domingo, 24 de março de 2013

St Barth


Uma das belas vistas de Saint Barth Foto: Eduardo Maia / O Globo
Uma das belas vistas de Saint Barth 

Praias para agradar a todos os públicos       
SAINT BARTHÉLEMY - Normalmente, quando se busca o nome de algum lugar turístico na internet, a maioria das páginas que aparecem é de órgãos ou empresas de turismo ou sites de viagem. Com Saint Barthélemy é diferente. Jogue esse nome, ou St. Barth, como os mais íntimos costumam chamar, em qualquer site de busca, e você verá que na ilha, perdida na imensidão azul-turquesa do Caribe, a supermodelo Kate Moss já fez topless, a atriz Lindsay Lohan já encheu sacolas de produtos caríssimos, a cantora Beyoncé já promoveu festas de arromba e o jogador Ronaldo passou o último réveillon. A lista de ricos e famosos que têm propriedades ou passam férias por lá é gigante, mas St. Barth é mais que isso. A poucos minutos de avião de Sint Maarten/Saint Martin, a ilha vizinha mais famosa, e que agora tem voos diretos do Brasil, ela mistura beleza caribenha e sofisticação europeia. Tem praias badaladas e outras completamente isoladas. Possui mansões e hotéis de luxo espalhados por toda parte, mas abriga também uma cidade com traços suecos. Tem restaurantes com cozinha francesa e chão de areia. St. Barth tem, na verdade, o melhor de dois mundos.
Com apenas 21 quilômetros quadrados e um terreno bastante acidentado, Saint Barthélemy não tem uma profusão de praias nem intermináveis faixas de areias. Mas as 16 praias que compõem seu litoral não fazem feio. Pelo contrário. Há uma para cada tipo de turista. De pacíficas enseadas, ideais para banhos em família, a praias com ondas disputadas por surfistas, passando por locais perfeitos para mergulho ou vela.
Todas, em dias de céu claro e mar calmo, apresentam o azul-turquesa típico dessa região do planeta. Mas em nenhuma delas a água é tão bonita quanto na enseada chamada de Grand Cul-de-Sac, na ponta Leste da ilha. Graças a uma barreira de corais bastante afastada da areia, a enseada é uma verdadeira piscina natural, perfeita para a prática de esportes náuticos.
Em dias de ventos mais fortes, Grand Cul-de-Sac é tomada por praticantes de kitesurfe e windsurfe, que rasgam as águas em alta velocidade. Fora isso, a enseada também é muito procurada para a prática de stand up paddel - ou supsurf, aquele esporte em que a pessoa se equilibra numa prancha e usa um remo para se movimentar - e de caiaques. Pela quantidade de corais e a transparência da água, o ponto também é indicado para a prática de mergulho.
Grand Cul-de-Sac e sua "irmã menor", Petit Cul-de-Sac, são basicamente ocupadas por hotéis, garantindo uma relativa tranquilidade. Ao contrário da agitadíssima Saint Jean, no litoral Norte da ilha. Segundo centro urbano mais importante e endereço do aeroporto local, o vilarejo tem boas opções de restaurantes, hospedagem e serviços, como caixas eletrônicos, mercados e farmácias.
A praia, frequentada por muitos jovens, é um dos pontos de surfe mais populares da ilha, com ondas perfeitas para atletas sem muita prática. Assim como Flamant e Lorient, outras duas na costa Norte, também mais movimentadas. Surfistas mais experientes, entretanto, preferem locais mais distantes e menos populares, como Point Milou, no Nordeste da ilha. Perto dali, fica a praia de Marigot, cujo principal atrativo é a casa do cantor francês Johnny Hallyday, uma espécie de Roberto Carlos roqueiro, que já vendeu mais de 100 milhões de discos desde 1957 e é praticamente um desconhecido para os brasileiros.
Mas se a ideia é encontrar um pouco de sossego, o melhor a fazer é rumar para o litoral Sul, ocupada majoritariamente por mansões e pequenos hotéis. Lá está a Grand Fond, uma costa rochosa com um visual de isolamento que em nada lembra o Caribe. Não serve para tomar banho, já que não há faixa de areia e as ondas são fortes. Mas vale uma passagem pela estrada, que leva até a antiga casa do bailarino russo Rudolf Nureyev, hoje parte do catálogo de uma das muitas empresas de aluguel de casas na ilha.
Perto dali, está uma das melhores praias de St. Barth, Saline. O nome vem da antiga salina que funcionava na região e que acabou impedindo construções próximas à areia. À praia, só se pode chegar andando. A caminhada é leve e rápida, não leva mais que cinco minutos. Mas a vista recompensaria esforços muito maiores. Isolada por uma área de faixa de vegetação praieira, nada existe além da areia branca e fina e os morros que ladeiam Saline. Nem um vendedor de mate. Por isso, se estiver programando passar algumas horas no local, leve o que comer e beber.
Também dentro de uma reserva ambiental, mas de acesso muito mais difícil, está Colombier, considerada por muita gente a melhor de todas as praias de Saint Barthélemy. Para chegar até lá, não tem jeito: é preciso encarar uma trilha de, no mínimo, 20 minutos, com algumas subidas e descidas. Ou alugar um barco. Não importa o transporte, ir a Colombier é um dos melhores programas. Por terra ou mar, os caminhos atravessam cenários de beleza única.
Colombier é também tida como o melhor ponto para mergulho, seja com cilindro de ar ou snorkel. As águas transparentes e geralmente calmas dessa enseada permitem ver com clareza inúmeras espécies marinhas, com destaque para as tartarugas verdes. Outro ponto indicado para essa atividade são as Gros Islets, duas ilhotas em frente à capital Gustavia. Mas ali, só de barco mesmo.
A única construção que se vê em Colombier é a antiga casa de veraneio da família Rockefeller, construída na década de 1960 e que passou muitos anos abandonada. Da casa, no alto de um morro, não se vê muita coisa. Mas chama a atenção uma estrutura em forma de pirâmide, onde o proprietário costumava promover recepções mais íntimas, de acordo com os moradores da ilha.
Tirando Colombier e Saline, todas as demais praias são acessíveis de carro. Na verdade, a melhor forma de conhecer a ilha é de carro ou de motocicleta. As distâncias entre uma praia e outra são grandes por causa do terreno acidentado, com muitos morros, e não há transporte público na ilha, apenas táxis que cobram, pelo menos 20 por corrida.
Alugar um automóvel ao chegar é quase tão obrigatório quanto ter um hotel para ficar. A qualidade dos veículos das locadoras é boa. Ruim são as condições das estradas. Muitos buracos, sinalização precária e iluminação inexistente à noite. Uma pena, para um paraíso com clima tropical e preços de Europa.
Time de futebol para quê?
A grandeza da fortuna do bilionário russo Roman Abramovich, um dos dez homens mais ricos do mundo, normalmente é medida pelo fato de ele ser dono do Chelsea, um dos mais tradicionais times de futebol da Inglaterra. Mas quem chega a St. Barth de barco e se depara com o colosso da engenharia chamado Luna, tende a pensar de outra forma. O iate, de 377 pés (115 metros) de comprimento, é um dos maiores do mundo, e um dos indícios da presença desse magnata do petróleo na ilha mais exclusiva do Caribe.
De tão grande, o iate de Abramovich sequer entra no porto de Gustavia. Fica ancorado longe, podendo ser avistado de vários pontos da ilha, inclusive da isolada e preservada praia Governour, uma das mais bonitas entre as 16 de St. Barth.
A praia é pública e bastante procurada, na alta temporada, por naturistas. Mas o terreno de cerca de 70 hectares entre a faixa de areia e a estrada, lá em cima, é do russo. Nela, uma das mansões mais imponentes da ilha serve de abrigo para outros ricaços e celebridades que vão relaxar alguns dias por lá.
Mas como há convidados que preferem a vida no mar, o iate, com quatro deques, piscinas e tantas outras mordomias, serve de hospedagem. Madonna é uma das que curtiram St. Barth a bordo do ex-maior iate motorizado do mundo. O atual, Eclipse, de 557 pés (169 metros), é propriedade de... Abramovich, claro.
Voltando à Governour: o mesmo terreno que hoje é do russo pertenceu aos Rockefeller, que também já estenderam sua bandeira em Colombier. Em comum às duas praias, está a natureza intocada. Quer dizer, quase. Em Governour, uma placa de "propriedade particular" não deixa esquecer que alguém já chegou antes e marcou o território.
Uma cidade caribenha com sofisticação francesa e alma sueca
Gustavia não é lá um nome muito francês. Mas assim se chama a capital de St. Barth, uma cidade tropical com um pé na França e outro na Suécia. Concentrando quase metade dos nove mil moradores da ilha e servindo de endereço para as lojas de algumas das principais marcas de joias e roupas do planeta, Gustavia confirma que St. Barth não é uma ilha do Caribe como as outras. Aliás, em quase nada se parece com uma cidade caribenha convencional.
Seu nome, uma homenagem ao rei sueco Gustavo III, é uma mostra do histórico de mudanças de mãos pelo qual passou a ilha. Ao chegar àquelas terras em 1493, Cristóvão Colombo a batizou em homenagem ao irmão, Bartolomeu. A primeira bandeira fincada ali foi a espanhola. Mas, sem qualquer importância econômica nesse primeiro momento, St. Barth caiu no esquecimento, até a chegada dos franceses, em 1648.
Os primeiros colonos passaram então a cultivar algodão e anileira, além de explorar a extração de sal e a pesca. O cotidiano pacífico eventualmente era quebrado por invasões de piratas e corsários. Em 1784, mais uma reviravolta: em troca de direitos comerciais em Gotemburgo, a França cedeu St. Barth à Suécia de Gustavo III. Até o trato ser desfeito, 104 anos depois, os suecos desenvolveram urbanisticamente a ilha como nunca. Construíram fortalezas e deixaram, sobretudo na capital, marcas de sua presença.
São poucas as construções da época ainda de pé, mas o estilo sueco definitivamente influenciou boa parte das casas da cidade, com suas linhas retas e objetivas e suas cores fortes, que convivem em harmonia com casarões de arquitetura crioula, também em grande quantidade. Outra importante construção histórica é a Wall House, um antigo depósito, feito de pedra, que hoje abriga o principal museu da ilha, voltado para sua História, dos primeiros indígenas até os dias atuais, como uma coletividade autônoma, ligada à república francesa.
Foi com a presença sueca também que St. Barth iniciou sua vocação de porto livre. Se antes o conceito significava que barcos de qualquer nacionalidade podiam atracar ali, agora quer dizer: lojas livres de impostos. A fama de free shop se justifica: as principais marcas de artigos de luxo têm postos de vendas nas charmosas ruas de Gustavia, transformando a cidade num consagrado destino de compras.
Os itens disponíveis vão de charutos cubanos a caviar russo. Grifes como Dior, Cartier, Bulgari e Louis Vuitton são comuns ali. A maioria se concentra na Rue de La Republique, em frente ao terminal marítimo onde chegam e de onde saem os barcos que ligam a ilha às vizinhas Saint Martin/Sint Maarten e Anguilla. Na mesma rua fica o Carré D'Or, um centro comercial só com artigos de luxo.
Se, por um lado, roupas, joias e cosméticos de marca são um pouco mais baratos, os preços dos produtos locais são jogados nas alturas pelo alto padrão dos turistas. Uma camiseta escrita "I love St. Barth" pode custar 50, e um vestido simples, de estilista local, não menos que 200. Entre os produtos nativos, o mais famoso é uma linha de cosméticos que leva o nome da ilha, e é usada na maioria dos hotéis e spas da região. O número de lojas é tão grande que a sinalização em Gustavia é feita pelo nome delas, e não das ruas. As placas indicam para que direção fica a Lacoste, mas não a prefeitura, por exemplo.
Outra atração de Gustavia é seu porto, que mais parece uma marina, pela quantidade de barcos de luxo. Para amantes do mundo náutico, caminhar no calçadão observando de perto a variedade de embarcações pode ser uma bela distração. O ambiente é agradável também para um passeio no fim de tarde, com muitos cafés e locais para apreciar a paisagem. Nesse quesito, as ruas Bord de Mer e Samuel Fahlberg, onde há também uma convidativa praça, são pontos privilegiados.
É um bom lugar também para negociar aluguéis e passeios de barcos. Há muitas empresas do ramo instaladas por ali. O porto de Gustavia tem um formato em "U" e a sua perna mais próxima ao mar é onde está a parte mais pacata da cidade. Sem grifes de luxo ou restaurantes caros, é a região que mais se afasta da sofisticação europeia do outro lado.
Mas nem ali, Gustavia é totalmente Caribe. Sem a música alta ou o povo extravagante, marcas registrada das ilhas vizinhas, parece mesmo que o espírito sueco permanece firme e forte.
As emoções de um aeroporto à beira-mar
Imagine a cena: você está sentado numa confortável cadeira de praia, tomando uma piña colada de frente para a imensidão azul de uma praia caribenha quando, do nada, um avião passa ao seu lado.
Essa é a rotina em Saint Jean, uma das mais concorridas praias de St. Barth. Os cerca de 700 metros da pista do aeroporto Gustav III se espremem entre o pé de uma colina e a areia. A proximidade é tanta que há sinalização no mar indicando onde, por medida de segurança, é proibido se banhar.
O aeroporto, com suas dezenas de decolagens e aterrissagens diárias, ligando a ilha a vizinhas como Saint Martin e Anguilla, é um dos pontos mais pitorescos de St. Barth. Se da praia é possível ver os teco-tecos (só aeronaves para até 20 passageiros podem usar a pista) bem de perto, de Gustavia se tem a impressão de que estão caindo entre os morros. Uma aventura.
Comer com pé na areia e dormir cedo
As praias são bonitas e as compras, tentadoras. Mas Saint Barthélemy também se destaca pela qualidade dos hotéis e restaurantes.
São pouco mais de 20 hotéis, com cerca de 400 quartos pela ilha, número compatível com a ideia de exclusividade que o lugar passa. Mesmo o único resort, o Guanahani Hotel & Spa, em Grand Cul-de-Sac, com 68 quartos, pode ser considerado pequeno, perto de outros do gênero em ilhas vizinhas.
Em geral, os hotéis apresentam poucos quartos e também chalés ou casas inteiras, chamadas de vilas. Essa é uma das característica de hospedagem em St. Barth. Há diversas empresas de aluguel de imóveis. Tendo dinheiro, é possível alugar por alguns dias muitas das impressionantes mansões que ocupam as encostas da ilha.
O mais famoso hotel da ilha é o Eden Rock. Não só por ser o mais antigo, mas também por ser construído sobre uma pedra que avança mar adentro, em Saint Jean. Fundado pelo aventureiro Rémy De Haenen (que, além de ter sido prefeito de St. Barth, foi o primeiro homem a pousar de avião na ilha) nos anos 1950, o hotel recebeu inúmeras personalidades quando St. Barth ainda não era balneário obrigatório dos famosos. Alguns dos hóspedes mais célebres, como o milionário excêntrico e produtor cinematográfico Howard Hughes e a atriz Greta Garbo, batizaram as suítes principais do hotel.
Também em Saint Jean fica o Tom Beach, que não chega a empolgar como hotel, mas tem um excelente bar e restaurante em plena areia, o La Plage. Comer um pato ao vinho como se fosse feito na França com os pés direto na areia da praia é uma experiência única. O restaurante La Cabane, no hotel Isle de France, também tem a areia da praia como piso. E o destaque de sua cozinha são as sobremesas, como a torta de limão com frutas variadas.
Outro restaurante que superou o hotel onde está localizado é o Le Gaïac, no hotel Le Toiny. Considerado um dos melhores da ilha, ele se baseia quase que totalmente na culinária francesa, aproveitando elementos clássicos e ingredientes da região, como os frutos do mar. Mas seu pulo do gato está num espaguete preparado dentro de enormes peças de queijo parmesão ao vivo, do lado da mesa do cliente. Um verdadeiro evento.
Mas em se tratando de comida italiana, o melhor lugar para comer é mesmo o L'Isola, em Gustavia. Ambiente refinado, para jantares especiais, e atendimento em italiano, em pleno Caribe francês. O cardápio é vasto, mas o cliente pode escolher, sem medo, a polenta de entrada, o ravióli de queijo como primeiro prato e o cordeiro à milanesa, de segundo prato. Sempre acompanhado por um vinho italiano.
Muito perto dali, está o Bonito, especializado em frutos do mar (sua logomarca lembra um peixe) inaugurado há pouco mais de um ano, numa das colinas da capital de St. Barth. A comida é boa, mas o que chama a atenção é vista para o porto, o mesmo trunfo do classudo Victoria's, no ainda mais classudo hotel Carl Gustav, também na parte alta de Gustavia.
O hotel Sereno, em Grand Cul-de-Sac, também tem a vista como um dos carros-chefe de seu restaurante. Mas o grande diferencial não é o que se come, nem onde. Toda quinta-feira, o chef Jean Luc Grabowski abre as portas da cozinha do Sereno para uma aula gastronômica para hóspedes do hotel e demais interessados. Com simpatia, Grabowski ensina receitas simples, mas deliciosas. Presidente da associação de restaurantes da ilha, Grabowski já trabalhou em Mônaco, onde chegou a cozinhar para o príncipe Albert. Na ilha, seu cliente mais famoso é Johnny Hallyday, claro.
É divertido também acompanhar a chegada dos frutos do mar na praia do hotel. Pelo menos três vezes por semana, um pescador chega com peixes e crustáceos variados e faz uma mini-apresentação, se houver algum hóspede interessado em ouvir. Sempre há, principalmente as crianças.
Quando a noite cai em Saint Barth, não há muito o que fazer. As poucas opções noturnas não costumam ficar abertas depois das 2h. Em Gustavia, a boate mais tradicional é o Le Yacht Club, e o bar Le Bête à Z'Ailes, de frente para o porto, costuma ter boa música ao vivo. Em Shell Beach, a dez minutos da capital, está o Dõ Brazil (que não tem nada de Brasileiro, apesar do nome), um bar à beira da praia que promove festas na areia. Também na beira da praia fica o Casa Nikki, responsável pela vida noturna de Saint Jean.
O título de lugar mais divertido da ilha, porém, fica com o Le TI St Barth, um restaurante-bar-cabaré na distante Point Milou, que, nas noites de terça, se transforma numa espécie de Moulin Rouge local. A decoração interna, com veludo vermelho e candelabros nas paredes, ajuda a criar esse clima, mas não tanto quanto as dançarinas que sobem nas mesas e alavancam as vendas de champanhe. Mas lá, qualquer um pode ser a vedete da noite. O estabelecimento empresta fantasias variadas para os clientes. Nada mal para uma noite de terça.
Saint Martin, um ponto de partida ideal para St. Barth
Base principal para chegar a Saint Barthélemy, Saint Martin/Sint Maarten já é uma velha conhecida dos brasileiros por causa dos pacotes turísticos, cada vez mais populares, para lá. Dividida entre Holanda e França, a ilha recebe desde o ano passado um voo semanal direto do Brasil (saindo de Guarulhos, com escala em Manaus), ideal para quem não quer viajar de maneira independente.
As diferenças entre os dois lados da ilha não se restringem ao curioso hábito de os motoristas locais só colocarem o cinto de segurança quando cruzam a fronteira imaginária em direção à parte francesa. Enquanto Sint Maarten, no Sul, é dominada por grandes resorts, cassinos, shopping centers e robustas áreas comerciais, Saint Martin é tranquila, com hotéis e restaurantes mais refinados.
A capital de Saint Martin é Marigot, um simpático vilarejo francês protegido por uma baía tomada por iates e veleiros. A maior atração é a feira diária, no Boulevard de France, com produtos típicos e outros nem tanto.
A feira tem dois setores. O mais movimentado reúne todo tipo de lembrancinhas para agradar os turistas (norte-americanos, na sua grande maioria): camisas floridas, vestidos bordados, bonecas de pano, bolsas estilizadas e inúmeras quinquilharias, como chaveiros, ímãs de geladeira, canecas... Quem espera artesanato típico pode se decepcionar. Já a outra parte é focada em alimentos e bebidas. O destaque fica por conta da oferta de garrafas de rum, licor e outras bebidas produzidas artesanalmente. Marigot também tem um setor destinado a lojas de grife livres de impostos, inclusive um shopping voltado basicamente para isso, o West Indies, perto da estação aquaviária, mas é bem menor que Philipsburg, no lado holandês. Portanto, se quiser ir às compras, este não é o lugar ideal.
Mas é perfeito para ter uma vista panorâmica do litoral ocidental da ilha, a partir do forte St. Louis. Do alto do morro, pouco sobrou da fortaleza, construída pelos franceses entre 1767 e 1789. Mas o que se vê dali compensa a subida. No primeiro plano, Marigot e sua marina, com o característico píer em curva. Ao fundo, a Simpson Bay Lagoon e parte do litoral da parte holandesa.
À direita de Marigot, fica a localidade conhecida como Grand Case, autoproclamada a "capital gastronômica do Caribe". De fato, ali está a maioria dos restaurantes da ilha. Bistrôs, cafés, restaurantes franceses e crioulos de ótima qualidade, e muitos com chefs reconhecidos internacionalmente, se concentram na rua principal e na orla. O dado curioso é que, nas calçadas, ilhéus se reúnem em torno dos "lo-los", tonéis de metal transformados em churrasqueiras improvisadas, onde assam carnes e frutos do mar.
Outra área que concentra opções gastronômicas é a Orient Bay, a praia mais procurada de Saint Martin. Há diversos estabelecimentos na areia, com cardápios variados e ótimos drinques. Costumam ser animados, com DJs, desfiles de moda e dançarinas. Mas nada que atrapalhe quem quer apenas relaxar na areia.
O melhor de Orient Bay é sua diversidade. O lado esquerdo da praia é dominado por esses grandes restaurantes na areia. Na parte central, ficam barracas menores e o aluguel de caiaques e jet skis. Caminhando para a direita, logo se chega a bares nitidamente populares, com moradores locais ouvindo e dançando ritmos caribenhos sem se importar com os turistas. A partir daí, Orient Bay vira praia mista de nudismo. Há até um condomínio naturista colado à praia nessa direção, muito popular entre turistas mais velhos.
Quem prefere praias mais desertas tem uma boa opção no extremo Norte da ilha. Escondida pela Reserva Natural Nacional de Saint Martin, perto da bucólica Anse Marcel, está a Little Key, uma praia pequena e deserta. A caminhada desde a entrada da reserva leva uns 40 minutos e tem um relativo grau de dificuldade, passando por trechos íngremes e instáveis. Mas na metade do trajeto já se pode ver a praia e tudo fica mais fácil.
Outro cenário de tirar o fôlego é a ilha de Pinel, com apenas três pequenos restaurantes e mais nada. Há quem chegue a ela a nado, a partir da praia French Cul-de-Sac, porém o mais indicado é ir de barco-táxi. A vista merece ser apreciada com calma.
SERVIÇO:
De avião até St. Maarten: A Gol/Varig voa de Guarulhos a St. Maarten (a parte holandesa da ilha onde fica Saint Martin) uma vez por semana, aos sábados, com escala em Manaus e sete horas de viagem. Pela American Airlines, há voos diários entre Rio e St. Maarten, com conexão em Miami e média de 17 horas de viagem. Antes do embarque no Aeroporto Princess Juliana, em St. Maarten, é preciso pagar, em dinheiro, uma taxa de US$ 35. Euros não são aceitos.
De barco até St. Barth: A viagem a partir de Saint Martin leva cerca de uma hora e custa 63 euros pela Voyager. www.voy12.com
De avião até St. Barth: O voo entre St. Maarten e St. Barth dura 15 minutos e vale também pela vista. Pela Fly Winair, cada trecho custa 75 euros. Pela Saint Barth Commuter, o trecho custa 65. Não há voos noturnos.
ALUGUEL DE CARRO
Europcar: Em St. Barth, os veículos mais baratos custam a partir de 39 euros. Em St. Maarten, o aluguel começa em 45 euros.www.europcar.com
Hertz: Em St. Barth, veículos mais baratos a partir de 41 euros. Em St. Maarten, o aluguel começa em 29 euros. www.hertz.com
ONDE FICAR
Em St. Barth
Hotel Carl Gustav & Spa: Diárias a partir de 995 euros. Gustavia.www.hotelcarlgustav.com
Eden Rock: Diárias a partir de 695 euros. Saint Jean.www.edenrockhotel.com
Le Sereno: Diárias a partir de 680 euros. Grand Cul-de-Sac.www.lesereno.com
Hotel Guanahani & Spa: Diárias a partir de 615 euros. Grand Cul-de-Sac. www.leguanahani.com
Cristopher: Diárias a partir de 350 euros. Pointe Milou.www.hotelcristopher.com
Les Îlets de la Plage: Diárias a partir de 200 euros. Saint Jean.www.lesilets.com
Fleur de Lune: Diárias a partir de 90 euros. Saline.www.saintbarthgitefleurdelune.com
Em St. Martin
Hotel Le Domaine: Diárias a partir de 310 euros. Anse Marcel.www.hotel-le-domaine.com
ONDE COMER
Le Gaïac: Cozinha francesa. Fica no hotel Le Toiny. Estrada de Le Toiny. www.letoiny.com
L'Isola: Cozinha italiana. Na esquina com Rue du roi Oscar II e Rue de Guadalupe, Gustavia. www.lisolastbarth.com
La Plage: Cozinha francesa e bar. Fica no Tom Beach Hotel. Estrada de Plage de St. Jean. www.tombeach.com
La Cabane: Cozinha francesa. Fica no hotel Isle de France. Estrada de Baie de Flamands. www.isle-de-france.com
Le Sereno: Cozinha francesa. No hotel Le Sereno. Estrada de Grand Cul-de-Sac. www.lesereno.com
PASSEIOS DE BARCO
St. Barth: A St. Barth Sailor aluga minicatamarã para até 18 pessoas, por 630 euros (seis horas). www.stbarthsailor.com
St. Martin: A Prestige Yacht Trip aluga lanchas tripuladas para 13 pessoas a partir de 800 euros, o dia inteiro. www.mpyachting.com
MOEDAS
Em St. Barth, a moeda corrente é o euro. Já em St.Martin/St.Maarten praticamente só se aceita dólar. O ideal é levar as duas moedas.
VISTO
Brasileiros não precisam de visto para St. Martin/St. Maarten ou St. Barth.Mas é preciso estar com o passaporte válido por pelo menos seis meses.

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