sexta-feira, 17 de junho de 2011

Provence: cor, calor e sabor



ARLES - Para ver o quadro "Café, le soir", uma das obras mais conhecidas de Vincent van Gogh, você tem que ir até o obscuro Kröller-Müller Museum, em Otterlo, na Holanda. Mas para ver o próprio bar amarelo, é preciso visitar Arles, na Provence, onde a tela foi pintada. O café ainda está lá, quase do mesmo jeito que em 1888. Só mudou de nome, hoje uma homenagem ao pintor. A colorida região no sul da França há tempos serve de inspiração para artistas de várias áreas, especialmente pintores e escritores. Não é difícil entender as razões. A luz é especial. As cores são diferentes. A Provence é perfumada. Seus vinhos variam da sutileza de rosados clarinhos até a robustez dos Chateauneuf-du-Pape. A cozinha vai pelo mesmo caminho: ervas e peixes, trufas e caças, queijos e embutidos, pães e azeites. Provence é sinônimo de beleza e prazer, é um estilo de vida. Com mar e montanha, sol e neve, a mais charmosa das regiões francesas se comporta - como poucos lugares - de acordo com a estação do ano. Há quem prefira o verão que começa agora, quando as cidades recebem turistas de toda parte atraídos pelos dias quentes e secos, e os campos de lavanda florescem. Outros acham que o outono é o melhor período para se visitar a região, quando os visitantes saem de cena. No inverno, uma boa lareira ajuda a se esconder do poderoso vento mistral e a apreciar os queijos mais gordos e os vinhos mais encorpados. Na primavera, flores variadas colorem ainda mais o cenário. Porque, não importa a estação, a Provence é sempre uma delícia. Em todos os sentidos.
Em Arles, a paisagem inspira artistas
Paredes de pedra e janelas pintadas em tons fortes são a marca do casario no centro da cidade em Arles, na França/ Foto de Bruno Agostini
Caminhava por Arles meio sem rumo, distraído com os prédios feitos em pedra, graciosos e coloridos, e o movimento nas ruas com lojinhas cheias de charme e sacadas enfeitadas com flores. Até que surge à minha frente um cavalete com uma imagem conhecida - e admirada - há bastante tempo: um quadro de Vincent van Gogh retratando um bar amarelo numa noite estrelada. Uma obra-prima conhecida pelo nome de "Café, le soir", ou seja, "Café, à noite". Simples assim, como são os prazeres da Provence. Atrás da imagem famosa está o próprio bar, hoje chamado Café Van Gogh, em homenagem ao homem que tornou conhecida mundialmente essa birosca francesa. Foi uma emoção, ainda que não houvesse um céu estrelado como na tela. A reprodução da pintura é um chamariz para turistas. Comigo funcionou, e acabei a minha noite lá, depois do jantar, para apreciar a saideira em forma de uma taça de vinho tinto do Luberón. Coisa de 2 euros. Merci.
Conectada ao restante da Europa através do trem de alta velocidade (TGV, na sigla em francês), Arles está localizada em ponto estratégico para se explorar uma parte da Provence: fica a menos de uma hora de cidades como Nîmes, Avignon, Aix-en-Provence e Marselha, onde chegam os voos de Paris, além do Luberón. A cidade é cercada por muitos produtores de vinhos e azeites, como o Château d'Estoublon, em Fontvieille, que se dedica à produção de ambos. Funciona ali um restaurante e uma linda loja, com a produção local e muitos outras delícias regionais, além de artefatos de cozinha os mais variados.
É tão fácil chegar a Arles quanto se apaixonar pelo lugar, como tantos artistas. O período de pouco mais de um ano em que morou na cidade foi o mais produtivo da carreira de Van Gogh, que sonhava criar ali uma comunidade de artistas - Paul Gauguin foi o único que aceitou o convite, e viveu por lá um curto período que culminou com um episódio trágico da vida de Van Gogh, quando ele cortou um pedaço da própria orelha. Para os fãs do holandês, além de um drinque no café, é obrigatória uma vista ao Espace Van Gogh, outro cenário usado pelo pintor: um antigo hospital no qual ele se internou, com um belo jardim repleto de tulipas as mais coloridas e rodeado por um prédio com arcadas que abriga uma coleção com mais de 200 obras de artistas inspirados por Van Gogh. Também é fundamental uma caminhada noturna à beira do Rio Rhône, paisagem retratada em outro dos quadros mais famosos do pintor, "Noite estrelada sobre o Rio Rhône", uma das mais fortes inspirações para a música "Vincent", do cantor e compositor americano Don McLean, aquela que começa com "Starry starry night / Paint your palette blue and grey"...
Pablo Picasso também se encantou com Arles, entre outras razões, por causa do pintor holandês, a quem admirava. A cidade é a interseção entre eles. Picasso se interessou pela forte influência espanhola, um traço marcante desse pedaço da França, onde é fácil encontrar uma paella nos restaurantes e a cultura cigana está muito presente - o grupo Gipsy Kings é de lá. Outro ponto importante para a atração do artista espanhol foram as touradas, tão apreciadas por ele, que doou para Arles uma coleção com 57 desenhos. Os trabalhos estão hoje expostos no Museu Réattu, que guarda ainda no seu acervo duas pinturas de Picasso.
A tradição artística da cidade vem desde a Antiguidade, e Arles tem um dos mais preciosos conjuntos de construções romanas da Europa, incluindo aí toda a Itália. Com aproximadamente 2 mil anos, o imenso patrimônio arquitetônico não é apenas uma coleção de monumentos antigos convertidos em cenário para fotos e visitas guiadas. Ainda hoje, ao menos duas dessas construções clássicas são usadas em eventos fundamentais no calendário arlésien, cumprindo praticamente as mesmas funções para as quais foram criadas.
O anfiteatro romano, com capacidade para 20 mil pessoas, tem aproximadamente 2 mil anos e é palco de festivais e touradas em Arles, na França/ Foto de Bruno Agostini
No chamado Teatro Antigo, com capacidade para 12 mil espectadores, que teve as arquibancadas remodeladas, acontecem shows e peças. O lugar é um dos palcos do festival Les Suds à Arles, por exemplo, que acontece entre os próximos dias 11 e 17 de julho, com músicos de várias partes do mundo, como o americano Beirut, o português Antonio Zanbujo, o espanhol Paco Ibañez, os chilenos do grupo Chico Trujillo, entre outros, incluindo o pernambucano Silvério Pessoa. Ainda mais impressionante é a arena tipo coliseu, com capacidade para 20 mil pessoas, onde são realizados alguns dos eventos mais importantes da cidade, desde condecorações políticas até as touradas, uma tradição na região. Capital da região de Camargue, subdivisão da Provence, Arles é famosa pelos muitos festivais de seu calendário, a grande maioria acontecendo entre os meses de julho e setembro, o que faz desse período o mais cheio e concorrido na cidade, coincidindo com as férias de verão do Hemisfério Norte.
Parte da riqueza antiga do lugar pode ser conferida no museu arqueológico. A moderna construção, erguida em 1995, abriga uma coleção de peças encontradas na cidade e nos arredores, incluindo objetos de uso cotidiano, mosaicos, esculturas e até sarcófagos, além de uma reprodução da cidade no século IV. A cidade abriga a École Nationale Supérieure de la Photographie. E fazer foto bonita ali é fácil. Para celebrar a fotografia, entre os dias 4 de julho e 18 de setembro acontece o festival Les Recontres d'Arles, com 47 exposições diferentes. Também é realizado um famoso festival de fotos de nu artístico, reunindo alguns dos nomes mais importantes da categoria.
Mariscos, camarões e linguiças no restaurante laureado com estrelas Michelin, À Cotê, do chef Jean-Luc Rabanel, de Arles, na França/ Foto de Bruno Agostini
Outro artista fundamental para os que visitam Arles atende pelo nome de Jean-Luc Rabanel, um dos chefs mais conhecidos da Provence, que tem dois restaurantes na cidade: o L'Atelier, com duas estrelas Michelin, com menus degustação a partir de 55 euros, e o bistrô vizinho À Côté, que deixa visível a influência espanhola na região e no trabalho do chef. Foi neste segundo restaurante, mais descontraído e informal, que jantei antes de beber um vinho de saideira no Café Van Gogh. Rabanel serviu um foie gras temperado com páprica picante, acompanhado de cogumelos salteados e uma adorável compota de abacaxi com baunilha, seguido por uma espécie de brandade de bacalhau. Para a mesa ao lado saiu uma bela e perfumada frigideira de mariscos, camarões e tiras de linguiça, preparados à provençal, no caso, temperados com vinho branco, ervas e alho.
Saintes-Maries: santuário religioso e natural
Do alto da igreja que guarda relíquias de Maria Jacobina, Maria Salomé e Sara se tem uma bela vista da cidade, com a arena de touros e o Mar Mediterrâneo ao fundo/ Foto de Bruno Agostini
Existe a Provence dos campos de lavanda e dos vilarejos medievais pendurados nas montanhas. E também existe uma outra, menos óbvia, menos turística, da flor de sal, dos cavalos brancos e dos touros negros. Na Camargue, Saintes-Maries-de-la-Mer, com cerca de 2.500 habitantes, representa esse lado menos conhecido da região, tão colorido, belo e perfumado quanto o outro.
Apesar de ter uma origem tão antiga, apresenta um certo sabor de novidade. A cidade litorânea cercada por salinas, campos de arroz e trigo, vinhedos e muitas fazendas de criação de búfalos e de cavalos tem uma história muito rica, com fatos religiosos marcantes ligados ao cristianismo, além de ser o principal centro de peregrinação de ciganos de todo o planeta.
Depois da crucificação de Jesus Cristo, Maria Jacobina, Maria Madalena, Maria Salomé, fugindo da Palestina e acompanhadas por outros personagens bíblicos, como José de Arimateia, teriam embarcado em Alexandria em um pequeno bote. Elas foram abandonadas à própria sorte, deixadas à deriva no meio do Mar Mediterrâneo, sem remos, velas ou mantimentos. Levadas pela força do mar, acabaram chegando à atual costa francesa, numa região que seria habitada por devotos do deus egípcio Rá, o deus do sol. O grupo teria se espalhado por outras cidades da França, mas Maria Jacobina e Maria Salomé ficaram ali, na companhia de sua criada, Sara, que acabou se tornando Santa Sara, a padroeira dos ciganos.
Na cripta da igreja, está localizada a imagem de Sara, a padroeira dos ciganos/ Foto de Bruno Agostini
Hoje, a bonita igreja fortificada que resistiu a muitos ataques de piratas guarda as relíquias das três mulheres: as Marias, no interior, junto ao altar, e Santa Sara, na cripta. Os ciganos fazem uma grande festa, nos dias 24 e 25 de maio, para celebrar a santa. Peregrinos de todo o mundo se reúnem com coloridas roupas típicas para corridas de cavalo, procissões (uma delas marinha) e músicas e danças flamencas, reforçando a ligação desta região da França com a Espanha. Os católicos, por sua vez, celebram as Marias no domingo mais próximo ao dia 22 de outubro.
Uma visita ao templo erguido entre os séculos IX e XI é fundamental mesmo para os que não se interessam por História, religião ou arquitetura: do terraço se tem a melhor vista de Saintes-Maries-de-la-Mer, alcançando a arena de touros onde acontecem as touradas, ou La Course Camarguaise, e o Mediterrâneo. Lá de cima vemos uma vila charmosa, de ruelas estreitas com casario de paredes brancas e acabamento de pedra, diferente do que se vê em outras áreas da Provence. De fato, a arquitetura típica da cidade tem elementos muito particulares, como as cabanas triangulares com teto de palha, uma construção baixa e parruda, feita para resistir ao impiedoso vento mistral - é possível alugar uma dessas casas, por menos de 100 euros a diária para até quatro pessoas.
A área central de Saintes-Maries pode ser visitada em um único dia. Há muitas lojas para turistas, principalmente de artigos religiosos e de produtos típicos da região, como a flor de sal, o arroz e uma espécie de torrone de vários sabores diferentes, além de embutidos, incluindo uma especialidade do lugar, um tipo de salame de touro.
Flor de sal de Camargue: salinas nos arredores/ Foto de Bruno Agostini
Além dos seus aspectos históricos, Saintes-Maries-de-la-Mer é a melhor base para se explorar as belezas naturais da Camargue, uma grande área alagadiça formada pelo delta do Rio Rhône. Como em outras zonas pantanosas, a variedade de pássaros é imensa, com flamingos, garças, gaivotas, patos, íbis, corujas e outras aves de rapina. Um pouco ao norte da cidade está o Parque Ornitológico, santuário de aves. Bem perto dali está o melhor restaurante do pedaço, a Hostellerie du Pont du Gau, também um hotel de nove quartos. Especializado na cozinha regional, tem um menu fixo e outros quatro do tipo degustação (com preços entre 22,50 euros e 55 euros). Num ambiente campestre com elegância na medida certa são servidos pratos como salada de vieiras grelhadas com batatinhas ao curry, terrine de javali, touro marinado à provençal, vermelho grelhado e carré de cordeiro ao mel da Provence. Quase todos os pratos principais são servidos com arroz, o famoso riz de Camargue, e legumes grelhados ou cozidos. No centro, outro bom lugar para uma refeição é o restaurante Le Belvédère, que tem um terraço panorâmico com linda vista para o Mediterrâneo.
St-Rémy, síntese da Provence: beleza vem desde a Antiguidade
Depois de visitar o hospital psiquiátrico onde Van Gogh ficou internado, com estátua do artista, reproduções de seus quadros pintados ali e uma lojinha típica de museu, daquelas que vendem livros, postais, pôsteres e todo tipo de lembrancinha, fomos passear por St-Rémy-de-Provence.
Escargots à provençal no Bistrot Découverte: refeição memorável em St-Rémy, na França/ Foto de Bruno Agostini
Primeiro, uma parada no Bistrot Découverte, um dos melhores endereços da cidade, movimentado na hora do almoço com os seus preços atraentes (menus começando em 16 euros) baseados na cozinha típica provençal - apresentada de maneira bonita e cuidadosa. Para que seja originalmente regional tem que começar com pães e azeites servidos com uma taça de um rosé leve e clarinho. Para a entrada, um clássico local, os escargots à provençal, feitos com alho e cebolinha francesa, com um molho adorável - para saboreá-lo, voltamos a usar os bons pães. A etapa seguinte foi uma bela composição, uma côte de boeuf de vitela, corte da costela que os americanos chamariam de prime rib, com carne branquinha e delicada valorizada pela apresentação em prato escuro - que também destacava os acompanhamentos: tomatinhos-cereja adocicados, batatinhas miúdas salteadas, uma tortinha de queijo e um pequeno pote com molho bérnaise. Para encerrar, uma sinfonia de frutas vermelhas: um grande macaron de framboesa recheado com sorvete da mesma fruta e uma creme leve e aerado, ao lado de pedacinhos de morango e framboesa frescos e pistache moído (este almoço e o jantar no À Côte, em Arles, foram sem dúvida as melhores refeições da viagem pela Provence).
Mas também prometem as refeições nas duas casas da cidade condecoradas com uma estrela Michelin: Marc de Passorio (menus degustação a partir de 56 euros) e La Maison Jaune (desde 38 euros), ambos servindo cardápio típico da Provence, com uma profusão de vegetais sazonais, ervas e azeite.
Porta de entrada para os Alpilles, uma pequena cadeia montanhosa, e cidade Natal de Nostradamus, St-Rémy é a própria essência da Provence, com campos de lavanda nos arredores e um centrinho histórico dos mais graciosos da França, com ruas estreitas fechadas ao trânsito de veículos. Para onde quer que se olhe o cenário é bonito, incluindo o açougue, com porta e janela ocre, a loja de brinquedos, com carrinhos artesanais e artigos de madeira, e a padaria, com baguetes e croissants decorando o ambiente, assim como todo o comércio, de maneira geral, as residências e os bulevares arborizados.
O casario de pedra é bem cuidado, com janelas pintadas de várias cores, levemente desbotadas, e sempre enfeitadas com flores coloridas, ao menos entre a primavera e o outono.
A cidade ainda guarda outro traço característico da Provence: antigas ruínas romanas. No Sítio Arqueológico de Glanum, monumento nacional francês, há uma importante coleção de construções descobertas em 1921, com fórum, termas e templos. Porque desde a Antiguidade St-Rémy é uma beleza.
Aix-en-Provence: nos passos de Cézanne
Rodeada por árvores e prédios baixos, a Cours Mirabeau é a principal rua da cidade de Cézanne/ Foto de Bruno Agostini
Tal como Arles, Aix-en-Provence tem posição estratégica, com acesso fácil aos lugares mais aprazíveis da Provence. A cidade é servida pelo TGV que gasta três horas para chegar a Paris - e está a apenas meia hora do aeroporto de Marselha. Assim como St-Rémy, a cidade é a própria imagem que temos dessa região: o casario em tons ocres, as alamedas cheias de plátanos, as lojas de flores, as feiras e os mercados coloridos, as pessoas sentadas nas varandas dos restaurantes fumando Gitanes e bebendo uma taça de vinho rosado geladinho.
Muita gente usa a cidade, com boa infraestrutura de hotéis e serviços, como base para explorar toda a região, sendo que Aix, antiga capital da Provence, está em local mais propício para explorar as praias da Côte d'Azur.
Não falta nem mesmo um pintor famoso para dar origem a um roteiro artístico: neste caso, Van Gogh dá lugar a Paul Cézanne, nascido na cidade e inspiração para uma caminhada pelo centro antigo. Para seguir os passos desse artista revolucionário, elo de ligação entre os impressionistas como Monet e os cubistas, como Picasso, basta olhar para o chão de Aix-en-Provence: as calçadas nos locais mais importantes da vida do artista têm placas de metal com a letra C gravada em alto-relevo, indicando o caminho a seguir. Dois pontos são os mais emblemáticos nesse roteiro: o próprio ateliê do pintor, aberto a visitas, na rua que hoje leva o seu nome, e o Mont Sainte-Victoire, uma obsessão, retratado em muitos quadros de Cézanne (foram mais de 50 euros), formação rochosa ótima para esportes de natureza, como mountain bike, escaladas e caminhadas.
Marcações do roteiro de Cézanne, em Aix en Provence, na França/ Foto de Bruno Agostini
Um dos passatempos preferidos dos visitantes é se sentar em algum dos muitos bares, cafés e restaurantes do Cours Mirabeau, a principal rua de Aix, para beber um vinho vendo a vida passar, porque o cenário é mesmo inspirador. Para ver e ser visto pode ser uma boa ideia, mas não para se fazer uma refeição: são os típicos restaurantes pega-turista. Mas ao menos um lugar vale a pena: o Bastide de Cours, uma brasserie clássica da cidade (inaugurado em 1792, o Le Deux Garçons já foi o endereço preferido de artistas e escritores, hoje tem serviço ruim e comida idem, além de cara). Para uma refeição sem sustos, o melhor é se embrenhar pelas ruelas que rodeiam essa via, cercada de árvores e prédios baixos com bonitas fachadas - e umas fontes no meio para enfeitar.
Um desses restaurantes escondidinhos é o Chez Maxime, que explora com felicidade os ingredientes locais. Entre as especialidades, mexilhões à provençal perfeitos, a pissaladière, espécie de pizza de anchovas, cebolas e azeitonas pretas, com a massa levemente besuntada de molho de tomate, um clássico regional imperdível.
Como bom destino turístico francês, a cidade também tem os seus restaurantes com estrelinhas Michelin. São duas, ao todo: uma no Le Clos Violette, encravada no Centro Histórico, e outra no Pierre Reboul, a um passo do Cours Mirabeau. No primeiro os menus degustação que exploram os ingredientes regionais da estação custam a partir de 50 euros (o mais completo sai por 130 euros). Já o segundo, seguindo uma linha mais contemporânea e internacional, com ingredientes importados como caviar e o gado wagyu, os preços começam em 39 euros.
Aix-en-Provence é uma cidade animada mesmo na baixa temporada, com jovens lotando os seus muitos cafés, quase todos com internet sem fio gratuita. Por outro lado, lojas de grife como a Fnac, além de cadeias de produtos gourmets espalhadas por toda a França, como a padaria Paul e a loja de vinhos Nicolas, tiram um pouco do caráter provençal do lugar. Mas não muito.
SERVIÇO
COMO CHEGAR
De trem: É possível viajar de Paris até a Provence no Trem de Grande Velocidade (TGV). As composições chegam até as estações de Arles, Aix-en-Provence e Marselha, entre outras cidades da região. O bilhete Paris-Arles custa a partir de R$ 181 e a viagem dura quatro horas, em média, com uma parada. Mais informações no site www.raileurope.com.br
ONDE COMER
Arles
À Côte: Rue des Carmes 21. Tel (33) 04 9047-6113.
L'Atelier Jean-Luc Rabanel: Rue des Carmes 7. Tel (33) 04 9091-0769. www.rabanel.com
Saintes-Maries-de-la-Mer
Hostellerie du Pont du Gau: Route d'Arles. Tel. (33) 04 9097-8153. www.hotelpontdegau.com
Le Belvédère: Plage 21. Tel. (33) 04 9097-9287.
St-Rémy-de-Provence
Bistrot Découverte: Boulevard Victor Hugo 19. Tel. (33) 04 9092-3449. www.bistrotdecouverte.com
Marc de Passorio: Hostellerie du Vallon de Valrugues, Chemin Canto Cigalo. Tel. (33) 04 9092-0440. www.restaurant-marcdepassorio.fr
La Maison Jaune: Rue Carnot 15. Tel. (33) 04 9092-5614. www.lamaisonjaune.info
Aix-en-Provence
Pierre Reboul: Petite Rue Saint Jean 11. Tel. (33) 04 4220-5826. www.restaurant-pierre-reboul.com
PASSEIOS
Arles
Chateau d'Estoublon: Produz ótimos azeites e bons vinhos. Na propriedade funcionam um restaurante e uma loja de vinhos, produtos gastronômicos e acessórios de cozinha. Route de Maussane. Tel. (33) 04 90-54-6400. www.estoublon.com
Museu Réattu: Ingressos a 7 euros. Rue de Grand Prieuré 10. Tel. (33) 04 9049-3758. www.museereattu.arles.fr
Museu de Antiguidades de Arles e da Provence:Ingresso a 5,50 euros. Com rico acervo arqueológico, o Musée de l'Arles et de la Provence Antiques tem um rico acervo que conta toda a história da região. www.arles-antique.cg13.fr
Saintes-Maries-de-la-Mer
Igreja de Saintes-Maries-de-la-Mer: As visitas custam 7 euros. Tel. (33) 04 9097-8255.
St-Rémy-de-Provence
Ancien Monastère de St-Paul-de-Mausole:Foi neste prédio que Van Gogh passou cerca de um ano internado, período muito fértil em sua obra. É possível ver o quarto do pintor e algumas paisagens retratadas em suas telas. No fim, uma loja vende todo tipo de produtos relativos ao pintor. A entrada custa 4 euros. Avenue Van Gogh. Tel. (33) 04 9092-7700.
Sítio Arqueológico de Glanum: A visita guiada dura uma hora e meia. Ingressos a 7 euros. Route des Baux-de-Provence. Tel. (33) 04 9092-2379. http://glanum.monuments-nationaux.fr
Aix-en-Provence
Atelier Cézanne: A entrada custa 2 euros. Avenue Paul Cézanne 9. Tel: (33) 04 4221-0653. www.atelier-cezanne.com

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