segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Em Nova York, o Brooklyn sob medida




Música. A região tem forte ligação musical, com ótimas lojas, a exemplo da Academy Records, com boa seleção de discos de vinil
Foto: Vitor Diniz
Música. A região tem forte ligação musical, com ótimas lojas, a exemplo da Academy Records, com boa seleção de discos de vinil
NOVA YORK - Se você quer sentir a atmosfera mais interessante de Nova York atualmente, já sabe que terá que esquecer, ao menos por algumas horas, o frenesi e a urgência de Manhattan, e seguir rumo a Williamsburg. Esse surpreendente bairro do Brooklyn, que cada vez mais conquista espaços preciosos na imprensa ligada à moda em especial, transborda personalidade e nos entrega uma carga única de novidades e conceitos. Principalmente nos fins de tarde, quando você verá jovens que parecem ter saído das páginas de revistas de estilo como a “Nylon”, andando da forma mais despretensiosa possível, com visual que traduz certa “rebeldia chique”. Não são, exatamente, em sua maioria, nem indie nem pop. Seriam eles os tão falados hipsters (moderninhos) de Nova York? Boa parte deles pode, sim, receber esta alcunha, mas o local não se restringe a uma tribo ou a um nicho.
Williamsburg é uma antena que parece captar informações do mundo inteiro. Diversos imigrantes, inclusive, vivem no bairro. Aqui, a força do novo é impactante, e um ar de revitalização paira em cada esquina. Cães desfilando com seus donos orgulhosos são um indicador da civilidade e da calmaria, que contrasta, através de uma bela vista, com a agitação de Manhattan.
Se você é daqueles, ou daquelas, que já dissecaram as lojas do SoHo, ou não podem passar nem perto da agitação da Macy’s, Williamsburg pode ser um reduto perfeito de consumo inteligente para suas descobertas fashionistas.
Novos estilistas estão se instalando em número cada vez maior em suas esquinas, conferindo às suas ruas um ar para lá de cool, assim como boas alfaiatarias que surgem no pedaço. Na Meg Boutique (megshops.com) da estilista Meghan Kinney você poderá se interessar por um vestido, e ele será totalmente adaptado ao seu corpo, em, no máximo, 30 minutos, algo que passará rápido, enquanto você vai a um lounge, café ou bar.
As boas ideias florescem e, com isso, uma atmosfera bacana domina os empreendimentos, seja no café decorado com móveis ingleses e mesa de pebolim em seu interior, ou na casa de queijos que nos remete à década de 1960.
Williamsburg, onde se pode chegar de metrô, conta com uma pulsação extra nos fins de semana, com o mercado Artists&Fleas (artistsandfleas.com) se mostrando como uma parada obrigatória para quem está buscando o dress code perfeito. Ainda na seara das agulhas, chama atenção que o bairro comprou, no bom sentido, uma briga inglesa, e na Grand Street estão, na mesma calçada e quase lado a lado, as lojas das marcas Fred Perry (fredperry.com) e Paul Smith (paulsmith.co.uk), verdadeiras bandeiras da moda made in UK.
A gastronomia também pode ser um bom motivo para cruzar a ponte, já que Williamsburg esconde boas opções que carregam a sua peculiar assinatura. É o caso do ótimo Acqua Santa (acquasanta.com), calcado na cozinha italiana, com parreiras no alto e com uma atmosfera clássica e moderna simultaneamente. Elogiado pelas revistas “Time Out” e “New Yorker”, o Acqua Santa parece ter, de fato, o melhor forno a lenha de Nova York. Isso já fica claro nos pães servidos no couvert.
Claro que, com toda essa abordagem pop, Williamsburg não poderia deixar de ter uma forte relação com a música. Trata-se de um lugar com uma vocação, digamos, underground. Shows de rock e boas lojas de discos são um ponto forte. Não deixe de visitar a Academy Records (academy-records.com) que tem prioridade para os vinis, e boas seções de compactos, lançamentos e raridades. A loja tem o melhor do rock, blues, soul, jazz, e ainda deixa à disposição dos clientes alguns toca-discos para a apreciação dos álbuns. Assim, você não precisa levar nada no escuro.
Neste aspecto, a grande notícia é que a mitológica loja e gravadora inglesa Rough Trade abrirá em breve a sua primeira loja em Nova York. Precisa dizer qual bairro foi o escolhido? Williamsburg, claro.

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