produtos nativos, o mais famoso é uma linha de cosméticos que leva o nome da ilha, e é usada na maioria dos hotéis e spas da região. O número de lojas é tão grande que a sinalização em Gustavia é feita pelo nome delas, e não das ruas. As placas indicam para que direção fica a Lacoste, mas não a prefeitura, por exemplo.
Outra atração de Gustavia é seu porto, que mais parece uma marina, pela quantidade de barcos de luxo. Para amantes do mundo náutico, caminhar no calçadão observando de perto a variedade de embarcações pode ser uma bela distração. O ambiente é agradável também para um passeio no fim de tarde, com muitos cafés e locais para apreciar a paisagem. Nesse quesito, as ruas Bord de Mer e Samuel Fahlberg, onde há também uma convidativa praça, são pontos privilegiados.
É um bom lugar também para negociar aluguéis e passeios de barcos. Há muitas empresas do ramo instaladas por ali. O porto de Gustavia tem um formato em "U" e a sua perna mais próxima ao mar é onde está a parte mais pacata da cidade. Sem grifes de luxo ou restaurantes caros, é a região que mais se afasta da sofisticação europeia do outro lado.
Mas nem ali, Gustavia é totalmente Caribe. Sem a música alta ou o povo extravagante, marcas registrada das ilhas vizinhas, parece mesmo que o espírito sueco permanece firme e forte.
As emoções de um aeroporto à beira-mar
Imagine a cena: você está sentado numa confortável cadeira de praia, tomando uma piña colada de frente para a imensidão azul de uma praia caribenha quando, do nada, um avião passa ao seu lado.
Essa é a rotina em Saint Jean, uma das mais concorridas praias de St. Barth. Os cerca de 700 metros da pista do aeroporto Gustav III se espremem entre o pé de uma colina e a areia. A proximidade é tanta que há sinalização no mar indicando onde, por medida de segurança, é proibido se banhar.
O aeroporto, com suas dezenas de decolagens e aterrissagens diárias, ligando a ilha a vizinhas como Saint Martin e Anguilla, é um dos pontos mais pitorescos de St. Barth. Se da praia é possível ver os teco-tecos (só aeronaves para até 20 passageiros podem usar a pista) bem de perto, de Gustavia se tem a impressão de que estão caindo entre os morros. Uma aventura.
Comer com pé na areia e dormir cedo
As praias são bonitas e as compras, tentadoras. Mas Saint Barthélemy também se destaca pela qualidade dos hotéis e restaurantes.
São pouco mais de 20 hotéis, com cerca de 400 quartos pela ilha, número compatível com a ideia de exclusividade que o lugar passa. Mesmo o único resort, o Guanahani Hotel & Spa, em Grand Cul-de-Sac, com 68 quartos, pode ser considerado pequeno, perto de outros do gênero em ilhas vizinhas.
Em geral, os hotéis apresentam poucos quartos e também chalés ou casas inteiras, chamadas de vilas. Essa é uma das característica de hospedagem em St. Barth. Há diversas empresas de aluguel de imóveis. Tendo dinheiro, é possível alugar por alguns dias muitas das impressionantes mansões que ocupam as encostas da ilha.
O mais famoso hotel da ilha é o Eden Rock. Não só por ser o mais antigo, mas também por ser construído sobre uma pedra que avança mar adentro, em Saint Jean. Fundado pelo aventureiro Rémy De Haenen (que, além de ter sido prefeito de St. Barth, foi o primeiro homem a pousar de avião na ilha) nos anos 1950, o hotel recebeu inúmeras personalidades quando St. Barth ainda não era balneário obrigatório dos famosos. Alguns dos hóspedes mais célebres, como o milionário excêntrico e produtor cinematográfico Howard Hughes e a atriz Greta Garbo, batizaram as suítes principais do hotel.
Também em Saint Jean fica o Tom Beach, que não chega a empolgar como hotel, mas tem um excelente bar e restaurante em plena areia, o La Plage. Comer um pato ao vinho como se fosse feito na França com os pés direto na areia da praia é uma experiência única. O restaurante La Cabane, no hotel Isle de France, também tem a areia da praia como piso. E o destaque de sua cozinha são as sobremesas, como a torta de limão com frutas variadas.
Outro restaurante que superou o hotel onde está localizado é o Le Gaïac, no hotel Le Toiny. Considerado um dos melhores da ilha, ele se baseia quase que totalmente na culinária francesa, aproveitando elementos clássicos e ingredientes da região, como os frutos do mar. Mas seu pulo do gato está num espaguete preparado dentro de enormes peças de queijo parmesão ao vivo, do lado da mesa do cliente. Um verdadeiro evento.
Mas em se tratando de comida italiana, o melhor lugar para comer é mesmo o L'Isola, em Gustavia. Ambiente refinado, para jantares especiais, e atendimento em italiano, em pleno Caribe francês. O cardápio é vasto, mas o cliente pode escolher, sem medo, a polenta de entrada, o ravióli de queijo como primeiro prato e o cordeiro à milanesa, de segundo prato. Sempre acompanhado por um vinho italiano.
Muito perto dali, está o Bonito, especializado em frutos do mar (sua logomarca lembra um peixe) inaugurado há pouco mais de um ano, numa das colinas da capital de St. Barth. A comida é boa, mas o que chama a atenção é vista para o porto, o mesmo trunfo do classudo Victoria's, no ainda mais classudo hotel Carl Gustav, também na parte alta de Gustavia.
O hotel Sereno, em Grand Cul-de-Sac, também tem a vista como um dos carros-chefe de seu restaurante. Mas o grande diferencial não é o que se come, nem onde. Toda quinta-feira, o chef Jean Luc Grabowski abre as portas da cozinha do Sereno para uma aula gastronômica para hóspedes do hotel e demais interessados. Com simpatia, Grabowski ensina receitas simples, mas deliciosas. Presidente da associação de restaurantes da ilha, Grabowski já trabalhou em Mônaco, onde chegou a cozinhar para o príncipe Albert. Na ilha, seu cliente mais famoso é Johnny Hallyday, claro.
É divertido também acompanhar a chegada dos frutos do mar na praia do hotel. Pelo menos três vezes por semana, um pescador chega com peixes e crustáceos variados e faz uma mini-apresentação, se houver algum hóspede interessado em ouvir. Sempre há, principalmente as crianças.
Quando a noite cai em Saint Barth, não há muito o que fazer. As poucas opções noturnas não costumam ficar abertas depois das 2h. Em Gustavia, a boate mais tradicional é o Le Yacht Club, e o bar Le Bête à Z'Ailes, de frente para o porto, costuma ter boa música ao vivo. Em Shell Beach, a dez minutos da capital, está o Dõ Brazil (que não tem nada de Brasileiro, apesar do nome), um bar à beira da praia que promove festas na areia. Também na beira da praia fica o Casa Nikki, responsável pela vida noturna de Saint Jean.
O título de lugar mais divertido da ilha, porém, fica com o Le TI St Barth, um restaurante-bar-cabaré na distante Point Milou, que, nas noites de terça, se transforma numa espécie de Moulin Rouge local. A decoração interna, com veludo vermelho e candelabros nas paredes, ajuda a criar esse clima, mas não tanto quanto as dançarinas que sobem nas mesas e alavancam as vendas de champanhe. Mas lá, qualquer um pode ser a vedete da noite. O estabelecimento empresta fantasias variadas para os clientes. Nada mal para uma noite de terça.
Saint Martin, um ponto de partida ideal para St. Barth
Base principal para chegar a Saint Barthélemy, Saint Martin/Sint Maarten já é uma velha conhecida dos brasileiros por causa dos pacotes turísticos, cada vez mais populares, para lá. Dividida entre Holanda e França, a ilha recebe desde o ano passado um voo semanal direto do Brasil (saindo de Guarulhos, com escala em Manaus), ideal para quem não quer viajar de maneira independente.
As diferenças entre os dois lados da ilha não se restringem ao curioso hábito de os motoristas locais só colocarem o cinto de segurança quando cruzam a fronteira imaginária em direção à parte francesa. Enquanto Sint Maarten, no Sul, é dominada por grandes resorts, cassinos, shopping centers e robustas áreas comerciais, Saint Martin é tranquila, com hotéis e restaurantes mais refinados.
A capital de Saint Martin é Marigot, um simpático vilarejo francês protegido por uma baía tomada por iates e veleiros. A maior atração é a feira diária, no Boulevard de France, com produtos típicos e outros nem tanto.
A feira tem dois setores. O mais movimentado reúne todo tipo de lembrancinhas para agradar os turistas (norte-americanos, na sua grande maioria): camisas floridas, vestidos bordados, bonecas de pano, bolsas estilizadas e inúmeras quinquilharias, como chaveiros, ímãs de geladeira, canecas... Quem espera artesanato típico pode se decepcionar. Já a outra parte é focada em alimentos e bebidas. O destaque fica por conta da oferta de garrafas de rum, licor e outras bebidas produzidas artesanalmente. Marigot também tem um setor destinado a lojas de grife livres de impostos, inclusive um shopping voltado basicamente para isso, o West Indies, perto da estação aquaviária, mas é bem menor que Philipsburg, no lado holandês. Portanto, se quiser ir às compras, este não é o lugar ideal.
Mas é perfeito para ter uma vista panorâmica do litoral ocidental da ilha, a partir do forte St. Louis. Do alto do morro, pouco sobrou da fortaleza, construída pelos franceses entre 1767 e 1789. Mas o que se vê dali compensa a subida. No primeiro plano, Marigot e sua marina, com o característico píer em curva. Ao fundo, a Simpson Bay Lagoon e parte do litoral da parte holandesa.
À direita de Marigot, fica a localidade conhecida como Grand Case, autoproclamada a "capital gastronômica do Caribe". De fato, ali está a maioria dos restaurantes da ilha. Bistrôs, cafés, restaurantes franceses e crioulos de ótima qualidade, e muitos com chefs reconhecidos internacionalmente, se concentram na rua principal e na orla. O dado curioso é que, nas calçadas, ilhéus se reúnem em torno dos "lo-los", tonéis de metal transformados em churrasqueiras improvisadas, onde assam carnes e frutos do mar.
Outra área que concentra opções gastronômicas é a Orient Bay, a praia mais procurada de Saint Martin. Há diversos estabelecimentos na areia, com cardápios variados e ótimos drinques. Costumam ser animados, com DJs, desfiles de moda e dançarinas. Mas nada que atrapalhe quem quer apenas relaxar na areia.
O melhor de Orient Bay é sua diversidade. O lado esquerdo da praia é dominado por esses grandes restaurantes na areia. Na parte central, ficam barracas menores e o aluguel de caiaques e jet skis. Caminhando para a direita, logo se chega a bares nitidamente populares, com moradores locais ouvindo e dançando ritmos caribenhos sem se importar com os turistas. A partir daí, Orient Bay vira praia mista de nudismo. Há até um condomínio naturista colado à praia nessa direção, muito popular entre turistas mais velhos.
Quem prefere praias mais desertas tem uma boa opção no extremo Norte da ilha. Escondida pela Reserva Natural Nacional de Saint Martin, perto da bucólica Anse Marcel, está a Little Key, uma praia pequena e deserta. A caminhada desde a entrada da reserva leva uns 40 minutos e tem um relativo grau de dificuldade, passando por trechos íngremes e instáveis. Mas na metade do trajeto já se pode ver a praia e tudo fica mais fácil.
Outro cenário de tirar o fôlego é a ilha de Pinel, com apenas três pequenos restaurantes e mais nada. Há quem chegue a ela a nado, a partir da praia French Cul-de-Sac, porém o mais indicado é ir de barco-táxi. A vista merece ser apreciada com calma.
SERVIÇO:
De avião até St. Maarten: A Gol/Varig voa de Guarulhos a St. Maarten (a parte holandesa da ilha onde fica Saint Martin) uma vez por semana, aos sábados, com escala em Manaus e sete horas de viagem. Pela American Airlines, há voos diários entre Rio e St. Maarten, com conexão em Miami e média de 17 horas de viagem. Antes do embarque no Aeroporto Princess Juliana, em St. Maarten, é preciso pagar, em dinheiro, uma taxa de US$ 35. Euros não são aceitos.
De barco até St. Barth: A viagem a partir de Saint Martin leva cerca de uma hora e custa 63 euros pela Voyager. www.voy12.com
De avião até St. Barth: O voo entre St. Maarten e St. Barth dura 15 minutos e vale também pela vista. Pela Fly Winair, cada trecho custa 75 euros. Pela Saint Barth Commuter, o trecho custa 65. Não há voos noturnos.
ALUGUEL DE CARRO
Europcar: Em St. Barth, os veículos mais baratos custam a partir de 39 euros. Em St. Maarten, o aluguel começa em 45 euros.www.europcar.com
Hertz: Em St. Barth, veículos mais baratos a partir de 41 euros. Em St. Maarten, o aluguel começa em 29 euros. www.hertz.com
ONDE FICAR
Em St. Barth
Hotel Carl Gustav & Spa: Diárias a partir de 995 euros. Gustavia.www.hotelcarlgustav.com
Eden Rock: Diárias a partir de 695 euros. Saint Jean.www.edenrockhotel.com
Le Sereno: Diárias a partir de 680 euros. Grand Cul-de-Sac.www.lesereno.com
Hotel Guanahani & Spa: Diárias a partir de 615 euros. Grand Cul-de-Sac. www.leguanahani.com
Cristopher: Diárias a partir de 350 euros. Pointe Milou.www.hotelcristopher.com
Les Îlets de la Plage: Diárias a partir de 200 euros. Saint Jean.www.lesilets.com
Fleur de Lune: Diárias a partir de 90 euros. Saline.www.saintbarthgitefleurdelune.com
Em St. Martin
Hotel Le Domaine: Diárias a partir de 310 euros. Anse Marcel.www.hotel-le-domaine.com
ONDE COMER
Le Gaïac: Cozinha francesa. Fica no hotel Le Toiny. Estrada de Le Toiny. www.letoiny.com
L'Isola: Cozinha italiana. Na esquina com Rue du roi Oscar II e Rue de Guadalupe, Gustavia. www.lisolastbarth.com
La Plage: Cozinha francesa e bar. Fica no Tom Beach Hotel. Estrada de Plage de St. Jean. www.tombeach.com
La Cabane: Cozinha francesa. Fica no hotel Isle de France. Estrada de Baie de Flamands. www.isle-de-france.com
Le Sereno: Cozinha francesa. No hotel Le Sereno. Estrada de Grand Cul-de-Sac. www.lesereno.com
PASSEIOS DE BARCO
St. Barth: A St. Barth Sailor aluga minicatamarã para até 18 pessoas, por 630 euros (seis horas). www.stbarthsailor.com
St. Martin: A Prestige Yacht Trip aluga lanchas tripuladas para 13 pessoas a partir de 800 euros, o dia inteiro. www.mpyachting.com
MOEDAS
Em St. Barth, a moeda corrente é o euro. Já em St.Martin/St.Maarten praticamente só se aceita dólar. O ideal é levar as duas moedas.
VISTO
Brasileiros não precisam de visto para St. Martin/St. Maarten ou St. Barth.Mas é preciso estar com o passaporte válido por pelo menos seis meses.

Curaçao


Orla da pequena praia de Portomari, em WestpuntFoto de Luisa Valle
WILLEMSTAD, Curaçao - Prestes a se tornar um território autônomo da Holanda, Curaçao quer mostrar que seus atrativos vão além das águas azuis do Caribe e das casas coloridas em estilo colonial que enfeitam os dois lados da capital Willemstad - Punda e Otrabanda. Com a meta de dobrar o número de quartos nos próximos quatro anos, a ilha de quase 200 mil habitantes vem atraindo novos empreendimentos. Desde o ano passado, três novos resorts abriram suas portas, e dois outros grandes hotéis fizeram reformas. Curaçao também comemora a chegada de mais turistas. Só de brasileiros, o número saltou de seis mil para quase dez mil visitantes - uma alta em torno de 66,6% entre maio de 2009 e maio deste ano.
Muitos vão em busca de praias calmas, longe do caminho dos furacões, assim como as vizinhas Aruba e Bonaire. O número de operadoras que montam pacotes para Curaçao pulou de três para 11 nos últimos meses, impulsionadas por um voo fretado da Gol, que liga Brasília a Willemstad. A baixa incidência de chuvas e a temperatura média de 28 graus Celsius também contam a favor da ilha de cerca de 400 km² (é a maior ilha das Antilhas Holandesas, que tem 800 Km²), mas com longos - e agradáveis - caminhos a explorar.
O mar azul com mais de cem pontos de mergulho é característico de Curaçao, assim como as areias branquinhas e o calor constante. Logo, qualquer praia da ilha que você conheça já justifica a viagem. Mas não deixe de se afastar um pouco da capital Willemstad para explorar Westpunt, a porção noroeste da ilha. A região mais rústica, com menos construções, guarda parte da história de Curaçao, além de exibir as praias mais bonitas. Algumas, inclusive, são desertas.
É possível contratar passeios guiados nos hotéis, mas o ideal é alugar um carro. A rodovia que cruza Westpunt é bem sinalizada, assim como as estradas secundárias que levam às praias. Saindo de Willemstad, a primeira parada pode ser Portomari, uma das poucas de Westpunt que cobram ingresso (cerca de US$ 2,80). Com uma orla pequena, Portomari é também uma das mais reservadas da região. Você pode escolher entre sentar no deque do pequeno restaurante na entrada ou relaxar na curta faixa de areia, salpicada por conchas. Um pequeno cais é um dos pontos preferidos para fotos, e não apenas de turistas. O cenário costuma ser usado para editoriais de moda.
No mar, basta por uma máscara de snorkel para mergulhar. A pouca profundidade e a água clarinha deixam à vista peixes coloridos e muitos corais. Quem preferir pode alugar equipamento para mergulho com garrafa ou comprar um pacote com aulas na própria praia.
Se o dia acabasse por aqui com certeza já teria sido ótimo, mas resista ao impulso de lagartear diante do mar e volte para a autoestrada, em direção a Kenepa Grandi, uma praia pública tão bonita que a entrada fica num mirante. À primeira vista, o azul turquesa da água é gritante. Invariavelmente, ouve-se um "Oooh" de cada visitante que chega. Por ser de acesso franqueado, costuma ficar mais cheia do que a de Portomari - mas nada parecido com um domingo de verão na orla carioca. Os mais corajosos podem trocar a areia pelas rochas, usadas como trampolim para mergulhos, como você viu na foto da capa desta edição.
Para fechar o roteiro pelo lado oeste, siga até o Parque Nacional Shete Boka, onde fica a caverna Boka Tabla, formada por rochas vulcânicas. Para entrar, é preciso descer uma pequena escada escorregadia. Uma placa com letras vermelhas avisa que você está entrando na caverna por "sua conta e risco". O calor atrapalha um pouco, mas a água batendo nas rochas e o barulho impressionam. Na volta, aproveite para caminhar pelo platô formado pelas rochas até um pequeno mirante, de onde é possível ver as outras bokas, ou enseadas, que formam o parque. Algumas tartarugas marinhas usam o local para a desova.
De volta a Willemstad, no lado sul da ilha, muitas praias estão cercadas por resorts, como a Praia de Bluebay, do Blue Bay Resort. A entrada custa cerca de US$ 8 para não hóspedes, e dá direito a usar a estrutura do hotel, como cadeiras e banheiros. Já no lado de Punda, na capital, a praia do Seaquarium também cobra ingresso (US$ 2). Vale um passeio pela manhã para ver os grandes aquários com diversas espécies de peixes, além dos shows com golfinhos e leões-marinhos, um sucesso entre as crianças. Quem quiser pode ver também as tartarugas marinhas, as arraias e os tubarões de dentro de um barco com fundo de vidro. Depois do passeio, siga até a praia ou então contrate um passeio de barco para mergulhar em Caracasbay, um pouco mais ao sul da ilha. Apenas com o auxílio de máscara e snorkel é possível ver peixes supercoloridos, corais e até um pequeno naufrágio.
Cinema, shopping, fortaleza e marina nos novos resorts
A partir de outubro Curaçao deixará de ser a capital das Antilhas Holandesas para se tornar um território autônomo (leia mais na página 26). A nova condição política resulta numa postura mais madura em relação ao turismo, que aos poucos vem atraindo investimentos em hotéis. Em apenas um ano a ilha ganhou três novos resorts de luxo: Renaissance, Baoase e Hyatt. Outros dois foram reformados (Avila e Hilton), em Willemstad. O objetivo é dobrar até 2014 os cerca de cinco mil quartos que existem na ilha.
Dos três novos estabelecimentos, o que mais faz sucesso, mesmo entre os não hóspedes, é o Renaissance, aberto em fevereiro de 2009, que fica no lado de Otrabanda, em Willemstad. Com uma praia artificial construída num nível acima do mar, com uma piscina de borda infinita com vista para a água, o resort atrai os turistas por muitos outros motivos além de seus 237 quartos. O hotel é todo colorido, seguindo o mesmo estilo das casas da cidade, e foi construído junto a um forte do século XIX tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco, onde funciona um shopping com lojas de marcas como Armani, Diesel, Guess e Swarovski. No saguão, o cassino também é muito procurado, além do cinema, com suas seis salas de exibição.
O mais exclusivo, no entanto, é o Baoase, apontado como um dos dez melhores novos hotéis do Caribe em 2010 pela revista "Condé Nast Traveler". Decorado em estilo oriental, tem oito quartos, três suítes para lua de mel e uma suíte master. Inaugurado há pouco mais de um ano, é muito procurado para casamentos. A pequena faixa de areia da praia é protegida por duas barreiras de pedras, que formam quase uma piscina natural.
Já o Hyatt, inaugurado em abril deste ano, oferece 350 quartos - todos com vista para o mar - num terreno com mais de dez hectares, campo de golfe e uma faixa de praia com cerca de 400 metros. Dentro dele funcionam marina, spa, academia, pizzaria, três restaurantes e uma galeria de lojas.
ONDE FICAR
Hyatt Curacao Golf Resort: Inaugurado em abril deste ano. Diárias para casal a partir de US$ 149. Santa Barbara Plantation, Porta Blancu, Nieuwpoort. Tel. (59 99) 840 1234. www.curacao.hyatt.com
Renaissance Resort & Casino: A piscina com borda infinita é imperdível. O hotel tem ainda shopping e cinemas. Diárias para casal a partir de US$ 161. Baden Powellweg 1. Tel. (59 99) 435 5000. www.marriott.com
Baoase Luxury Resort: As diárias para casal custam a partir de US$ 275 (mínimo três noites). Winterswijkstraat 2. Tel. (59 99) 461 1799. www.baoase.com
Blue Bay Hotel: As diárias para casal custam a partir de US$ 300. Quem não está hospedado no hotel pode frequentar a praia, pagando uma taxa de US$ 8. Landhuis Blauw s/n. Tel. (59 99) 888 8800. www.bluebay-curacao.com
Hilton: Recentemente reformado, o hotel oferece diárias para casal a partir de US$ 199. John F. Kennedy Boulevard. Tel. (59 99) 462 5000. www.hiltoncaribbean.com
Avila: A família real holandesa se hospeda lá quando visita a ilha. Diárias para casal custam a partir de US$ 230. Penstraat 130. Tel. (59 99) 461 4377. www.avilahotel.com
PASSEIOS
Ocean Encounters: Faz passeios de barco para mergulho em Caracasbay. Também aluga equipamento de mergulho. Bapor Kibra. Tel. (59 99) 461-8131. www.oceanencounters.com
Parque Nacional Shete Boka: Abre diariamente, das 9h às 17h. Ingressos custam US$ 1,50. Boca Tabla, Westpunt. Tel. (59 99) 864 0444. www.carmabi.org
Seaquarium: Todos os dias, das 8h às 17h. O ingresso custa US$ 18,50 para adultos e US$ 9,50 para crianças. Os shows dos golfinhos e leões-marinhos estão incluídos. Bapor Kibra. Tel. (59 99) 461 6666. www.curacao-sea-aquarium.com
PACOTES
Quem leva: Os pacotes para Curaçao têm duração média de sete noites, e custam em torno de US$ 1.300 por pessoa, incluindo hospedagem em quarto duplo e passagem aérea. A Gol opera um voo fretado de Brasília para Willemstad, em parceria com diversas operadoras, entre elas ADVTour (www.advtour.com.br); CVC (www.cvc.com.br); Flot (www. flot.com.br); Gay Travel Brasil (gaytravelbrasil.com); Intravel Turismo (www.intravel.com.br); MMT Gapnet (www.mmt gapnet.com.br), e Nascimento Turismo (www.nascimento.com.br).
NA INTERNET: O site do Escritório de Turismo de Curaçao traz informações sobre a ilha em www.curacao.com.

San Andrés, Colombia


Mar do Caribe colombiano Foto: Lucianne Carneiro
Mar do Caribe colombiano Foto: Lucianne Carneiro
SAN ANDRÉS, Colômbia - Para onde viajar no Caribe aproveitando milhas Smiles ou de programas parceiros? San Andrés, a 700km da costa da Colômbia, é um destino rústico, sem grandes luxos que podem ser encontrados em outros pontos caribenhos. Mas a natureza local compensa a simplicidade. E os preços razoáveis transformam a ilha em uma opção acessível de férias no Caribe. San Andrés é conhecida por seu "mar de los siete colores", ou o mar das sete cores. As diferentes tonalidades da água se explicam pela profundidade do mar e pelo tipo de solo, formado apenas por areia ou também por corais. Quanto mais profundo e com mais corais, mais escuro é o azul. O mar e as atividades em torno dele são os protagonistas da ilha. Suas dezenas de pontos de mergulho tornaram San Andrés popular entre os praticantes do esporte, inclusive brasileiros.
As muitas opções de diversão nas águas caribenhas de San Andrés vão do mergulho com cilindro até barcos envidraçados que permitem ver peixes e corais sem nem mesmo se molhar, passando por mergulhos com snorkel (ou caretas, como dizem os colombianos). Também é possível fazer uma espécie de batismo de mergulho, que permite chegar a até dez metros de profundidade.
O snorkelling pode ser praticado na maioria das praias de San Andrés e também nas ilhas vizinhas. Além disso, há piscinas naturais, como La Piscinita e West View, que cobram entrada. É só mergulhar o rosto na água que começa o desfile dos cardumes. Em alguns pontos, os peixes chegam a seguir os visitantes. Nas duas piscinas é possível alugar o equipamento para o snorkelling, mas o ideal é levar o seu, para poder usá-lo em todas as praias de San Andrés. Uma dica importante é o uso de sapatos de mergulho, vendidos na maioria das lojas da ilha por cerca de R$ 10, já que o solo pode ter pedras que machucam os pés.
Outra atividade interessante é o Aquanautas. Com um capacete semelhante ao de um astronauta, o visitante pode ficar submerso a até seis metros de profundidade, ligado por um fio à superfície. A pessoa respira normalmente e permanece cerca de meia hora embaixo d'água. Barcos chamados de semissubmarinos também permitem a observação da vida marinha: a parte inferior da embarcação tem paredes de vidro. O passeio dura cerca de uma hora e meia e faz algumas paradas para quem quiser entrar na água.
Um passeio bacana leva à pequena ilha de Johnny Cay. A apenas dez minutos de barco de San Andrés, está uma das praias mais lindas do arquipélago, com mar azul, areias brancas e coqueiros. Johnny Cay é um parque de 45 mil metros quadrados. Suas águas são ótimas para quem quer observar peixes e corais. Para entrar, é preciso pagar o equivalente a R$ 2. Há pequenas barracas que vendem comida e alugam espreguiçadeiras. Escolha a sua mais perto da água, para curtir a brisa, e não deixe de aceitar o coco loco, coquetel típico de San Andrés (e de outras ilhas do Caribe) que leva água de coco e rum e é servido no próprio coco. Para quem quer um pouco mais de sossego, basta caminhar uns dez minutos para encontrar uma praia deserta.
Outro paraíso para o mergulho de snorkel é o passeio para a ilha de Rose Cay, conhecida como Acuario. Vale comprar antes uma máquina fotográfica à prova d'água ou uma caixa-estanque para proteger sua câmera, porque as imagens submarinas são imperdíveis. Ela tem duas pequenas barracas, onde se aluga de tudo para o mergulho, inclusive um pequeno cofre para você guardar objetos pessoas e curtir o mar com tranquilidade.
Para fazer os passeios de barco, como o que leva a Johnny Cay, no entanto, o visitante tem que minimizar uma primeira impressão que pode não ser tão perfeita assim. Os roteiros partem do Muelle Casa de Cultura, próximo ao Centro, onde funcionários de diversas lanchas disputam a atenção do turista como se estivessem numa feira livre - é de lá também que saem os barcos com fundo de vidro.
Todos oferecem o mesmo serviço, e pelo mesmo preço, mas é preciso ficar atento. No primeiro dia, escolhi a Beethoven Tours, numa mesinha na entrada do cais. Coletes salva-vidas e número correto de passageiros garantiram um passeio tranquilo. No segundo dia, tentei comprar novamente com a mesma equipe, mas, como não havia passageiros suficientes, eles nos direcionaram à embarcação de outra empresa, lotada. A opção mais segura, e um pouco mais cara, é acertar o passeio na agência do hotel em que estiver hospedado.
Ao lado de Acuario, há uma segunda ilha, Haynes Cay, onde se pode chegar atravessando um trecho com água pelo joelho. Lá também é possível nadar acompanhando cardumes de peixes grandes e pequenos. Em terra, barracas oferecem petiscos, como salada de camarão, que já compensam a travessia.
Um passeio combina a visita a Johnny Cay e Acuario no mesmo dia, indicado para quem tem menos tempo em San Andrés. O turista também pode aproveitar outros roteiros a partir do Muelle Casa de La Cultura, como o tour com as arraias, em que se pode ver e tocar em arraias gigantes.
Para quem prefere admirar o mar e curtir o sol em terra firme, num versão clássica da imagem de praia caribenha com coqueiros ao fundo, a sugestão é apreciar a pequena ilha de Johnny Cay a partir da praia de El Isleño. Até a praia em frente à Avenida Providencia, que é o principal centro de comércio da ilha, guarda sua beleza. É uma ótima opção para curtir o sol antes ou depois de umas comprinhas.
As praias de San Luis, Cocoplum e Sound Bay estão entre as mais lindas de San Andrés. A faixa de areia não é tão grande e há poucos hotéis na orla, com bares. De quando em quando pode passar um vendedor de colares, mas nada que vá atrapalhar sua tranquilidade. Essas praias ficam um pouco mais afastadas da área urbana, mas o acesso é fácil por ônibus ou táxi. Parte da frota de ônibus da ilha é bem antiga, mas atende bem os principais pontos turísticos. Uma dica para quem é de fora é evitar retornar da praia, de ônibus, por volta das 17h, já que também é hora de estudantes e trabalhadores voltarem para casa e os ônibus costumam ficar cheios.
Com um pouco mais de tempo, aproveite para visitar a ilha de Providencia, que é descrita pelos moradores como a San Andrés de 30 anos atrás. O visual e a tranqüilidade atraem os turistas para esta ilha menor, com pequenos hotéis. Pela companhia aérea Satena (www.satena.com) há voos de 20 minutos até lá.
Diversão a 30km/h
San Andrés é uma ilha no formato de cavalo-marinho e as praias estão concentradas no Leste. No Oeste, o litoral é formado por pedras, mas pode-se encontrar piscinas naturais e um belo mirante, El Cove, que valem as paradas. Circular pelos 27 quilômetros quadrados da ilha é fácil e os carrinhos de golfe são muito usados, principalmente por visitantes. Em alguns momentos, a estrada é só sua. Aproveite para curtir cada curva, apreciando os tons de azul do mar.
Os carros de golfe talvez não sejam a escolha para quem gosta de velocidade, mas são diversão garantida a 30km/h. O carrinho não tem câmbio, apenas acelerador e freio. Nem todos têm retrovisores. Há modelos de quatro ou oito lugares. Alugue o carro por um dia inteiro para dar a volta completa na ilha pela Via Circunvalar, que acompanha o litoral. A diária do modelo para quatro pessoas custa cerca de R$ 80, em locais como a Renta Car Perez & N (tel. 8512-2050), que aluga carros de golfe, motos e jet-skis.
O motorista deve ficar atento aos buracos em alguns trechos da estrada asfaltada e às motos - que são o principal meio de transporte para os moradores - que parecem vir de todo lugar.
PASSEIOS
Bethoven Tour's: A maioria dos passeios sai pela manhã, como os tours às ilhas de Johnny Cay e Acuario e a volta pela ilha. Muelle Casa de la Cultura. Tel. (57 8) 512-3403. bethoventours@gmail.com
Divers Team: A escola fica dentro do resort Decameron Aquarium, mas o serviço está disponível também para quem não é hóspede. O batismo custa US$ 80. Hotel Aquarium, Local 1. Tel. (57 8) 512-7701.
Semisubmarino Manati: O barco com fundo de vidro faz um passeio de uma hora e meia passando por áreas de corais. Saídas diárias. Avenida La Playa. Tel. (57 8) 512-3349.

Caribe Colombiano



PROVIDÊNCIA, Colômbia - Do alto, o mar do Caribe colombiano é uma paleta de cores com nuances entre o azul-turquesa e o verde-marinho. A bordo do bimotor que leva até 17 passageiros, entende-se por que aquelas águas são chamadas de mar das sete cores, cuja variação de tons ocorre devido ao tipo de areia, à abundância de corais e à profundidade do oceano. Contemplar a paisagem alivia a tensão da extenuante viagem, finalizada no pequeno avião. Ao todo, foram quase 24 horas de baldeações entre Rio, São Paulo e Bogotá até chegar a San Andrés, arquipélago a 700 quilômetros da costa continental da Colômbia. De lá, são 72 quilômetros, ou 25 minutos de voo, até a Ilha da Providência, próxima ao litoral da Nicarágua, na América Central.
O transporte exige espírito de aventura. Mas, o visual compensa. A alternativa é o catamarã: três horas de viagem. Muitos dos visitantes que vão a San Andrés não sabem que perto dali há um paraíso isolado. Um lugar ideal para quem quer se desplugar do mundo (com um sinal de internet rarefeito) e está à procura de tranquilidade. Não são poucos os motivos que levam um turista a embarcar para Providência. O principal deles é o fato de integrar a Reserva da Biosfera Seaflower - a terceira maior barreira de corais do mundo - depois de Austrália e Belize.
Os recifes de Providência - que junto com a ilha de Santa Catalina compõe um arquipélago de 22 quilômetros quadrados de área, onde vivem 4.802 habitantes - , atraem sobretudo praticantes de mergulho. Eles se referem à ilha como um dos melhores lugares do mundo para o esporte. Existem quatro escolas de mergulho que oferecem cursos, com duração de cinco a sete dias, e certificação internacional para a prática por cerca de R$ 750. Quem quiser experimentar só por um dia pode fazê-lo por R$ 150. Este valor inclui aula teórica, exercícios numa praia e o mergulho a dez metros de profundidade nos corais por 40 minutos.
De tão límpidas que são as águas, a sensação é de nadar num aquário, entre peixes coloridos e espécies de corais. Vi uma arraia e uma tartaruga passarem ao meu lado. Com sorte, é possível encontrar golfinhos, barracudas e até tubarões-tigre e martelo. Isto, segundo os guias, sem perigo, já que essas criaturas se alimentam bem no ecossistema local. É claro que existem riscos. Mas, basta respeitar a regra básica para o mergulho: não tocar em nada. O coral de fogo, por exemplo, é venenoso e pode causar queimaduras graves.
Para quem planeja viagem a San Andrés e quer conhecer Providência, uma opção é contratar o tour de um dia. Por R$ 450, há pacotes com passeio de barco pelas praias, snorkel na barreira de corais e voo de ida e volta, com saída às 8h e retorno às 16h30m. As águas calmas, mornas e o clima quente, na casa dos 28 graus Celsius, o ano todo, não deixam dúvidas: não há tempo ruim para os passeios de barco.
Normalmente, as embarcações percorrem os principais pontos turísticos, como o Cayo Caranguejo, onde se tem uma das melhores vistas dos recifes e o Parque Nacional Natural McBean Lagoon, que guarda parte da barreira de corais. No tour, é possível observar aves como as fragatas. Dentre elas, distinguem-se os machos, que têm uma espécie de bolsa vermelha no pescoço que se expande em forma esférica. Quanto maiores, mais sedutores eles são para as fêmeas.
Há ainda a Baía Manzanillo, onde estão as praias mais bonitas. É possível reservar os passeios nas pousadas e nos hotéis. Outro ponto turístico que faz parte do roteiro é visitar Santa Catalina, ilha vizinha, onde vivem 198 pessoas. Ela é ligada a Providência por uma ponte conhecida como a Ponte dos Apaixonados, que passa sobre o Canal Aury, construído por piratas no século XVII e que remonta a uma história de guerras entre espanhóis e ingleses que se arrastaram por séculos.
A colonização insulana começa em 1629 com a chegada dos britânicos, que a usaram como base para corsários. Eles tinham como missão atacar os navios invasores. Antes disso, há referências de que os índios da América Central estiveram por lá e até mesmo chineses, em embarcações arcaicas. Em 1641, começou a batalha pela posse das terras e a Espanha expulsou os colonos ingleses. No entanto, em 1670, Henry Morgan retomou o território para os britânicos, que o perderam no século seguinte aos espanhóis. A figura de Morgan marcou seu tempo e hoje dá nome a um importante ponto turístico de Santa Catalina, a Cabeça de Morgan, uma rocha cujo formato parece o rosto do próprio. Nessa pequena ilha habitada por iguanas, é onde são encontrados os fortes e canhões do pirata, além de cavernas que, segundo a lenda, guardam seus tesouros.Cultura em ambiente rústico
Alegres, amáveis e generosos, os insulanos de Providência são pessoas tranquilas. E os 15 mil visitantes que a ilha recebe por ano precisam se adaptar ao ritmo local, sobretudo no que diz respeito aos serviços.
Quanto à hospedagem, não espere luxo. Hotéis e pousadas são no máximo três estrelas. Porém, há opções charmosas e confortáveis como as afiliadas à rede de hotéis Decameron. No centro comercial da ilha, que conta com dois bancos, é possível sacar dinheiro em caixa eletrônico, mas a tarifa custa cerca de R$ 6. O melhor é levar em espécie, sobretudo pesos colombianos. A maior parte dos estabelecimentos não aceita cartões.
Os idiomas falados são o inglês, espanhol e o criollo, dialeto local de base inglesa. A origem africana de boa parte da população se traduz na mistura de ritmos europeus e afrocaribenhos que domina os bailes locais. Destacam-se a polca, a mazurka, a socca, o vallenato e principalmente o reggae. Há também o mode up, um ritmo de San Andrés que lembra o axé.
Disposto a encarar o ambiente de simplicidade, o visitante encontra já no pequeno aeroporto El Embrujo uma ilha onde a infraestrutura deixa um pouco a desejar. A começar pelos táxis na porta do terminal: na maioria picapes, levam os turistas em bancos de madeiras improvisados em suas caçambas. Outra opção é tomar um dos mototáxis, que estão por toda parte.
Se o pacote não incluir transporte pela ilha, uma opção é alugar um carro de golfe, uma scooter ou até mesmo uma moto convencional. Vale a pena para percorrer as praias da ilha durante o dia e sair à noite, sem ter a preocupação de combinar com um táxi um horário específico para voltar. Caranguejo é carro-chefe
A gastronomia na ilha é baseada em frutos do mar. O carro-chefe entre os pratos é o caranguejo, que apresenta mais de 50 espécies endêmicas na Providência. No rústico e estiloso Donde Martin, o chef Martin Quintero prepara o caranguejo negro, delicioso prato típico. Casquinha e patinhas do crustáceo vêm acompanhadas de purê de abóbora com coco servido dentro de uma fruta-pão. A iguaria, que sai por cerca de R$ 30 por pessoa, é acompanhada de entrada, petisco de banana frita (salgado) com molho de tomate e sobremesa - crepe com sorvete de milho e calda de chocolate.
Outra opção é o camarão creolle, prato individual servido por R$ 30 no restaurante Cafe Studio, que funciona numa pequena cabana em Água Dulce. Os camarões são cozidos no molho de tomate acompanhados de bananas fritas, salada de maionese com repolho e cenoura e uma porção de arroz de coco. Uma das casas mais econômicas da ilha é o Bridge Side, em Santa Isabel. O menu do dia, em geral, peixe ou caranguejo, custa cerca de R$ 10. O prato principal vem acompanhado de sopa de entrada e suco - o de de fruta-pão é a boa pedida.
COMO CHEGAR
De avião: A Satena voa de San Andrés a Providência em bimotor, a partir de R$ 279, ida e volta. Tarifas para novembro, com taxas.
ONDE FICAR
Cabañas Água Dulce: Diária a R$ 103. Sector Água Dulce.cabanasaguadulce.com
Hotéis Decameron: A rede, presente na Colômbia e no Caribe, possui cinco hotéis em Providência. Contatos pelo site decameron.com.
Hotel El Pirata Morgan: Diárias a partir de R$ 135. Água Dulce. Tel. (57) (08) 514-8237.
Hotel Sirius: Diárias partir de R$ 162. South West Bay. siriushotel.net
Sol Caribe Providência: Diárias a R$ 135, com café da manhã.Sector Água Dulce. solarhoteles.com
ONDE COMER
Bridge Side: Santa Isabel. Tel. (57) (8) 514-8243.
Cafe Studio: South West Bay. Tel. (57) (8) 514-9076.
Donde Martin: Água Dulce. Tel. (57) (8) 514-8698.

Todas as cores da vibrante Cartagena



“Palenquera”, figura típica de Cartagena, numa praça da cidade colombiana
Foto: O GLOBO / Carla Lencastre
“Palenquera”,

Uma viagem no tempo entre as muralhas e ao som da chiva’CARTAGENA - Colorida, charmosa, cultural. Fácil se apaixonar. Cartagena das Índias, no Caribe colombiano, é um daqueles lugares em que logo o visitante se sente em casa. Na cidade mestiça e negra, o sorriso acolhedor e um certo jeito manemolente de levar a vida são as marcas de seus moradores. Um simpleshola é o início de conversas cheias de histórias. E, em alguns minutos, desconhecidos podem parecer velhos amigos. Depois desses bate-papos, não se furte em seguir as dicas dos locais. Deixe-se perder pelas ruelas da cidade amuralhada, o vibrante Centro Histórico de Cartagena. Mergulhe nas águas cristalinas das Islas del Rosario. Dance rumba, reggaeton ou vallenato. Experimente todas as frutas tropicais: são muitas, seja na bandeja das palenqueras das ruas ou nos sofisticados pratos da alta gastronomia colombiana. E, descubra, assim, as múltiplas experiências de um paraíso tropical onde a América Latina pulsa, num país que floresce e recupera seu orgulho após anos sob a sombra das Farcs.
“Bastou dar um passo dentro da muralha para vê-la em toda sua grandeza à luz violeta das seis da tarde, e não pude reprimir o sentimento de ter voltado a nascer”. A descrição do Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, em “Vivir para contarla”, exprime bem o sentimento que pode ter um visitante ao chegar à cidade amuralhada de Cartagena das Índias. Nos limites do muro de mais de 13 quilômetros, onde García Márquez tem uma casa, palpita uma cidade vibrante, que convida a se deixar levar por suas ruas estreitas e praças.
É para dentro dela que convergem, todos os dias, milhares decartageneros. Em seu casario antigo, em estilo colonial espanhol, estão sedes de empresas, centros de governo, universidades. Mas também bares, restaurantes e um comércio variado, de lojas de artesanato a grifes internacionais, famosos estilistas colombianos e vendedores de esmeraldas. Atrativos para locais e turistas, que passam horas flanando pelo corralito de piedras, como é conhecido o Centro Histórico.
Esquecer do tempo é fundamental para conhecer o charmoso interior da muralha. Em cada esquina, há motivos de sobra para paradas. Como uma barraquinha de frutas, de todos os sabores. Ou a elegância de hotéis como o Sofitel Santa Clara, instalado num convento do século XVII, ou do Quadrifolio, uma mansão no melhor estilo hotel boutique. Mais alguns passos, numa praça cercada de restaurantes, há uma escultura de Fernando Botero, diante da monumental Igreja de Santo Domingo. Cada casa é uma atração, com seus balcões floridos e fachadas de todas as cores: vinho, laranja, azul, vermelho... O amarelo colore um dos pontos favoritos dos turistas, Las Bóvedas, antes depósito de munições, mas que agora abriga 23 lojas de artesanato.
Tanta beleza arquitetônica e riqueza histórica só poderiam ter sido preservadas mesmo por uma muralha. Fundada em 1533, por Don Pedro de Heredia, Cartagena foi o principal porto da América espanhola. No período colonial, todo o ouro e a prata da região era escoado pela cidade. O que a tornou um alvo da ambição de piratas, corsários e aventureiros. Para protegê-la dos invasores, portanto, foi construída a muralha, a partir de 1586, além de outras pequenas fortificações. Até por terra a cidade ganhou uma estrutura militar para resguardá-la: o Forte San Felipe de Barajas, a maior fortaleza construída pelos espanhóis nas Américas, com sua infinidade de túneis subterrâneos entrecruzados. Uma das razões de o lugar, mesmo tão cobiçado, nunca ter sido conquistado por forasteiros.
Hoje, com a cidade declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a muralha é um dos principais atrativos para estrangeiros em Cartagena. E a Torre do Relógio, no passado a única entrada para a cidadela, deu lugar, ali perto, a barraquinhas de doces no Portal de los Dulces, onde se concentram palenqueras e suas guloseimas. Já no trecho onde é possível caminhar sobre suas pedras, diante do mar,cartageneros e turistas vão admirar o pôr do sol, refrescar-se na brisa do entardecer ou simplesmente ler um livro, descansar, namorar. A atmosfera é de romance, o que faz da cidade também um dos destinos favoritos de casais em lua de mel ou daqueles que buscam um cenário dos sonhos para se casar — Cartagena é o lugar favorito para as bodas de milionários colombianos.
Sobre a muralha antiga fica ainda um dos recantos mais descolados da cidade: uma filial da rede de bar/restaurante internacional Café del Mar, com música ambiente, lounges e cadeiras ao ar livre, de frente para o mar. De lá, também é possível avistar as construções mais altas da cidade, como o Claustro San Agustín e o Teatro Heredia. E ainda é o lugar de animadas festinhas ao anoitecer.
Noite adentro, Cartagena continua movimentada. Pode-se escolher de um tranquilo passeio de charrete pelo corralito de piedras a casas noturnas como a Mister Babilla, onde o visitante aprende ritmos latinos como rumba, salsa e reggaeton. Para quem preferir um programa ainda mais regional, a dica é embarcar numa chiva, um ônibus adaptado no qual músicos percorrem a cidade tocando vallenatos e rumbas, tudo regado a rum com refrigerante, até chegar a um baile sobre a muralha.
Se a escolha for sair para jantar ou beber, são muitos os bares e restaurantes, daqueles com mesinhas na rua, como na Plaza Santo Domingo ou na Plaza San Pedro Claver, aos mais requintados, como o El Santísimo, de culinária típica da costa colombiana. Não importa o lugar, no entanto, essa é uma hora de se fartar das iguarias cartageneras, que misturam frutas tropicais com frutos do mar e peixes, esses feitos de todas as formas, assados, fritos, na brasa... O arroz de coco é um clássico. Assim como as arepas, bolinhos de mandioca fritos com carne ou ovo. As influências vão da cozinha árabe à africana, que trouxeram à cidade banana, pimentas aromáticas, azeite de dendê e bolinhos de feijão. E para beber, além de drinques como o mojito, há muitos sucos, como a irresistível limonada de coco.
Além dos muros centenários, os arranha-céus da modernidade
É do alto que Cartagena das Índias se mostra um lugar de contrastes. Bem perto da cidade amuralhada e seu casario de séculos passados, ficam bairros modernos, de arranha-céus à beira-mar, que às vezes podem parecer uma pequena Miami. E não há ponto melhor para observar essa cidade de diferenças do que um dos marcos históricoscartageneros, o Convento de La Popa, erguido a 148 metros de altitude, na primeira metade do século XVII. A visita já vale pela construção, com um típico pátio espanhol e uma capela com um altar dourado e paredes fortes o suficiente para resistir aos bombardeios dos piratas que atacavam Cartagena. Mas a atração à parte é mesmo a vista que se tem de lá. É possível ver toda a cidade, do Centro Histórico aos bairros proletários, até as mansões e prédios de luxo (quase todos de uma alva brancura) de Bocagrande, El Laguito e Castillo Grande, que avançam numa península entre a Baía de Cartagena e o Mar do Caribe.
Assim como na cidade amuralhada, nesses bairros também há boutiques, bares, restaurantes, cassinos e hotéis tradicionais, como o Hilton e o Caribe, o primeiro construído em Cartagena. Perto dali fica o Centro de Convenções da cidade (que vem ganhando destaque no turismo de negócios), no bairro Getsemaní, que embora seja praticamente vizinho de Bocagrande e do centro histórico, reforça os contrastes cartageneros, com características completamente diferentes, de casarios antigos, mas sem a mesma pompa da cidade amuralhada. A região, que no século XVIII abrigou os escravos que chegavam à Colômbia, hoje é o endereço de hotéis mais acessíveis, restaurantes e bares tradicionais, além de clubes de salsa e rumba.
Já a Zona Norte da cidade se assemelha à Barra da Tijuca, mas reduzida. Entre lagoas e o mar, em La Boquilla, antes uma vila de pescadores, concentram-se os novos edifícios, à beira de uma praia de ventos constantes, onde quem dá as cartas é o kitesurfe, principalmente de dezembro a março. É à esteira do crescimento dessa região que Cartagena também aumenta sua rede hoteleira. Até o ano passado, a cidade contava com apenas cerca de cinco mil quartos. Mas com as novas construções, a maioria em La Boquilla, como recém-inaugurado cinco estrelas Las Américas Torres del Mar, serão 2.500 quartos a mais somente até o fim deste ano.
E a previsão é de que cheguem mais investimentos, já que uma lei local oferece 30 anos de isenção de impostos para a construção e reforma de hotéis na cidade. Não há restrições para redes estrangeiras, o que atraiu para a cidade nos últimos anos grupos como o americano Holiday Inn (com uma unidade recém-inaugurada) e o espanhol Iberostar. Em breve, chegarão o Intercontinental e o Sheraton. Hoje, a cidade recebe uma média de 200 navios de cruzeiros por ano, que partem ou chegam de outros destinos da região, como Curaçao e Cidade do Panamá.
La Boquilla também é caminho para atrações no entorno de Cartagena. Passando por ali, por exemplo, chega-se ao município de Santa Catalina, a 50 quilômetros de Cartagena, onde fica uma atração no mínimo inusitada desses afueras da cidade: o Vulcão Totumo. Não é exatamente um vulcão, mas um dos muitos olhos de lodo vulcânico, às margens do Lago Totumo. É nele que acontece uma diversão exótica que oscartageneros garantem trazer benefícios curativos e rejuvenescedores: jogar-se na lama e sair de lá coberto de um lodo que mistura água, magnésio, ferro e outros elementos químicos. Receita local para curar de acnes a reumatismo.
Totumo fica no meio do caminho entre Cartagena e outras duas cidades colombianas que também têm atraído cada vez mais turistas: Barranquilla, com seu tradicional carnaval em janeiro (a uma hora e meia de carro de Cartagena) e Santa Marta (a três horas de Cartagena), base para o Parque Tayrona, onde as montanhas encontram o Mar do Caribe. Passeios que, se hoje são possíveis, há alguns anos eram inimagináveis, até mesmo para os colombianos, devido ao terror imposto pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) em todo o país.
Com o enfraquecimento das Farcs, o anúncio do fim dos sequestros e as negociações entre governo e guerrilha para libertação dos reféns que ainda restam, o país vive um momento de ressurgimento. E como destaca Diana Gedeón, presidente do Convention & Bureau de Cartagena, essa nova realidade abriu a Colômbia não só aos turistas internacionais, mas também aos próprios colombianos.
— Tínhamos um país ilhado. Ir de uma cidade a outra, só era possível por via aérea, porque pelas estradas era muito perigoso. Por volta de 2003, começamos a fazer caravanas turísticas, com comboios de carros, acompanhados por seguranças. E, aos poucos, os povoados começaram a reviver. E nosso turismo e economia voltaram a florescer — conta Diana.
A recuperação vem se mostrando fruto de um esforço gradual e consistente que acompanha a redução nos níveis de violência. Em 2007, numa tentativa de reverter a imagem negativa que a violência das guerrilhas impingia ao país, a campanha “Colombia es passión” trazia como slogan a frase “O único risco é você querer ficar”. A expectativa à época era fechar o ano com 1,3 milhão de visitantes. Ano passado, a Colômbia recebeu 1,5 milhão de turistas estrangeiros, cerca de cem mil a mais que em 2010. De seus principais mercados emissores de turistas, o Brasil apresentou o maior crescimento: 42%.
SERVIÇO
ONDE FICAR
Anandá Hotel Boutique: Diárias a partir de US$ 385. Calle del Cuartel 36-77, Centro. Tel. (57 5) 664-4452. anandahotelboutique.com
Casa Blanca B&B: Diárias a partir de US$ 332. Calle del Tejidillo 38-71, Centro. Tel. (57 5) 664-7111. casablancabyb.com
Charleston Santa Teresa: Diárias a partir de US$ 419. Plaza Santa Teresa. Tel. (57 5) 664-9494. hotelcharlestonsantateresa.com
Hilton Cartagena: Diárias a partir de US$ 279. Avenida Almirante Brion 130001, El Laguito. Tel. (57 5) 665-0660. hilton.com
Holiday Inn: Diárias a partir de US$195. Anillo Vial, Cra. 9, 34-166. Tel. (57 5) 693-1000. holidayinn.com
Hotel Caribe: Diárias a partir de US$ 175. Carrera 1 2-87, Bocagrande. Tel. (57 5) 650-1160. hotelcaribe.com
Hotel Isla del Pirata: Diária a partir de US$ 157. Tel. (57 5) 665-2952.hotelislapirata.com.
Hotel Las Américas Torre del Mar: Diárias a partir de US$ 300. Anillo Vial, Sector Cielo Mar. Tel. (57 5) 656-7222.hotellasamaricas.com.co.
Hotel LM: Diárias a partir de US$ 429. Calle de la Mantilla 3-56, Centro. Tel. (57 5) 664-9100. hotel-lm.com
Sofitel Santa Clara: Diárias a partir de US$ 498. Calle del Torno 39, Centro. Tel. (57 5) 650-4700. hotelsantaclara.com
ONDE COMER
Café del Mar: Baluarte Santo Domingo, Centro.Tel. (57 5) 664-2945.
Club de Pesca: Fuerte de San Sebastián del Pastelillo, Manga. Tel. (57 5) 660-4594.
El Santísimo: Calle del Torno 39-62, Centro. Tel. (57 5) 660-1531.
La Cevicheria: Calle Stuart 7-14, Centro. Tel. (57 5) 660-1492.
Perúmar: Calle Santo Domingo 33-41, Centro. Tel. (57 5) 664-9771.
Sofitel 1621: Calle del Torno 39-29, Centro. Tel. (57 5) 650-4700.revoluciongourmet.com
VIDA NOTURNA
Bazurto Social Club: Restaurante com música dançante ao vivo. Avenida del Centenario, Cra 9, 30-42, Getsemaní. bazurtosocialclub.com
Casino Rio: Complexo de entretenimento. Avenida San Martín 5-145.winnergroup.com
El Coro: Bar lounge, com música cubana e DJ nos fins de semana. Calle del Torno 39-39, Centro. sofitel.com
Karibana: Clube com restaurante e campo de golfe. Zona Norte, entrada via Manzanillo. karibanacartagena.com
Mister Babilla: Casa de rumba, com restaurante e bar. Avenida del Arsenal 8B-137, Getsemani. misterbabilla.co